VI.✓

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Scott pega a Cee dos meus braços e a coloca na cadeirinha, prendendo o cinto de segurança corretamente nela, ela só sabe sorrir brincando com sua boneca de pano ruiva igual ela que ganhou da Gabs e do Brock. Cee está com um vestidinho que é xadrez nas alças e na saia do vestido, a parte de cima é florida. Chris já está entrando do outro lado depois de colocar sua mochila no porta-malas, Scott fecha a porta e vamos para trás fechar e arrumar as mochilas das crianças. Depois ele me abraça, coloco meus braços por seus ombros e deixo um selinho nos seus lábios.

Nós levantamos ainda de madrugada, arrumei as crianças e terminei de aprontar suas malas, quando terminei de me arrumar o Scott chegou, mal deu tempo para nos falarmos com a empolgação das crianças, principalmente o Chris. Ele está muito eufórico. E agora não são nem sete horas da manhã e, de acordo com o Scott, nós vamos demorar cerca de meia hora para chegarmos lá.

— Ele está muito feliz, hein? — Scott fala se referindo ao Chris que está conversando com a Cee dentro do carro.

— Sim, ele está sim. — Sorrio. — Graças a você. — Scott beija minha boca. — Sabe, hoje é o dia em que o Ivan morreu — sussurro muito baixo para ter certeza que ninguém além do Scott vai ouvir. — E o Chris, como você sabe, tem uma memória ótima, então sabe. Eu sei que o Chris marcou essa data, eu acabei não esquecendo também, por mais que seja relacionado a ele — me refiro ao Ivan. — Eu sei que não deveria porque ele foi horrível, mas ainda assim foi o pai dele e foi um pai bom apesar de ser quem ele era. — Suspiro, Scott coloca meu cabelo atrás da orelha e beija minha testa.

— Não diga isso, meu amor, você tem todo direito de lembrar essa data, de lembrar dele. Sei que muitas memórias não são boas, mas se alguma for, você tem direito de lembrar sim. Eu sei que você teve um passado difícil e conturbado, sei que aquele cara não foi o melhor homem do mundo, nem com você nem com outras pessoas. — Ele limpa uma lágrima que escapa rolando por meu rosto. — Mas agora passou, você nunca mais voltará para aqueles lugares, nunca mais vai ver aquelas pessoas. Seus filhos estão bem, vocês estão a salvo, e eu prometo fazer de tudo para que sejam os mais felizes desse mundo.

Eu sorrio outra vez e o abraço com força, ele me aperta nos seus braços e acaricia minha cabeça me aninhando nele.

— Você é a melhor pessoa que já entrou na minha vida, Taylor Scott — sussurro o olhando, ele sorri e vejo seus olhos brilharem.

— Você não sabe o quanto eu é tenho sorte de ter você, minha linda — ele me beija e eu o aperto contra mim.

— Mamãe, Taylor! Parem de namorar e vamos logo! — Rio com o Chris gritando do carro. Scott me da um último selinho e limpa meu rosto das lágrimas restantes.

— Vamos logo — sussurro rindo.

A viagem é alegre recheada de música que o Scott coloca no carro, ele vai cantando a viagem toda quando não está conversando algo com as crianças ou comigo. Em determinado momento a Cee acaba dormindo e o Chris, apesar da euforia, dorme também. Quando chegamos, logo de cara eu já me surpreendo com a casa por fora. Ela é de tamanho médio, nem muito grande nem pequena, suas cores são em azul pastel e cinza claro. A casa tem dois andares, por fora uma varanda linda, uma árvore enorme fica logo ao lado e nela tem dois balanços azuis em correntes.

— Que linda! — Exclamo colocando a mão sobre a boca e encarando o Scott, ele está sorrindo. Ele estaciona o carro debaixo da árvore do lado oposto dos balanços.

Assim que o carro para, o Chris acorda desnorteado.

— Mamãe? — Eu sorrio me virando para trás ainda no banco do passageiro e o olho, percebo sua expressão assustada e seguro sua mão.

Imprevisível✓ - Livro 5 da série Corrompidos. Onde histórias criam vida. Descubra agora