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SeRi POVs

— Está bem, JungKook? — Levei as costas de minha mão até sua testa, esperando um calor imenso ali. Alguma febre. Algo que confirme que ele estava inventado ou imaginando coisas.

Ele segurou meu pulso.

— Me escuta, SeRi. — Pediu, olhando em meus olhos. — SeWoon está vivo.
— Não está, ele morreu junto com meus pais. — Falei, dando de ombros e o encarando, ainda atordoado. — Não foi?

JungKook balançou a cabeça negativamente.

— Não foi, JungKook? Diga-me que isso realmente aconteceu! — Pedi.

Ele negou novamente.

Levantei-me da cama.

— Eu... — Respirei fundo. Encarei o teto como sempre fazia para afastar as lágrimas, ri sem humor. — Eu vou pegar um copo de água, está com sede?
— SeRi-ya! — Me chamou. Apenas o ignorei e me afastei.
— Volto em... Um instante. — Falei, chegando na porta.
— SeRi, não...
— Apenas... Me dê um segundo para processar, JungKook. — Pedi, dando as costas e indo embora.

Desci as escadas e fui até a cozinha.

Fechei e abri meus olhos fortemente diversas vezes, a fim de me acordar desse pesadelo ou sonho.

Agora eu entendia o que o JungKook sentira naquela época quando descobriu sobre sua mãe.

Mais de 10 anos sem alguém e então... Reaparece misteriosamente.

Eu estava encostada na pia da cozinha quando alguém entra surpreendendo-me.

Enxuguei minhas lágrimas, que ainda teimavam em cair, rapidamente com as costas das mãos.

— Ah... Boa... Madrugada? — Falei, rindo forçado.
— Por que está chorando? — KyungSoo perguntou.
— Ah... Nada. Apenas... O trabalho e tudo mais. — Falei, baixando minha cabeça e meu olhar ao percebe-lo sem camisa.

Enquanto ele remexia na geladeira, espiei-o um tanto.

A primeira coisa que pude observar fora suas costas. O mesmo que vi da primeira vez que estive ali. Cicatrizes fortes.

— Doeu? — Perguntei, embolado. Era tão óbvio que eu me senti uma idiota naquele momento. Perante tudo. Diante dele.
— Como? — Ele me encarou, fechando a geladeira.
— As queimaduras. — Falei.
— Como sabe que são queimaduras?
— Estudo medicina tem 4 anos, suas queimaduras foram de 2º grau. Não provocando tanta dor quanto a de 1º grau, que é superficial, mas mesmo assim muito graves.

Ele assentiu e bebeu um gole de sua água, ainda me estudando com aqueles olhos tão negros quanto... Os meus.

— Você lembra deles? — Perguntei, apertando o punho, sentindo minhas unhas cravarem nas palmas de minhas mãos.
— De quem? — Perguntou, rindo pelo nariz.
— Da omma e do appa. — Falei e seu sorriso sumiu. — Lembra de como eles eram?
— Desculpe, SeRi, mas não sei do que está falando. — Forçou um sorriso e tentou seguir caminho, mas o impedi.
— SeWoon-a? — O chamei e logo seus olhos marejados se apresentaram.

Caminhei até ele e o abracei fortemente.

Logo ele me abraçou tão forte que senti que nunca mais iria me soltar. E esse era o melhor dos sentimentos.

— A omma tinha os olhos negros como os seus e costumava ter os cabelos longos e negros. Ela era muito branca assim como você. Delicada. Simpática. Mas forte e confiante. Eram realmente semelhantes.
— E o appa? — Perguntei, sentada no sofá ao seu lado, deitada em seu ombro.
— O appa... Ah... Ele era um herói para mim. Dizia que eu deveria te proteger, mas a única coisa que fiz foi fugir. — Ele entristeceu-se, mas continuou. — Ele tinha a pele morena como a minha, e olhos arredondados como os meus.
— Então você é semelhante ao appa e eu, à omma? — O encarei e ele deu de ombros, assentindo.
— Realmente não lembra deles? — Juntou as sobrancelhas. Neguei com a cabeça.
— Lembro das músicas que a omma cantava para mim e o caloroso abraço do appa, mas não de seus rostos.

