Capítulo 06 - Parte IV

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Anahí conteve a vontade de chorar mediante aquela declaração. Fechou os olhos, sem saber o que dizer ao moreno. Atirar-se-ia em seus braços em busca de colo, carinho e proteção. Naquele momento era o que mais necessitava, porém o medo travava uma batalha com seu coração.

Entendendo o fechar de olhos como um convite, Alfonso curvou o corpo e roçou seu nariz no dela, a loira soltou um pequeno gemido e ele sorriu. Vendo-a assim tão perto parecia ainda mais bela, o rosto tão delicado, incrivelmente perfeita.

Delicadamente ele lhe deu um selinho, novamente roçou os narizes e colou sua testa na dela.

- Porque eu? - ela sussurrou.

- Porque é você, e isso basta.

Ela sentiu borboletas no estômago, estava imensamente feliz, porém ainda havia o tal medo. Como dizer a razão que deveria ouvir o coração?

- Não podemos. – Anahí disse receosa, o empurrando - Eu não consigo acreditar, desculpe. – ela meneou a cabeça.

- Não desistirei Anahí. – Alfonso enfatizou.

Anahí virou o rosto e mirou a parede, buscando fugir dos olhares dele. Alfonso levantou-se, enxugou uma lágrima e caminhou até a porta do quarto sem dizer mais nada. Antes de sair, ele a olhou novamente na esperança de que a loira pedisse que ficasse ali, que passariam construir uma história juntos a partir daquele dia. No entanto, compreendia em partes o medo da amada colega. Sendo assim, não mediria esforços para provar a ela que ao seu lado seria tudo diferente, que ele a ama verdadeiramente. E para isso, já estava colocando em prática alguns de seus dotes talentosos.

Assim que a porta bateu Anahí desabou em lágrimas. Porque sua razão não ouvia o coração? Porque era tudo tão difícil? Porque estava buscando afastar as pessoas que desde o inicio demonstravam que gostavam dela de verdade?

Tempo. Isso era o que ela precisava para aceitar e acreditar no amor dele.

- O que disse para o garoto sair assim tão desnorteado? – Guilherme indagou adentrando o quarto sem bater, chamando a atenção da sobrinha.

- Nada de seu interesse. – ela respondeu friamente.

- Tudo o que está relacionado a você me interessa. – ele falou calmamente e a loira riu irônica.

- Finge que me engana e eu finjo que acredito. – rebateu ríspida.

Toc toc.

- Com licença, pediram que eu entregasse algo para a senhorita Anahí. – uma mulher vestida de branco falou adentrando o quarto, aproximou-se da cama e entregou um pedaço de papel para a loira.

- Quem foi? – Anahí indagou franzindo o cenho, tomou posse do pedaço de papel.

- Deixaram na recepção sem se identificar. – a mulher explicou - Mas posso garantir que era um garoto muito bonito. – disse dando uma piscadinha.

- Como ele era? – a loira questionou, levando a mão direita ao queixo.

- Deixe de ser fuxiqueira Anahí. - Guilherme falou rolando os olhos - Eu o vi, é um bom garoto.

- Vai me contar, não vai? – a loira perguntou fitando o tio e ele balançou a cabeça negativamente.

- No momento certo você saberá quem é ele.

A loira bufou, abriu o bilhete e um sorriso formou-se em seus lábios apenas por reconhecer a caligrafia.

"Você apareceu e preencheu um vazio que nem eu mesmo sabia que existia, ocupando um dos lugares mais belos do meu coração."

Love, AnahíOnde histórias criam vida. Descubra agora