Os primeiros raios solares me despertaram naquela manhã.
Eu literalmente sentia uma forte agitação dentro de mim, só não conseguia identificar o núcleo de tudo.
__ até que enfim... - diz o médico penetrando seu olhar no meu enquanto eu me ajeitava na cama.
__ Cris, certo? - pergunto desviando meu olhar e sentido uma queimação em minhas costas.
__ sim, você não deve...
__ eu me lembro de tudo. - o interrompo ficando sentada na cama com os pés para fora da mesma.
__ tem certeza? - pergunta um pouco curioso
__ cadê ele? - pergunto relembrando de Arthur. - onde ele está? - saio da cama com pressa indo em direção a porta do quarto sendo barrada em milésimos de segundos por Cris que me olhava confuso.
__ você não está em condições. - rebate.
__ eu não posso esperar, eu preciso ver ele, preciso ver Aurora, preciso...
__ coloque suas roupas, voltarei em 10 minutos. - diz o médico serenamente me dando as costas.
Era sobre isso que ele se referia?
Sim... Eu não havia reparado minhas condições e nem meu estado. Sinto minhas pernas fraquejar e meu rosto queimar ao sentir meu corpo ser coberto por apenas dos pedaços de panos brancos.
Olho para o lado e vejo um pequeno armário enferrujado onde certamente ficaria minhas roupas.
Me aproximo com desdém e passo delicadamente meus dedos na ferrugem.
A sensação de estar viva era peculiar.
Puxo com força a porta do armário e vejo um conjunto de roupas pretas com laranja. Os vestimentos com certeza era o dobro do meu tamanho, mas era o que me restava.
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Cris não pronunciava uma palavra, em nenhum momento fiz questão de iniciar um diálogo mas por algum motivo algo estava errado no garoto. Com certeza deveria ser paranóia minha, porém ter uma voz gritando em minha mente o inverso realmente me incomodava.
__ acima de tudo. - diz Cris parando de frente a uma porta de aço pesada. - não faça nada, só me siga. - diz o mesmo abrindo a porta e fazendo vários gritos penetrar meus ouvidos. - venha. - diz o mesmo apressando o passo.
Sim, havia várias pessoas que gritavam com toda força por algum motivo que não era reconhecido por mim.
Eles estavam bem, então... Por que estavam gritando e socando as coisas?
__ eles estão em uma ilusão. - diz o médico correndo sem que ninguém o tocasse.
Lógico que fiz o mesmo.
__ que ilusão é esta? - pergunto vendo várias pessoas chorarem de desespero.
__ devido ao último ataque essas pessoas foram até a árvore da verdade que fica no centro do fogo para ver o que de fato havia acontecido com seus entes queridos, então eles estão vendo uma visão geral do que aconteceu sem que ninguém os conte. - diz o médico abrindo uma outra porta um pouco maior com rapidez.
Ele sabia de tudo aqui pelo visto.
Assim que passamos pela porta todos os gritos se cessaram deixando apenas o barulho da nossa respiração.
Com certeza eu havia gostado da resposta da tal árvore, pois eu poderia ver onde Seny poderia estar.
__ então essa árvore funciona para ver como está a situação de alguém? - pergunto curiosa.