Love 사랑

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Na tarde seguinte, fora minha vez de ser deixada sozinha no quarto.

Ele não estava em nenhum lugar ali. Apenas tinha me coberto com um cobertor e garantido que as coisas que ele usou na noite passada estivessem em ordem.

O sofá estava arrumado, a pia estava limpa e tudo estava como antes, como se ele não tivesse vindo aqui.

Sobre a mesa, havia um bilhete.

"Precisei ir para casa. Vestir roupas  novas. Não vou demorar, quero que vá comigo a um lugar, certo?"

Ele fora me buscar um tempo depois. Ele se manteve calado durante toda a viagem, parecia mais tranquilo, mas sua expressão ainda era triste.

Parou num lugar quase deserto, cheio de montanhas. Era longe da cidade, desci do carro e ele seguiu caminho, tive que correr para alcança-lo.

— Onde estamos indo? — Perguntei, olhando ao redor.
— Quero te apresentar alguém. — Disse, finalmente.

O segui em silêncio. Quem seria esse alguém?

Enquanto observava mais, vi uma placa numa árvore próxima. Era de prata e forte, mas parecia velha.

Jeon, estava escrita nela. Eu nem queria acreditar.

Enquanto eu me aproximava da placa, havia esquecido de segui-lo. Quando o vi, estava parado num lugar um tanto distante. 

Me aproximei dele e o ouvi conversar

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Me aproximei dele e o ouvi conversar.

— Me perdoa, omma. — Ele disse. Meu coração bateu mais forte, minhas lágrimas queriam sair por meus olhos. — Eu não me tornei o garoto que quis que eu fosse. Meu futuro não foi bem sucedido, não fazendo algo que gosto.

Ele olhou para cima e suspirou.

— Eu vou a lugares que me dizem pra não ir, que você se sentiria decepcionada se eu contasse. Faço coisas que me dizem para não fazer, e fiz a procura do prazer porque... — Ele soluçou. — Você me prometeu que eu iria encontrar meu anjo, mas se passaram exatos 10 anos e eu não o encontrei. Mas agora... Agora eu quero coisas que eu não deveria querer, coisas que estão fora do meu alcance. Pessoas que estão fora do meu alcance.

Ele riu pelo nariz, bufando.

— Lembra do JiMin, meu melhor amigo? — Então eles eram realmente amigos. — Ele me abandonou, e eu deixei que isso acontecesse. Você pode me chamar de estúpido, e eu sou. Mas eu vou apenas abrir um sorriso perante tudo isso porque... Eu não quero ser amigo de alguém como ele, eu quero meu amigo de volta e aquele não é meu amigo. — Mais um soluço. — Mas... Eu me esforço, omma! E... acho que encontrei aquele anjo. — Ele dizia, eu tinha um semblante confuso e pernas trêmulas. — Ela é linda. É insistente e malcriada, birrenta como diziam que você era, e é isso... Ela é como você. E talvez por isso que eu acho que vou ama-la.

Me aproximei mais dele.

— Kim SeRi. — Falou, segurei sua mão.

Ele me olhou, surpreso. Sorri sem dentes, tentando tranquiliza-lo sobre a situação.

— Finalmente posso conhecer sua omma?

Perguntei e ele apenas assentiu, visualizando meu rosto molhado com lágrimas. Era realmente forte ver aquilo, aquela conversa. Meus pais nem ao menos tinham um túmulo.

Me posicionei na frente do seu túmulo, uma foto de uma moça bonita se mantinha ali.

Me ajoelhei naquele chão de terra.

— Não precisa... — Ele dizia.
— Omoni... — Falei, alto.

(Muitas pessoas quando começam um relacionamento com outra chamam os pais do parceiro de omoni ou aboji que significa pais, ou sogros)

— Seu filho é um idiota. — Falei, rindo pelo nariz. Arranquei um bufo do JungKook. — Ele é egoísta e mimado. Quer tudo na hora dele e da forma dele. Me fez chorar inúmeras vezes e machucou meu coração. — Solucei, as lágrimas vinham sem aviso. — Mas ele é bom para mim de alguma forma. Eu o conheço e o entendendo pouco, mas é o suficiente. Ele é uma criança medrosa e agora sei o porquê, porque precocemente você o abandonou. O deixou sozinho no mundo, sem uma mãe. Mas ele cresceu bem, ele errou muito... Mas seus acertos foram maiores. Mesmo tendo abandonado ele, fez um ótimo trabalho alimentando seus sentimentos e personalidade, fantasias. E você é realmente a responsável pelo homem que JungKook é hoje.
— SeRi-ya... — Ele me chamou.
— Eu gostaria de cuidar de seu filho, por favor! — Toquei aquela terra molhada, falei baixo. — Eu o amo, mesmo que ele não me ame, mas eu o amo.

Me levantei, minhas roupas estavam sujas, mas eu não me importava. Eu pude conhecer a dor do JungKook, e era a mesma dor que a minha.

Ele me abraçou. Abracei seu corpo tão fortemente.

Caminhamos até o carro, olhei uma última vez para trás.

— Vamos, SeRi. — Ele chamou.

Entrei no carro finalmente.

Ele deu partida e fomos embora, não muito longe ele parou.

— Devíamos conversar? — Me encarou, assenti. — Eu tive medo de que alguém a machucasse, SeRi. — Ele dizia, suspirei. — Eu preferi me machucar te mandando embora do que te machucar ficando.
— Eu queria apenas esquecer aquilo, tudo bem? — Falei, ele assentiu. Mesmo confuso, assentiu. — Eu quero...
— Saber sobre minha vida? — riu pelo nariz e suspirou. — Bem... Nasci em Busan, vivi minha vida toda lá até que minha mãe morreu num acidente de carro quando eu tinha por volta dos 10 anos. Meu pai me levou para Seoul, onde vivi até hoje. — Ele calou-se, pareceu pensar. — Algumas pessoas a minha volta sumiram, desapareceram. Vi meu pai ser amado e odiado por muitos. Ser acusado de assassino quando uma família desapareceu em uma das organizações contra os atos de meu pai. Eu... — Ele parou, me encarou. Sorriu e encostou sua cabeça no banco, olhando para o teto escuro. — Acreditava que eu encontraria um anjo que cuidaria de mim, mando por minha mãe. Tendo essa ideia na cabeça e nunca tendo encontrado nenhum anjo, deduzi que isso não existia. Passei a ter relações com várias garotas e... — Baixou seu olhar. — Eu procurava sentir apenas o prazer, cogitei a possibilidade que o amor não existia de verdade. Parei com isso quando meu pai disse que meu hyung, JungSeok, se recusou a herdar a empresa, sobraria para mim e eu não podia negar. — Se espreguiçou, então tirou seu cinto. — Tive trabalhos e trabalhos seguidos e tentei não desmoronar, pois meus hyungs também estavam fazendo isso, pensei que também conseguiria. Mas... Eles estavam diferentes.
— Eles queriam o poder à qualquer custo. E você não. — Deduzi, ele assentiu.
— Eu não tive escolha em viver essa vida, SeRi. — Nossos olhos se encontraram. — Então me perdoe se fiz algo errado, eu apenas não tenho experiência com isso.
— Com o quê? — Me senti confusa por esse momento. 
— Com o amor.

N/A: espero que estejam gostando aaaaa

Boss // *• JJK •*Onde histórias criam vida. Descubra agora