Nem precisaria olhar para ver quem havia dito, ela conhecia aquela voz muito bem. Puxou o ar, soltando-o devagar, empurrou a mesa usando de toda a sua força e de repente ela ficou leve, como se alguém a houvesse puxado.
E em questão de segundos estava no chão. Risos. Dor. Risos. Uma dor imensa. Cerrou os olhos para conter a vontade de chorar. E os risos continuavam, assim como comentários maldosos.
Alfonso e sua trupe ao se aproximar da sala escutaram os risos altos. O moreno correu até a porta, algo lhe dizia que Anahí estava em apuros. Ao vê-la no chão tentando levantar e Fabiola em posse de sua cadeira a empurrando cada vez mais longe, sentiu a raiva tomar conta de si.
- idiotas! – Luciana gritou assim que chegou a sala, o que fez Alfonso despertar.
Aproximou-se, a olhou com ternura. Ela retribuiu o olhar e ele percebeu que estava com os olhos mareados. A raiva apenas aumentou dentro de si. Como aqueles seres humanos eram tão cruéis com aquela menina que já havia sofrido tanto na vida?
Qual o motivo de a rejeitarem se todos tem o direito da inclusão?
- Com licença – ele sussurrou, passou os braços por baixo das pernas dela e uma mão em suas costas. – Segure-se em mim, por favor! – pediu e ela tímida contornou os braços em seu pescoço. Ele então a ergueu e beijou-lhe a cabeça – Está segura agora meu anjo. – sussurrou em meio a um sorriso.
Luciana apressou-se em buscar pela cadeira, e leva-la até o fundo da sala, no lugar de Anahí. Alfonso a carregou até lá, com um sorriso bobo nos lábios, ela também lhe sorria. Colocou-a de volta na cadeira e lhe deu um beijo na testa.
- Obrigada. – sussurrou.
- É um prazer salvar uma donzela em apuros. – brincou fazendo reverência e ela riu encolhendo os ombros.
Luciana e Mila olharam-se e sorriram cúmplices. O amigo encontrara a pessoa certa, a garota que o faria suspirar, ter os mais lindos sonhos de amor e noites mal dormidas.
- Alma gêmea. – Luciana sussurrou para Camila.
- Bate coração, as metades da laranja dois amantes, dois irmãos, duas forças que se atraem sonho lindo de viver, estou morrendo de vontade de você! – Mila cantarolou baixinho fazendo Axel soltar uma gargalhada.
- Camila sempre com uma trilha sonora para todas as situações.
- Eu apenas tenho um amplo conhecimento musical. – Ela piscou para o namorado.
Um clarear de garganta fez todos sentarem-se em seus lugares. Suzana, a professora de literatura estava parada a frente do quadro com os braços cruzados e uma cara nada amigável.
- Abram o livro na página 123 e leiam o texto. – falou alto e autoritária - Vocês têm dez minutos para fazerem isso.
Suzana caminhou até a mesa e sentou-se.
- Com licença professora! – ele levantou-se.
Suzana estreitou os olhos o encarando. Quem era aquele aluno?
- Pois não... – ela fez um gesto, e o moreno entendeu que ela gostaria de saber seu nome.
- Alfonso.
- Certo, Alfonso. Você é um dos bolsistas? - cruzou os braços, ele assentiu, ela rolou os olhos recostou-se na cadeira - Não tem grana para comprar o livro?
- Tenho sim senhora, é que eu preciso fazer uma reclamação.
- Se não for algo relacionado à minha aula não interessa!
- O que meu amigo quer dizer é que quando chegamos a sala estava uma bagunça, cadeiras e mesas pra todo lado. – Axel levantou-se também dando apoio ao colega.
- E?
- E isso dificulta a locomoção aqui, e pensando em minha amiga portadora de necessidades especiais que...- Fred prosseguiu, levantando-se.
- Está interrompendo minha aula para reclamar de algo fútil?
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Love, Anahí
FanfictionQual o valor da verdadeira amizade? A popular loira de olhos azuis, que antes arrancava suspiros dos meninos e chamava atenção devido a sua beleza por onde passava, tem o seu brilho ofuscado devido a uma cadeira de rodas. Até o namorado decide que...