Capítulo 10 (Parte II)

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Em quinze minutos os cinco estavam na mansão de Guilherme. Enquanto aguardavam a amiga descer para almoçarem, os amigos olhavam as fotos da viagem de Anahí e Guilherme. Do topo da escada Anahí viu os amigos entretidos com as fotos que havia deixado sobre a mesinha de centro da sala. Bartolomeu foi até ela e resmungou pedindo colo. A loira abaixou-se, pegou o cachorrinho e o afagou. Como havia sentido falta daquela bola de pelos enquanto esteve longe! Desde o dia em que o ganhou de Luciana nunca havia ficado longe dele, mas por motivos de saúde teve de se ausentar. E agora não o deixaria por nada nesse mundo, bem como os amigos e o namorado. 

Observou os cinco amigos, completamente empolgados elogiando as fotos e recordou-se do dia em que os viu pela primeira vez na escola.

- Frederico Becker, Luciana Rodriguez, Camila Lautner, Axel Aguillar e Alfonso Herrera. – apresentou-os.

Ao ouvir Alfonso Herrera, Anahí ergueu o olhar e seus olhos se chocaram com dois pares de olhos verdes, porém logo ela voltou a encarar o caderno. Estava envergonhada e sentia suas bochechas queimarem. Quem eram aquelas pessoas? E quem era aquele moreno lindo do sorriso galanteador?

- Os alunos podem se dirigir aos seus lugares ao fundo e ficarem em silêncio para que eu prossiga com minha aula. – a voz da professora se sobressaiu sobre os burburinhos que se iniciaram.

O ruído de uma cadeira sendo arrastada chamou atenção. Ele estava sentado do seu lado.

- Oi estranha. – ele sussurrou.

- Oi – ela disse tímida e sorriu.

Levou o dedo indicador até a boca pedindo silêncio a Bartô. Desceu lentamente, sem fazer barulho e quando chegou ao pé da escada clareou a garganta chamando atenção. Boquiabertos e surpresos eles a observavam: Anahí havia abandonado o loiro claríssimo dando lugar para um loiro mais escuro, o que destacou seus belos olhos azuis. Estava maquiada, vestia um short jeans e uma bela blusinha azul bebê, combinando com o tom dos olhos.

- Então o que acharam? – ela perguntou dando uma voltinha. Ela abaixou-se para largar Bartô no chão. O cachorrinho correu em direção a Alfonso latiu.

- Uau! – Camila vibrou – Você está divina!

- Eu diria irreconhecível. – Axel falou com a mão sobre o queixo.

Bartolomeu seguia latindo, tentando chamar a atenção do moreno que estava vidrado em Anahí. Nunca a tinha visto tão radiante e linda.

- Perfeita, maravilhosa, magnifica, esplêndida, linda e minha. – Alfonso falou sem tirar os olhos da namorada.

Claro que a reação de Alfonso foi motivo de piadinhas e brincadeiras o restante do dia. O sexteto aproveitou a tarde de sol na piscina da mansão e logo após o jantar cada um foi para a sua casa descansar e tentar dormir. Todos estavam ansiosos pelo dia seguinte na escola, para o retorno de Anahí à instituição. 

Camila mal dormiu a noite e acordou Luciana às cinco da manhã. Por volta das seis e meia as duas estavam em frente a escola, com cara de sono. Os portões nem haviam sido abertos e o porteiro estranhou a presença das duas quando foi abrir os portões da escola. Ansiosas ao extremo, Camila e Luciana olhavam para os lados e para o relógio. 

O carro de Anahí surgiu dobrando a esquina e ambas sorriram. Para dar um clima mais surpreso, a dupla entrou no carro assim que ele parou em frente a escola. Ali aguardariam até a escola estar com um número considerável de alunos para então fazer a entrada triunfal. Faltando apenas quinze minutos para o sinal tocar, o trio saiu do carro chamando a atenção dos alunos que antes observavam curiosos o carro que há tanto tempo estava ali parado. O caminho a ser percorrido até a entrada da escola pareceu mais longo do que o normal. Todos, sem exceção, olhavam para elas. Todos se perguntavam quem era a bela garota de óculos escuro que circulava pela escola.

- Já reparou que os garotos não param de te olhar? Você é uma espécie de imã a toda essa testosterona que desfila pelos corredores. – Camila sussurrou e Anahí riu baixo.

- Podem olhar a vontade, babar se quiserem. – ela deu de ombros - Eu tenho apenas olhos para um moreno maravilhoso que roubou meu coração.

- Como é melosa! – Luciana falou fazendo careta – Tenha dó da minha glicose!

O trio caminhou rindo até a sala de aula. Algumas meninas, entre elas Fabíola, estavam sentadas conversando e observaram curiosas o trio entrar e sentar-se ao fundo. Fabíola não reconheceu Anahí e ficou extremamente curiosa para saber quem era a garota que conversava com as bolsistas. Pensou na hipótese de ir perguntar, porém cogitou ser mais uma bolsista. Sendo assim não queria vínculo algum com pessoas de um nível social inferior ao dela. 

Logo os meninos chegaram e juntaram-se a elas, ao fundo da sala, deixando Fabíola mais curiosa ainda. Anahí a viu pelo canto do olho e riu vitoriosa. Pelo tanto que conhecia a garota sabia que estava mordida de curiosidade. Fato que não passou despercebido por Luciana e Camila que logo trataram de comentar com Anahí. Aos poucos a sala foi enchendo e curiosos observavam o trio. O sexteto estava tão entretido entre risos e piadas que não perceberam a professora Suzana adentrar na sala.

- Silêncio, por favor! – Suzana pediu batendo três palmas. Anahí e os amigos seguiram conversando e rindo. Fato este que a irritou. – Mocinha? – ela chamou julgando ser a garota nova a culpada e Anahí fingiu não ouvir – Devo lembrá-los das regras dessa escola. A partir do momento em que um professor ou professora estiver em sala de aula é terminantemente proibido as conversas paralelas. – disse em um tom mais alto esperando intimidar a garota, porém ela apenas deu de ombros e muitos a olharam apavorados. Ninguém ousava enfrentar aquela professora. A mulher foi até a loira e a segurou pelo braço arrastando-a até a frente – Vejo que a novata não conhece as regras. Poderia fazer a gentileza de apresentar-se a turma?

Anahí sorriu e retirou o óculos escuro, encarando Suzana que sentiu um arrepio por todo o corpo. A classe inteira a olhou boquiaberta.

- Olá queridos! Sentiram saudades?

Love, AnahíOnde histórias criam vida. Descubra agora