Capítulo 08 - Parte VII

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A respiração de Anahí era a única coisa que se ouvia após aquelas belas palavras. Seus olhos encheram-se de lágrimas e quando a primeira caiu sobre a face da loira, ele secou-a com o polegar da mão direita. A garota olhava-o sem saber o que dizer, seu coração dava pulos e seu corpo tremia. O moreno sorriu, segurou o rosto da loira entre as mãos e acariciou sua bochecha.

Ela sorriu a ele em meio a mais lágrimas que brotavam de seus olhos, agora com mais intensidade.

Alfonso segurou as mãos dela e as beijou algumas vezes. A loira tocou-lhe a face, tragou saliva e por fim as palavras que antes lhe faltavam, vinham com uma série de perguntas que teria de fazer a ele.

- Porque tudo isso? – indagou - Os bilhetes...

- Foi a primeira coisa que me veio a cabeça após me rejeitar algumas vezes. – ele disse em meio a um sorriso.

- Eu não te rejeitei. – a loira falou manhosa - Apenas não acho justo você todo cheio de vida ficar com alguém como eu.

- Se eu pudesse escolher por quem me apaixonar, pode ter certeza que seria você, sempre. – declarou Alfonso, com um sorriso apaixonado nos lábios.

- Eu queria muito ficar contigo, mas não posso permitir que seja infeliz ao meu lado.

- Anahí, por favor! – ele disse juntando as mãos, impaciente – Eu amo você! O fato de estar em uma cadeira de rodas não faz diferença alguma.

- Você diz isso agora, mas e depois? – perguntou angustiada - Vai me abandonar quando se cansar de mim.

A paciência do moreno estava por um fio. Anahí parecia a cada dia mais inacessível. Porém não desistiria. Havia passado dias pensando nesse momento e ele mais uma vez se declararia a ela.

- Eu jamais faria isso. – ele falou calmamente - Quando vai entender que você é a minha vida? Que eu te amo imensamente? Você colocou meu mundo de pernas para o ar. – ele soltou um riso pelo nariz, levou uma de suas mãos a face dela e acariciou sua bochecha com o polegar – Sempre disse que não me apaixonaria por uma garota dessa escola, e olha só, no primeiro dia que te vi tudo foi por agua abaixo. – disse, tragou saliva, levou a mão ao queixo da loira e fitou a imensidão daqueles olhos azuis, tão lindos - Eu amo estar com você, eu amo ficar com você, seu perfume me deixa completamente embriagado, com gostinho de quero mais. O amor que eu sinto por você, pode até não ser o mais perfeito, mas com certeza, é o mais sincero.

- Você me deixa completamente desnorteada, perco a noção de tempo, espaço quando está do meu lado. – ela confessou em um sussurro, esquivou-se do moreno deixando um pequeno espaço entre eles.

Alfonso diminuiu o espaço entre eles e segurou novamente as mãos dela.

- Estou aqui para te trazer de volta sempre que precisar.

- Ficar tão vulnerável a alguém não é saudável. – ela disse, meneando a cabeça - Entro em pânico só de pensar em te perder.

- Isso não vai acontecer meu anjo. – ele disse carinhosamente e ela negou com a cabeça.

- Você não pode prometer algo que talvez não possa cumprir. Eu não sou digna do seu amor, me perdoa. – Ela sussurrou e fechou os olhos.

Alfonso suspirou, olhou para o teto e cerrou os olhos. Uma lágrima rolou em seu rosto, enxugou-a. Fitou a loira de olhos fechados a sua frente, a expressão dela era péssima, chorava baixinho de olhos fechados. Talvez estivesse sendo tão doloroso quanto para ele, ou até mais.

- Até o infinito fica pequeno quando se trata do que eu sinto por você. – ele falou na tentativa de convencê-la a enfrentar o medo, curvou o corpo e lhe depositou um beijo na testa - Aconteça o que acontecer, eu sempre amarei você.

Ela abriu os olhos e o viu caminhar lentamente até a porta, como se estivesse se arrastando. Alfonso estava arrasado e a culpa era unicamente dela. Olhou rapidamente em volta, tudo estava impecavelmente perfeito, aquilo tudo era para ela. Como pôde ser tão cruel com aquele garoto que era capaz de tudo para vê-la sorrir, fazê-la feliz? Maldito medo que a assombrava.

- Eu tenho medo.

- É normal termos medo Anahí, mas precisamos tentar. – Mariane disse carinhosamente - Não pode permitir que esse medo te impeça de amar, viver, ser feliz. Não generalize as pessoas, nem todas são como um ex-namorado cafajeste ou aqueles que sum dia te deram as costas. – comentou e pode perceber a loira encolher os ombros - Se algo der errado erga a cabeça e siga em frente. – encorajou-a - Pense nisso ok? – disse e retirou um cartão da bolsa, entregou a loira e deu uma piscadela.

As lágrimas vieram com força e o soluço preso em sua garganta ecoou pelo ginásio. Alfonso parou instantaneamente e girou o corpo para olhá-la, estava preocupado. O moreno não se moveu, Anahí foi até ele, estendeu suas mãos, as quais Alfonso segurou. O garoto abaixou-se, sem soltar as mãos da loira. Olhos nos olhos, pele com pele pelo toque das mãos.

- Meu coração é seu, só seu, promete, por favor, que estará para sempre ao meu lado. – ela disse em meio a lágrimas, ele virou-se para olha-la com os olhos mareados – Eu amo você Alfonso.

Ele quis gritar, soltar fogos. Instintivamente pegou-a da cadeira, ela cruzou as mãos atrás da nuca dele. Anahí podia jurar que em seu estômago havia milhares de borboletas. O moreno a admirava encantado e no momento que a loira entreabriu os lábios, ele avançou e deliciou-se com aquele sabor doce, inigualável e viciante que só ela tinha.

Love, AnahíOnde histórias criam vida. Descubra agora