"Eu amo você Anahí. Eu amo você Anahí".
Ele a amava. Definitivamente a amava com todas as suas forças, assim como ela.
"Eu amo você Anahí. Eu amo você Anahí".
As palavras de Alfonso martelavam em sua cabeça, impedindo-a de dormir tranquilamente. Ao seu lado, Bartolomeu, em fase de adaptação na nova casa, percebeu que a loira estava acordada e deitou a cabeça sobre seu peito. Ela afagou-o e soltou um suspiro.
- O que eu faço? Você também acha que devo ficar com o Poncho? - indagou fitando o cão.
Bartolomeu a olhou e latiu em resposta saltitando na cama. A loira riu, esticou a mão direita para acender a luz do abajur e logo após levou um dos dedos até a boca pedindo silêncio. O cão ainda deu um grunhido antes de atender ao pedido de Anahí. Seria a forma de ele dizer que deveria correr para os braços do homem de seus sonhos?
E se, depois de algum tempo, Alfonso cansasse dela devido a sua inacessibilidade? De forma alguma queria que ele, ou qualquer outra pessoa ficasse preso a ela.
- Eu até o fim de semana para pensar no que fazer.
Com um muito esforço ela conseguiu se sentar, mirou a mochila sobre a mesinha e lamentou não poder andar até lá para pegá-la e adiantar algumas tarefas escolares. Talvez assim ocupasse a cabeça e pensasse menos nele.
Cerrou os olhos e puxou o ar profundamente. Seu pensamento voltou ao bosque, onde ela e Alfonso passeavam de mãos dadas, completamente felizes. E como em um conto de fadas ele a beijou. Porém aquilo era apenas fruto de sua imaginação. E o que sentiu foi angústia, dor, saudade.
Os olhos marearam e ela comprimiu os lábios. Talvez chorar aliviaria, a deixaria mais leve. Porém não solucionaria todos os seus problemas. Chorar não traria seus pais de volta nem muito menos a faria voltar a andar.
A luz acesa chamou atenção de Nana que logo apareceu no quarto da adolescente e acendeu a luz. A babá tinha uma expressão preocupada na face.
- Estou bem, apenas não consigo dormir. – falou tentando tranquiliza-la.
- E porque a sua expressão facial diz outra coisa?
- Estou perfeitamente bem Antônia. – disse secamente e a mulher meneou a cabeça, a loira era tão teimosa quanto o tio - Poderia alcançar meu caderno? - pediu e a mulher assentiu com a cabeça.
Pelo pouco que conhecia a menina, assim como os anos que convivera com Guilherme, sabia muito bem como agir com um Portilla teimoso. Sem falar nada caminhou em direção a escrivaninha e retirou o caderno da mochila. Um pequeno pedaço de papel caiu ao chão fazendo com que Anahí sentisse seu coração acelerar. Como não havia visto aquele bilhete? Seria mais um do tal admirador?
Sem olhar o que ali estava escrito, Nana o entregou juntamente com o caderno para a loira juntamente com o estojo escolar.
- Qualquer coisa...
- Estou bem, vá descansar. – interrompeu-a – Não há com o que se preocupar.
Antônia assentiu e antes de sair pela porta a encarou.
- Tudo pode parecer difícil e injusto, mas para tudo há um motivo, uma solução. – falou, desligou a luz e fechou a porta.
Anahí involuntariamente sorriu. As palavras de Nana um pouco lhe lembraram da mãe. Ela saberia exatamente o que fazer.
"- Quando encontrar o seu amor verdadeiro filha, ame-o com todas as suas forças como se não houvesse amanhã".
Não soube ao certo o porquê de ter recordado o que a mãe lhe disse pouco antes de partir. Seria um aviso dos anjos para que vivesse intensamente seu amor por Alfonso?
Recordou-se do bilhete em suas mãos e abriu-o imediatamente.
"Não posso te dar tudo, mas te dou tudo que eu puder".
Quem seria ele? Seria real ou uma brincadeira?
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Love, Anahí
FanfictionQual o valor da verdadeira amizade? A popular loira de olhos azuis, que antes arrancava suspiros dos meninos e chamava atenção devido a sua beleza por onde passava, tem o seu brilho ofuscado devido a uma cadeira de rodas. Até o namorado decide que...