Capítulo 08 - Parte II

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A noite mal dormida a fez acordar indisposta e sem ânimo para ir a escola. Talvez devesse fingir um mal estar para evitar ter que ficar cara a cara com Alfonso. Pensou em várias hipóteses, por fim alegou estar com dor de cabeça fortíssima, porém Nana não deu o braço a torcer e obrigou-a a levantar-se para tomar café e ir à escola.

- Não adianta me olhar com essa carinha de cão sem dono, você vai à escola. – disse a olhando seriamente.

Anahí praguejou e fechou a cara. Terminou lentamente seu café enquanto Nana, ao seu lado, aguardava impaciente. A garota sorria por dentro pelo simples fato de irritar a senhora, imaginando que talvez assim ela desistisse e a deixasse faltar aula.

- Ganhará uma bela advertência se vir a se atrasar. - advertiu e a loira deu de ombros.

Não tinha com o que preocupar-se já que as primeiras aulas eram de educação física. Nana meneou com a cabeça, puxou a cadeira e sentou-se próximo dela. Novamente a loira praguejou. Nana era definitivamente osso duro de roer. Dando-se por vencida, dez minutos depois terminou seu café e avisou ao motorista que estava pronta.

Assim que Júlio estacionou em frente a escola, o sinal bateu. O alvoroço dos alunos pelos corredores parecia irritante para quem aprecia o silêncio. Júlio a levou até a porta de entrada e cruzou os braços.

- Vai ficar ai me vigiando?

- Um passarinho me alertou que poderia estar fujona hoje.

A loira rolou os olhos e seguiu até sua sala vagarosamente. Sua mesa era a única que estava sem mochila sobre, e de longe pode ver que sobre ela havia algo. Ao aproximar-se mais viu que se tratava de um envelope com o emblema escola. Agradeceu pelo fato dos colegas estarem na aula de educação física. Com receio abriu o envelope e respirou aliviada ao ver que era mais um dos bilhetes.

"Anjo lindo, com você o meu mundo é melhor. Se estou sorrindo agora, você é o motivo".

Involuntariamente ela olhou para a mesa de Alfonso e levou as mãos sobre os lábios. Seria pedir muito se o dono dos bilhetes fosse ele? Mas aquilo não parecia ser estilo de Alfonso. Ele não era do tipo que mandava recados, o mesmo fazia pessoalmente.

Com horário vago ela andou pelos corredores e de longe observou os amigos se divertindo na quadra de esportes. Como queria estar lá com eles! Ou melhor, como queria estar lá e poder ver as covinhas se formando no rosto do moreno toda vez que ele sorri.

E do nada ele surgiu a sua frente. Seu coração acelerou e ela levou a mão esquerda sobre o peito.

- Está se tornando expert em me dar sustos!

- Sou tão feio assim?

- Não! – disse rapidamente, na verdade ela praticamente gritou - É que você gosta de aparecer do nada, como um fantasma.

- Mas sou o fantasminha camarada! – o moreno falou fazendo levando as mãos na cintura e Anahí riu alto - Já disse que você tem o sorriso mais lindo que já vi?

Anahí corou imediatamente. Teve certeza de que estava mais vermelha que um pimentão, suas bochechas queimavam.

- E quando fica assim toda corada fica ainda mais linda. – ele disse tocando o nariz dela com o dedo indicador.

Anahí corou ainda mais. Sentiu sua boca salivar e teve certeza que era devido a sua vontade de devorar os lábios dele.

- Eu disse que ela vinha! - Camila falou dando um tapinha nas costas de Alfonso.

Eles teriam ouvido algo? A loira estreitou os olhos e fitou os amigos pensativa.

- Achamos que não viria a aula hoje. – Luciana explicou surgindo ao lado de Camila.

- E havia algum motivo para que não viesse? - indagou e eles negaram com a cabeça rapidamente.


Love, AnahíOnde histórias criam vida. Descubra agora