Minha vida parecia estar se estabilizando, faltava bem pouco para minha faculdade acabar, tinha uma namorada linda por que eu era apaixonada e praticamente já morava comigo, achei que seria o momento de dar o passo seguinte.
Assim que me formasse, eu tinha intenção de fazer uma pós graduação de neurocirurgia e neurologia nos Estados Unidos, não me imaginava longe de Valentina, queria muito que ela fosse comigo, queria fazer esse pedido de uma forma bem romântica.
Deixei muita coisa passar por achar que Valentina era o amor da minha vida, as brigas, meu ciúmes, os sumiços dela sem explicações plausíveis, todo o dinheiro ( meu ) que ela esbanjava e nunca estava satisfeita.
Ela adorava coisas caras de grife, jantares em restaurantes badalos e custosos, e eu fazia de tudo para atender cada desejo seu. Juro que achei que isso era amor, tanto da minha parte quanto da dela.
Então como vinha fazendo várias vezes durante a minha vida, tive a ideia " brilhante " , ia pedir Valentina em casamento, não casamento de papel passado e tudo mais, mas queria ela indo comigo pros Estados Unidos, morando junto, sendo minha mulher.
Passei em uma joalheria, comprei duas alianças de aço cirúrgico prata com dois riscos dourados, mandei gravar nossos nomes nelas.Depois fui até uma floricultura, e comprei muitas rosas vermelhas, dei o endereço do meu apartamento para entregarem. Sabia que Valentina não estaria lá hoje, porque tinha ido para São Paulo visitar a mãe, mandei um recado avisando que chegaria só a noite em casa, assim ela ficaria mais tempo na casa da mãe e eu poderia arrumar tudo a contento e esperar por ela. Comprei velas perfumadas para espalhar pelo quarto e por fim encomendei e um bom vinho. Preparei tudo isso no quarto, era bem mais romântico e pratico, se que você entende a qual " praticidade " me refiro.
De manhã mesmo já comecei a arrumar tudo, eu esperava que ela chegasse em casa ai pelas 18:00, jantaríamos e eu entregaria as alianças e pediria para ela se tornar minha mulher.
Bem antes desse horário já estava tudo arrumado, tomei um banho e esperei ela chegar, seria um surpresa e tanto, já que ela imaginava que eu chegaria somente a noite.
Acabou sendo mesmo uma surpresa e tanto, eu estava no quarto dando uns últimos retoques em tudo, quando ouço a porta do apartamento abrir. Ela havia chegando muito antes do que eu imaginava, corria até a sala para tentar ganhar um pouco tempo antes dela entrar no quarto. Foi quando tive minha surpresa.
Valentina estava na sala, deitada no sofá, deitado por cima dela havia um rapaz que já havia arrancado a camisa e se preparava para tirar as calças, os dois estavam aos beijos.
Fiquei paralisada olhando a cena, eu via aquilo tudo, mas minha mente parecia ter sido eletrocutada, simplesmente me recusava a crer que aquilo estava mesmo acontecendo. Não sabia o que fazer, achei até que por um momento eu me esqueci como se respirava, pois nem me dei conta que prendia a respiração.
Difícil lembrar quando tempo fiquei assim,parada olhando os dois aos agarrões, então ela desgrudou os beiços daquele homem e me viu. A expressão de choque que passou por seu rosto deve ter sido parecida com a minha.
Ela empurrou o cara para o chão e veio na minha direção tentando explicar o inexplicável.
___ Giulia, não é o que você esta pensando.
Não era mesmo o que eu estava pensando e sim o que estava vendo, não era nem preciso pensar. Resolvi não dar atenção ao que ela falava, fui até o quarto. O que antes parecia tão lindo e romântico, agora parecia uma palhaçada e eu era a palhaça mor daquilo ali. Peguei uma mala, comecei a jogar dentro dela as roupas que Valentina deixava ali, enchi, mas ainda tinha algumas roupas, não me importei, fechei a mala e levei até a sala.
Ela estava sentada no sofá chorando, o cara já havia sumido. Coloquei a mala na sua frente.
___ Vai embora daqui.
____ Não Giulia, me perdoa, foi eu erro, eu te amo.
___ Pega sua mala e vai embora de uma vez.
___ Eu sei que você me ama, Giulia, não vamos jogar tudo isso pela janela por um erro bobo.
___ Um erro bobo? É assim que você chama traição?
___ Não vai mais acontecer, acredite em mim.
--- Não vai mesmo, ao menos não comigo. Pega sua mala e vá embora ou vou jogar ela pela janela.
Valentina pegou a mala, ainda tentou me dar um abraço do qual me apartei, não queria mais nenhum contato físico com ela, sentia nojo, raiva e dor. Ela ainda tentava me convencer.
___ Não precisa acabar assim, Giulia.
___ Já terminou, agora faça o favor de nunca mais aparecer na minha frente.
Ela saiu e toda a minha pretensa força e frieza me deixaram, desabei, chorei muito, fui até o quarto, apaguei as velas e joguei junto com as flores e a comida no lixo. Por ultimo peguei as alianças, fiquei por muito tempo olhando para elas, vendo nosso nomes gravados juntos e então, fui até o banheiro, joguei as duas no vaso sanitário e dei descarga, uma boa imagem, afinal era isso que havia acontecido comigo, aquela merda de amor tinha ido pro esgoto, e levado junto os pedacinhos do meu coração partido ( mais uma vez).
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma mente sem lembranças
General FictionO que você faria se todas as suas lembranças fossem apagadas? Meu nome é Giulia Schneider, minha vida sempre foi cheia de reviravoltas, mas nenhuma tão radical como quando, conheci Wendy Alba ou quando a matei. Se tiver paciência para me acompanhar...