XVIII - Parte II.✓

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— Pode colocar ela — digo para a Mirella que segura a Eva no colo.

— Tem certeza? E se ela cair, Keel? — Sorrio com sua preocupação extrema.

— Vou segurá-la, fica tranquila. — Mirella sorri.

— Não vou cair, mãe, fica calma — Eva garante.

— Viu só? Até ela sabe. — Sorrio puxando a Mirella para o meu lado e beijando sua testa, depois ela me entrega a Eva e eu monto a menininha na moto na minha frente.

— Cuidado — Mirella fala me olhando.

— Vou tomar, pequena. — Pisco e beijo sua mão, ela se afasta e eu volto toda a atenção para a Evie. — Se segura firme aqui, baixinha — explico apontando. — E prende suas perninhas as apertando na moto, isso, assim mesmo. Não se preocupa que eu vou ficar te segurando.

Eva me olha impaciente.

— Não estou preocupada, titio Ken, quero andar logo — sorrio revirando os olhos, como pode ser tão parecido com meu irmão assim? Credo.

— Já tô indo.

Ligo a moto e vou acelerando devagarinho, Eva abre um sorrisão. Fico dando voltas apenas perto da casa, pelos campos. Mirella fica na varanda conversando com a Jessie, mas sempre de olho na gente. Quando me canso, eu estaciono e a Evie faz um biquinho.

— Vamos andar mais, titio — pede me olhando.

— Já chega, baixinha, outro dia nós andamos.

— Ah, tio!

— Ah, Eva! — Imito sem tom e ela ri.

— Você vai me ensinar a andar de moto, né? — Pergunta quando eu a pego no colo e caminho de volta pra casa. Pra sete anos essa menina é bem pequena.

— Quando você tiver idade eu ensino sim, mas seu pai não pode saber, senão ele me mata. — Ela sorri.

— Promete? — Estende o dedinho mindinho me olhando.

— Prometo. — Entrelaço ao meu e sorrio com as lembranças de quando a mãe dela me fez prometer algo a ela do mesmo jeito, a tanto tempo.

Coloco a Eva no chão e subo as escadas.

— Mamãe eu quero uma moto de presente! — Eva fala eufórica parando na frente da Mirella.

— Você não tem idade, Evie — Mirella responde sorrindo. Eva cruza os braços.

— Vou pedir ao papai Noel então, ele não pode recusar — decide e corre pra dentro de casa.

— Boa sorte, pequena. — Rio bagunçando o cabelo da Mirella, ela sorri e mostra língua.

— Vou falar pra ela pedir isso ao titio Noel — responde me fazendo sorrir.

— Deus me livre. — Abraço seus ombros e a trago para perto a fazendo abraçar minha cintura.

— Larga minha mulher, cara — Estevan rosna saindo de dentro da sua casa. Parece que sente quando alguém toca na Mirella. 

Sorrio e me aproveito para abraçar mais forte ela e distribuir beijos na sua bochecha, Mirella só ri. Estevan me empurra e a puxa para seus braços me fazendo rir. Pra mim Mirella é como uma irmã mais nova, eu a amo assim como amo o Estevan, não consigo vê-la com olhos maliciosos. Ela sempre será minha pequena Mirella. Aquela menina adorável que vi pela primeira vez perdida em uma festa, com medo por não encontrar as amigas. E ela passou por tanta coisa, elas passaram, mas Mirella continua igual, com um coração bom e uma alma tão pura.

Imprevisível✓ - Livro 5 da série Corrompidos. Onde histórias criam vida. Descubra agora