Love, Anahí

Prólogo

LOVE, ANAHI - Fancifs Besos de Fuego®

PRÓLOGO

Olhava-se pela milésima vez no espelho, certificando-se de que estava impecável. Era o seu primeiro baile da escola, em que iria sozinha. Estava ansiosa e temia pelo que aconteceria logo após. Deslizou as mãos pela lateral do corpo, parando na cintura.

O belo vestido rosa rendado que ia até um pouco acima dos joelhos, todo bordado a mão na cintura, imitando um cinto de cristais, modelava suas curvas. O salto agulha, na cor prata, com detalhes em pedras foi escolhido a dedo para a ocasião. Para a maquiagem, nada muito extravagante, apenas destacando-lhe os belos olhos azuis cintilantes.

Apesar de apenas ter dezesseis anos a bela loira tinha um corpo de causar inveja em suas amigas. E claro, arrancar suspiros dos meninos.

- Vamos Anahí, seu pai está com pressa! – Thalia gritou do pé da escada apressando a filha.

Anahí logo apareceu na escada estonteante, estava divinamente linda. O rosa lhe caia muito bem e a pequena coroa sobre a cabeça e os cabelos em cachos lhe dava um ar de princesa.

Fernando que voltava para dentro da casa a fim de apressar mãe e filha paralisou ao ver a sua princesa descendo as escadas. Anahí estava linda e ele emocionou-se, sua princesinha, a menininha que ele costumava ninar todas as noites e dar um beijo em sua testa estava se tornando uma bela mulher, e logo dentro de alguns anos lhe daria netos.

Estendeu o braço para a filha, beijou-lhe na testa e foi com ela e a esposa até o carro. Ambos a levariam ao baile da escola, um pouco receosos em deixa-la sozinha com o namorado.

- Cinto de segurança mocinhas! – advertiu.

- Papai a escola é aqui perto, não há necessidade de ir até lá amarrada nessa coisa desconfortável. – Anahí reclamou, e Thalia ergueu a mão para bater na da filha, ambas detestavam usá-lo.

Como qualquer pai, não hesitaram em dar muitos conselhos, e aquela imensa lista de todos os cuidados e precauções. Anahí rolava os olhos a cada comentário, ela já ouvira por dias e os pais não cansavam em repetir a ela várias vezes. Aquele baile lhe rendera longas conversas à noite sobre sexo, gravidez e métodos anticoncepcionais.

- Quando encontrar o seu amor verdadeiro filha, ame-o com todas as suas forças como se não houvesse amanhã. – Thalia encarou a filha pelo retrovisor e lhe sorriu largamente.

- Eu já o encontrei mamãe, sou feliz ao lado de Derrick. – Anahí rolou os olhos, não entendendo o porquê do comentário da mãe.

- Eu e sua mãe não acreditamos que ele seja o seu amor verdadeiro, a sua metade da laranja, tampa da panela. – Fernando a olhou pelo retrovisor também – ou qualquer uma dessas combinações que vocês jovens usam. – ele sorriu para a filha.

- Gostaria muito de entender porque insistem em que Derrick não é o cara certo, eu o amo! – ela cruzou os braços emburrada.

- Porque somos os seus pais e queremos o melhor para você. – Fernando piscou a ela pelo retrovisor e Anahí bufou.

- Vocês são dois velhos chatos!

O carro parou no sinal, Fernando mandou beijos para a filha, em seguida Thalia fez o mesmo. Anahí encolheu-se no banco enquanto o pai procurava uma musica no som do carro.

- Espero que vocês não me façam passar vergonha na porta da escola. – murmurou.

O sinal abriu e Fernando voltou a andar. E como se surgisse do nada, um caminhão em alta velocidade avançou o sinal fechado na outra pista, batendo na lateral direita, onde estava Anahí. O estrondo foi enorme, o carro rodopiou e rolou várias vezes no asfalto, parando com as quatro rodas para cima. Os gritos de Fernando por socorro podiam ser ouvidos de longe. Ao olhar para trás e ver ali tudo destruído, completamente amassado, muito sangue e apenas um braço para fora, o fez gritar ainda mais. Sua esposa e filha estavam mortas, presas entre as ferragens. Com dificuldade tirou o cinto de si, e tentou abrir a porta que estava emperrada. O cheiro de gasolina estava cada vez mais forte, faíscas saíram do motor do carro, explodindo em seguida.

Um par de olhos apavorados observava tudo caída ao solo, totalmente ensanguentada.