Contra elemento

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Em nenhum momento achei certo te atingido Arthur com o feitiço, mas foi o único jeito que eu encontrei para não o machucar.

Eu corria entre as matas com uma velocidade que eu mesma não conhecia, eu sentia o ardor dos ferimentos que surgiram conforme eu passava em meios aos espinhos, porém eu não conseguia ver eles se formando devido a velocidade que meu corpo havia atingindo.

Ouço algo passar ao meu lado fazendo com que meu corpo automáticamente parasse. Algo muito rápido conseguiu me alcançar parando a poucos metros em minha frente.

Consigo escutar as batidas constantes do coração humano que se dirigia ao meu encontro assim que eu parei de correr, o cheiro fresco do sangue aguava minha boca de uma maneira absurda, era como se eu quase não conseguisse controlar minhas vontades.

__ você conseguiu velocidade, isso é bom. - diz Arthur aparecendo entre as árvores com a maior parte da roupa rasgada. - porém, não está ao extremo.

__ o que você quer? - pergunto mordendo meu lábio inferior ao sentir o cheiro fresco de seu Sangue correndo em suas veias.

__ você. - diz abrindo um pequeno sorriso. - quero lutar com você.

__ fica longe de mim. - respondo rápido sentindo meus impulsos gritarem.

__ você precisa liberar o que está te consumindo. - diz ele parando a poucos metros de mim. - vamos fazer o seguinte. Vamos lutar! Sem dó, sem receio, vamos lutar até o sangue de alguém se derramado e quem conseguir poderá pedir algo em troca por conta da vitória.

__ Arthur. - sussurro sentindo meu corpo automáticamente parti para cima do Garoto que por incrível que pareça não se espanta com minha atitude.

Foi tudo muito rápido! Arthur percebeu meus movimentos antes que eu os executasse-os, era quase impossível conseguir o atingir pois o mesmo só se defendia dos meus ataques.

Meu corpo queimava a cada movimento, algo em mim gritava pelo sangue de Arthur, o cheiro de seu suor estigava o instinto sombrio que crescia em meu peito a cada golpe, era uma briga de força contra força, eu sentia a vontade de Arthur em querer me ferir através de seus socos previsíveis, não havia pena em seus golpes! A mesma vontade sombria que me consumia estava nele também, seus olhos já haviam mudado de cor, para um cinza claro.

Meu corpo já estava ficando fraco, horas haviam se passado e o garoto não mostrava o mesmo nível de cansaço que meu corpo sentia. Arthur com uma velocidade absurda me joga contra uma árvore a quebrando ao meio deixando meu corpo totalmente trêmulo. Eu precisava ganhar forças, mas só de pensar em levantar meu corpo se cansava mais, minha respiração pesada mostrava o desejo que eu sentia pelo sangue de Arthur. Como ele conseguiu me vencer com tão pouco?

Direciono meus olhos para o céu e vejo que o mesmo já se encontrava totalmente armado deixando cair algumas gotas de chuva em meu rosto, era quase impossível relutar ao cansaço!

__ não me surpreende com o seu estado. - diz Arthur sentando em meu colo porém sem por o seu peso real sobre ele. - isso já vai acabar. - diz olhando diretamente em meus olhos caminhando sua mão direita até sua cintura retirando uma pequena adaga do cabo cinza.

Sem tira os olhos dos meus Arthur delicadamente passa a adaga em minha mão esquerda cortando de leve a Palma dela, era quase impossível sentir dor, não havia maldade em seu olhar ele só queria acabar com a aposta.

__ eu ganhei. - diz o garoto que não demonstrava nenhuma alegria no feito. - vou pensar com cuidado na minha escolha. - diz Arthur retirando a adaga de minha mão e levando até seu pulso esquerdo.- porém, enquanto isso, eu te salvo de si mesma. - diz Arthur cortando seu pulso em um corte fundo fazendo com que seu sangue derramasse em meu rosto, fazendo com que meu corpo gastasse suas últimas forças para ir de encontro ao pulso cortado de Arthur.

Era bom, o gosto de sangue invadindo minha garganta era inexplicável, era como se fosse água após dias no deserto, algo dentro de mim se supria do sangue do garoto que ensistia em manter contato visual enquanto eu sugava até a última gota que ele tinha.

Aos poucos meu corpo deixou de tremer, aos poucos eu conseguia meu domínio próprio, algo em mim já havia se saciado. Aos poucos eu soltava o corpo de Arthur que aparentava estar um pouco fraco depois de me fornecer a metade de seu sangue vivo. Porém seu corpo ainda não havia se afastado,ele se aproximava mais do meu.

devido a falta de sangue Arthur apoiava seu corpo no meu  enquanto ele retomava suas forças que certamente não voltaria em minutos.

Eu suguei todas as suas fontes de energia, seria covardia ir embora e deixá-lo aqui.

__ Arthur. - sussurro ao ver que o mesmo já tinha liberado todo o seu peso em mim.

O garoto respira fundo demonstrando sua fraqueza em reagir, não tinha outra alternativa a não ser passar a noite aqui, porém era perigoso demais.

" Protecion"

__ o que? - pergunto confusa ouvindo apenas a respiração funda do garoto.

" Protecion"

Era totalmente famíliar aquela voz, todas as vezes que eu precisava de algum feitiço essa voz de leve sussurrava em meu ouvido.

"Protecion"

__ protecion. - falo levantando minha mão direita em minha frente.

Permaneço com minha mão levantada enquanto uma bolha transparente se formava ao nosso redor impedindo que até às gotas de chuva nós tocasse.

__ Seny, espero que esteja bem. - falo sentindo um aperto em meu peito ao sentir a dor que ele sentia.

Voltarei em breve.

A última domadora de dragõesOnde histórias criam vida. Descubra agora