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Lívia
Fechei os olhos com força esperando o impacto da multidão se arremessando sobre mim. Lembranças, sonhos e desejos, tudo seria jogado fora por causa de uma descriminação absurda que essas pessoas hipócritas sente por uma falha no meu DNA. Medo, receio, Pânico e tristeza nada me atingia  a única coisa que permanecia era o meu ódio sobre todos aqueles que tinham levantado seus arpões e espadas para me atingir. A neve caía freneticamente, ainda não tinha me vindo a tona que a minha vida teria parado por aqui. Não conseguia sentir a parte exposta das minhas costa devido a neve, o frio estava tão intenso que parecia que meus órgãos estavam se congelando de maneira lenta e dolorida.

__ NÃO POR FAVOR,NÃO FAÇAM ISSO. - escuto uma voz feminina familiar ecoar sobre a multidão.

__ Lúcia. - sussurro.

Me levanto rapidamente para ver o que de fato estava acontecendo e me deparo com uma cena que me cortava o coração. Minha tia vinha correndo mancando pela neve gelada que caía naquele exato momento, seu rosto inchado e molhado fez com que um desespero tomasse meu ser, de seu nariz saía muito sangue e ela não parecia aguentar por muito tempo a dor que ela sentia em seu corpo, vários hematomas estava sobre seus braços, rosto e pernas, vários tropeços a fazia cada vez mais diminuir sua velocidade, ela realmente estava se esforçando, mas ela não iria aguentar por muito tempo. Porém o que mais me intrigava era o seu estado físico, que estava totalmente crítico e que me despertava uma única pergunta. Quem fez isso com ela?

Em um estalar de dedos a multidão se lançou em minha direção. Foi como se tudo estivesse em câmera lenta, tudo que se movimentava perdeu o seu sentido, até os flocos de neve que caiam em sequência pararam, parecia magia. Olhei a minha volta e vi minha tia apontando sua mão direita para a multidão a minha frente. O que ela está fazendo?

  Logo em seguida minha tia olhou dentro dos meus olhos e deixou uma lágrimas em seu rosto rolar, ela altomaticamente se ajoelhou e caiu de frente para a neve que cobriu todo o seu rosto.

__ NÃO. - gritei como se fosse a última coisa que eu iria fazer na minha vida, eu não queria saber quantas pessoas estavam em minha frente só queria chegar até minha tia e a abraça-lá como  nunca a abracei, era estranho para mim ter esse sentimento, era como se uma barreira entre nós fosse quebrada tornando um abração muito necessário naquele momento.

Como em um flash tudo volto em sua velocidade normal, senti alguém me pegar pela cintura e me segurar com toda sua força me precionando contra seu corpo, quando fui me dar conta a multidão estava encima de mim arremessando vários objetos em minha direção que nunca eram acertados. Consegui reparar um círculo informal em minha volta feita pelos cavaleiros da cidade. O que eles pensam que estão fazendo?

A multidão enfurecida cada vez mais fechava aquele círculo feito pelos cavaleiros, vários cavaleiros olhavam uns para os outros se comunicando que não iriam aguentar mais nenhum segundo em pé, a neve que caía ficava cada vez mais pesada os ventos fortes derrubava várias árvores que estavam naquele local.

__ FELIPE, NÃO VAMOS AGUENTAR MAIS. - grita uma voz roca e desconhecida que fez o homem que me precionava contra seu corpo acelerar seus batimentos cardíacos.

Procurei por minha tia em todos os lugares e não a encontrei, várias lágrimas quentes desciam pelo meu rosto ao pensar que estaria sozinha daqui para frente, nunca vou compreender o motivo de tanta revolta contra mim, isso era uma coisa que realmente me causava revolta, mas não me abatia como está abatendo agora.

A última domadora de dragõesOnde histórias criam vida. Descubra agora