Ele assentiu.

— Aquele idiota... — Pensou alto.
— Quem?
— Jeon JungKook. — Bufou. — Pedi que não dissesse quem eu era.
— Por que não deveria? — Encarei seu rosto.
— Bem... Quando descobri que estava viva, toda minha vida perdeu a direção. Meus planos e tudo mais... Não queria isso para você.
— Eu perderia o caminho, sim... Mas apenas se você estivesse tão longe. Estava aqui o tempo todo e sabia que eu sou sua dongsaeng, então por que apenas não me alertou?

Ele apenas calou-se.

— Tudo bem, não irei perguntar mais sobre isso. — Ri. — JungKook não precisou me contar quem era você. Ele apenas... Disse que SeWoon estava vivo.

Ele me encarou.

Continuou a me encarar por mais tempo que o normal.

— Ainda não acredito que é a Kim SeRi, minha dongsaeng. — Falou, mexendo em meus cabelos.
— Quantas Kim SeRi parecidas com a omma e que perdeu os pais da mesma forma que você perdeu, conhece? — O fiz rir.

Sua risada era a mesma.

Soube disso pela capacidade que o ser humano tem de lembrar-se de algo por algum som já ouvido antes.

— Lembra da ahjumma? — Perguntei e ele assentiu, animado.
— Ela está viva?
— Óbvio que está! — Ri. — Quem acha que me criou?
— Que sorte... — Logo corrigiu-se. — Não que ter sido criado pela NaYeon tenha sido ruim, mas...
— Você era mais próximo da ahjumma...

Ele assentiu.

— Não pediu para vê-la. — Falei, esperava que ele a quisesse reencontrar.
— Acha que devo? Digo... Ela já não é tão nova quanto antes, sim? — Brincou.

A ahjumma era mais nova que a omma, mas de qualquer forma, reencontrar um quase filho depois de 10 anos repentinamente não era bom nem para a pessoa mais saudável.

— Deveríamos tentar? — Falei.

Ele deu de ombros.

— Sinto falta dela. — Me abraçou.

Assenti, o confortando.


Pela manhã, talvez quase meio-dia, JungKook voltou à casa.

Estive passando tanto tempo com o SeWoon que nem mesmo havia notado a ausência do JungKook.

Enquanto SeWoon e a NaYeon preparavam juntos o almoço, subi até o quarto.

JungKook mexia no celular e tinha sacolas abarrotadas de coisas num canto do quarto.

— Onde esteve? — Perguntei, sentando-me ao seu lado.

Espiei o visor de seu celular e "YoungJoo" era mostrado no chat.

— Ela está bem? — Perguntei.

Ele assentiu.

— Ya, estou falando com você! — O empurrei.
— E estou ouvindo! — Disse com a cara fechada.

Depositei um beijo em seu rosto, isso fez com que ele baixasse o celular e então me encarasse. E logo, que sorrisse de lado, sem dentes.

Me fez sorrir o fato de estar tão tímido subitamente.

— O oppa está vivo. — Falei, segurando sua mão e remexendo em seus anéis. — E precisei de um tempo com ele.
— KyungSoo... Digo, SeWoon...
— Pode chamá-lo de KyungSoo, é seu nome agora. — Falei, ainda analisando seus dedos.
— KyungSoo reagiu tão medrosamente quando descobriu sobre você, eu fiquei tão assustado ao ver a omma depois de tanto tempo. Como não reagiu da mesma maneira, como se sentiu tão... Bem com isso?

Suspirei e então encarei seus olhos.

— O incomoda ter sido fraco quando a NaYeon voltou? — Ele deu de ombros, mas eu sabia que sim. — Não vou responder à essa pergunta, JungKook.
— Por quê?
— Não vou ser responsável por deixá-lo menos humano. — Seus olhos pareciam brilhar mais naquele momento.

N/A: mais um cap pq to muito feliz pelo apoio que voces tao me dando! Muito obrigada, sério!

Boss // *• JJK •*Onde histórias criam vida. Descubra agora