Era como se eu vivesse aquele dia, como todos os dias! Minha vida parou lá mesmo, de uma maneira que nem eu consigo explicar.
O vento forte, a neblina intensa e escura, o chão coberto por neve recém caída...era como eu amava ver a aldeia.
Mas havia alguma coisa diferente, Áquila junto ao meu pai demoravam a chegar da última caçada, por mais que eu sabia que minha mãe e meu pai sabia muito bem se cuidar, me tornei muito protetor encima de Áquila depois que ela descobriu que estava a espera de outro bebê! Uma menina.
Uma movimentação barulhenta feita no portão leste da aldeia que invadiu meus ouvidos ainda quando eu estava dormindo, peguei minha pequena blusa cinza e rápidamente me direcionei até o portão grosso de madeira que abria lentamente.
Avistei minha mãe de longe adentrando na aldeia e em seguida sendo cercada por várias crianças que insistiam em ficar em minha frente! Pedi licença a várias crianças a minha volta até chegar perto o bastante de Aquila e automaticamente lançar um abraço afetivo na mulher que eu mais amava, até que...Quando eu cheguei perto o bastante de Áquila, reparei que atrás dela havia uma garota que certamente tinha quase mesma idade que eu. Seus cabelos longos e ruivos era o destaque naquela aldeia, onde todos tinham seus cabelos grandes e escuros exceto os homens, sua pele clara ajudava a destaca a pequena garota que tremia de medo ao ver tantas crianças que faziam de tudo para tentar toca-la. Ela era simplesmente fora do padrão.
__ Glên. - escuto minha mãe me chamar, pedindo para que eu me aproximasse em gestos. - se aproxime da sua nova irmã!
__ ela já nasceu? - pergunto e arranco uma gargalhada de minha mãe que faz a garotinha sorrir ao ouvir o doce som da voz de minha mãe.
__ não. - fala minha mãe passando a mão nos cabelos ruivos da garota! - digamos que ela é sua irmã de coração! - fala minha mãe ainda olhando para a garotinha.
__ de coração? - pergunto confuso
__ sim, porquê o amor que você vai sentir por Clara, vai ser como se fosse sua irmã de verdade.
Sinto um sorriso se formar em meu rosto ao ouvir pela primeira vez o nome da garota que fixou seus olhos escuros nos meus.
Sempre que chegar um novo intregrante na aldeia minha mãe diz que eu devo abrir um sorriso sincero para que a pessoa se sinta a vontade entre os novos amigos dela e foi assim que recebi minha nova irmã, com o sorriso mais largo que minhas bochechas aguentaram.
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O tempo passou e eu e Clara formos crescendo juntos, minha mãe já tinha dado a luz a uma pequena garotinha chamada kaú, que normalmente passava o dia dormindo! Toda manhã eu e Clara nos dirigimos até o riacho mais próximo e brincavamos de luta até o anoitecer, fizemos vários teste para entra na classe dos guerreiros da aldeia, e muitos deram errado! Por várias vezes eu pensava em desistir, mas Clara sempre vinha e me incentivava a continuar... Até que um dia, conseguimos vencer uma série de duelos e se tornar um dos líderes mais jovens da aldeia.