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Me sentei à sua frente como da outra vez. Haviam dois copos sobre a mesa, ele me empurrou um.

O olhei de relance.

— Não é americano. — Pensei alto. Não era o café que ele me dava das outras vezes, o que me deixou, surpreendentemente, confusa.
— Achei que não viria, por isso pedi um chá gelado. É meu favorito, ele já estaria frio... poderia provar.

Eu não era de beber chá, eu vivia trabalhando e estudando, o bom Americano me deixava bem desperta.

Resolvi aceitar o copo.

— Por que achou que eu não viria?
— Não achava que você tinha o dinheiro. — Disse baixo, talvez medroso pela última vez em que disse algo assim.
— Eu não tenho. — Falei e ele rapidamente me olhou.

Ele fitou meu rosto, encarou meus olhos, estudou minha expressão como se estivesse tentando ler meus pensamentos.

— Por que veio então? — Ele perguntou, por fim.

Eu também não sabia, e isso não era resposta. Por que eu estava ali? Eu não sabia.

— Eu não pude me comunicar com você, não queria fazê-lo vir até aqui e então perder seu tempo. — Ele bufou e olhou longe.

Ele assentiu. Olhei para meus dedos novamente em busca de palavras, levantei a cabeça para olha-lo quando ele purrou um pedaço de guardanapo para mim.

— Eu tinha a impressão que você já sabia que não conseguiria tal dinheiro antes de marcarmos. — Ele disse sem me olhar.

Ele jogava as cartas na mesa, com a verdade transparente. Era difícil encontrar uma saída.

Peguei o guardanapo e havia ali escrito alguns números. Deduzi que seria o dele. Apenas o guardei.

— Eu irei te pagar. Só tenho isso a dizer. — Falei por fim.
— Boa sorte. — Ele disse, sorrindo de lado.

Ele não parecia preocupado com nada. Digo, nada nessa situação.

— Onde trabalha, Kim SeRi? — Ele perguntou e me mantive calada. — Não vai responder?
— Não para alguém que nem ao menos sei o sobrenome. — Cruzei os braços após beber um gole do chá, que era incrível.

O gosto do chá era viciante, era adocicado, saboroso.

— Jung. — Ele disse, repentinamente. O olhei confusa. — Meu sobrenome é Jung.
— Jung... — Falei e assenti. — Jung JungKook. — Sorri pela forma como os nomes combinavam, não era realmente engraçado, mas divertido pronunciar. — Eu trabalhava num escritório de cobrança de uma das empresas da Park Industries.
— Oh! — Ele disse, sua boca formando um "o". — trabalhava?
— É... — Suspirei. — Fui demitida. Essa semana.
— Você é tão ruim assim? — Provocou JungKook, como se estivesse pensando alto, mas realmente falava para mim.
— Não! — Protestei. — Há um novo dono, provavelmente ele não gostou tanto de mim.
— Ele te conheceu? — Bebeu um gole de seu café.
— Não, nem ao menos sei quem ele é. Deve ser um ahjussi idiota que não suporta ter alguém da classe baixa em sua empresa. — JungKook não deixou de rir.
— Ouvi dizer que ele é o filho do último dono.
— Também não o conheci. — Lamentei.
— Não iria conseguir me pagar trabalhando lá e estudando na HaNeul.

Ele disse. O encarei. De alguma forma não consegui sentir raiva dele naquele momento.

Ele tinha razão.

— Como sabe? — O encarei. — Não me parece que trabalha nesse tipo de escritório. Como pode saber quanto alguém do meu cargo ganha?

Ele deu de ombros.

— Deduzi.

Assenti devagar, tentando entender a situação.

— A propósito, onde trabalha? — Perguntei.
— Ah... — Ele disse, demorou algum tempo para que pudesse responder. — No escritório do meu pai.
— Sério? — Me surpreendi. — Onde fica?
— GangNam. — Falou. — É um negócio pequeno, apenas o ajudo.
— Seu carro não parece vir de um negócio pequeno. — Falei olhando para o outro lado da rua.
— Muito esforço. — Deu de ombros e assenti, ainda desacreditada.

• • •

O fim da manhã havia chegado, e eu não havia notado depois de tanta conversa.

Ele falara do que ele gostava de fazer e do que costumava fazer, o mesmo perguntou a mim, e eu respondia e o ouvia perfeitamente.

Ele havia me prendido em sua conversa e agora seria difícil de me soltar desde que ele parecia totalmente amigável.

— Aish... — Praguejei, olhando para o relógio. — Já está quase na hora da aula, devo ir.
— Não vai comer? — Ele perguntou.
— Já comi! — Falei e sorri sem dentes. Suas sobrancelhas se juntaram. — Eu tenho que ir.

Ele levantou-se rapidamente e foi até o caixa.

Falou alguns segundos com a garota que lá estava e então voltou, com uma pequena sacola em cor papelão.

— Te deixarei lá! — Ele disse, já seguindo o caminho ao carro.
— Não precisa.
— Eu também tomo esse caminho, então não há problema. — Falou, já entrando no carro.

Entrei naquele carro novamente.

Para alguém que disse que nunca mais queria ver o rosto do Apenas JungKook, agora Jung, esse nunca chegara cedo demais.

O caminho foi percorrido de forma silenciosa. Consequentemente, meu olhar viajava por todo o carro, observando cada detalhe.

No banco de trás haviam livros, papeis e o pacote em cor papelão, no painel do carro as inicias JJK, seria seu nome.

Em seus dedos, segurando fortemente o volante, anéis prateados decoravam-os.

Logo estudava seu rosto.

Seus olhos negros e arredondados sendo ligeiramente cobertos por sua franja exageradamente lisa, seus lábios finos cantarolava alguma coisa quando, de repente, parou o carro.

Já havíamos chegado. O tempo passara rápido e eu passara todo esse tempo o encarando? Eu não conseguia acreditar.

— Obrigada... Novamente! — Eu falei, sem jeito e abrindo a porta do carro.
— Ya! — Ele disse segurando na manga de meu moletom. — Tome!

Ele me esticou a sacola. Olhei para a sacola e depois para ele.

— Não vai ficar com fome. — Ele disse. — Não enquanto eu estiver por perto.
— Não seria a última vez que nos vemos? — Falei.
— Apenas se quiser. — Disse e estremeci.

Aceitei a sacola por fim.

Aceitei para correr dali, aceitei para não mostrar que de alguma forma essas palavras mexeram com meu psicológico.

N/A: Gente me desculpem não estar postando muito. Fiquei vidrada escrevendo vaaarios caps e esqueci de postar, mas aqui vai um.

O que voces acham que vai acontecer depois disso? Eles vao voltar a se ver e tudo ficará muito bem ou terão uma rixa hahaha? Espero que estejam gostando, não esquece do fav e de comentar que me ajuda de monte.

Boss // *• JJK •*Onde histórias criam vida. Descubra agora