Anahí continuou em seu lugar, apertou firme as mãos na lateral da cadeira fazendo suas veias saltarem. Nunca em sua vida sentiu-se tão humilhada, com nojo e repugnância daquelas pessoas que se diziam seus amigos. Olhou a sua volta com desprezo, notando sorrisos debochados em cada um daqueles que estavam presentes na sala.
- Posso saber o que está acontecendo por aqui? – a voz masculina chamou atenção de todos, fazendo-os olhar para a porta – Lúcia deveria estar dando aula, inserindo conhecimento nesses jovens, e ao que me parece estão em um parque de diversões. – ele prosseguiu, adentrou a sala e cruzou os braços.
- Não senhor inspetor – Fabiola riu e empinou o nariz - Estamos num zoológico com um bichinho em extinção.
O inspetor soltou um riso pelo nariz e caminhou até Anahí, olhou-a e chutou a roda de sua cadeira.
- E porque não está no seu lugar senhorita Puente?
- Eu estou em meu lugar. – Anahí respondeu com firmeza.
Ele apenas negou, deu três passos e girou a cadeira dela, movendo-a. Revoltada com a atitude audaciosa, Anahí deu um golpe com as mãos fechadas nos braços do inspetor. E em questão de segundos ele a segurou no braço com força.
- Seu lugar é no fundo da sala, onde mal podem te notar. – disse alto, para que todos o ouvissem - Não é bem vinda nessa escola, está aqui apenas porque pagaram para que continue seus estudos. Sua estadia aqui nesses anos que lhe restam não será nada agradável – soltou o braço dela com certa violência, Anahí encolheu-o esfregando o local onde havia apertado, lhe doía muito. O inspetor a olhou e respirou fundo – Precisa de ajuda para ir ao seu lugar senhorita Puente? - Ela o olhou com frieza e desprezo. – Eu não ouvi senhorita Puente – falou rudemente.
- Eu não preciso de ninguém senhor inspetor. – murmurou.
Vagarosamente ela começou a juntar suas coisas, obvio que era para provocar a professora, os colegas e o inspetor. Este, arrancou-lhe das mãos a mochila e jogou tudo dentro, e em seguida jogou a mesma sobre o colo de Anahí.
- Hipócritas! – gritou.
Girou sua cadeira e foi até o fundo, enxugando uma lágrima que caiu sobre sua face. Não seria fácil estar ali em meio a tantas pessoas falsas, decididas a destruir a pouca vontade que ainda tinha de viver.
Mal conseguiu prestar atenção na aula, rabiscou várias folhas do caderno com desenhos e trechos de suas canções favoritas. O sinal tocou anunciando o intervalo e ela permaneceu ali até estar sozinha na sala.
Sua vontade era de não sair para o intervalo, e sim pedir que Júlio viesse buscá-la o mais rápido possível. Mas o tio acabaria obrigando-a a voltar a escola. Assim que chegou ao pátio, mais uma vez sentiu-se um animal em extinção, todos da escola a olhavam curiosos, debochados e com pena.
E logo mais a sua frente, estavam Derrick e Fabiola aos beijos. Foi como se tivessem pisoteado em seu coração, muitos riam e sussurravam coisas do tipo "chifruda", "inválida" em meio a risos. Anahí respirou fundo e aproximou-se de Derrick. Olhou friamente para Fabíola e depois para Derrick.
- O que quer? – ele perguntou impaciente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Love, Anahí
FanfictionQual o valor da verdadeira amizade? A popular loira de olhos azuis, que antes arrancava suspiros dos meninos e chamava atenção devido a sua beleza por onde passava, tem o seu brilho ofuscado devido a uma cadeira de rodas. Até o namorado decide que...