🏆 VENCEDOR "THE WATTYS AWARDS 2019" NA CATEGORIA FANTASIA 🏆
🏆 1º Lugar no Concurso Wattpad Brasil - Fantasia 🏆
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Sinopse: Há algo errado com o mundo de Haga, por todos os quatro Vales crianças estão desaparecendo sem deixar qualquer vestígio...
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Era um desconforto tão suave e ao mesmo tempo angustiante. O pequeno menino despertou de uma bela noite de sono com os olhos preguiçosos a varrer todo o seu quartinho amarelo. E o desconforto ainda estava ali, bem no seu peito esquerdo, na marca de nascença em forma de sol. Começou na noite anterior, com um estranho brilho âmbar a emanar da marca, fazendo Tonto sentir um pouco de medo, mas preferiu nada dizer aos seus pais.
Ele se remexeu na cama e levantou o pijama para dar uma olhada rápida na marca, que já não brilhava mais, era a mesma marca de nascença em formato de sol que sempre teve, mas ardia como se o próprio Astro-Rei estivesse ali dentro, aprisionado, tentando derreter a barreira da pele para aquecer ainda mais aquele mundo.
Previsivelmente, a manhã estava aquecida e pássaros cantavam por toda parte. Pequenos pardais entravam e saíam do quarto de Tonto, pois logo acima de sua cama, tinha um ninho cheio de filhotinhos. No início, o menino lutou para tirar o ninho dali, mas refletiu bem sobre o que faria com ele depois e resolveu deixar aquela família agitada de passarinhos em paz. Custou muito a se acostumar com a agitação dos pardais que sempre despertavam antes mesmo do Sol dourado iluminar o vale, mas já não incomodavam tanto.
— Tonto? Já está acordado? — falou sua mãe por trás da porta do quarto.
Rapidamente Tonto cobriu sua marca de nascença e a respondeu:
— Sim, mamãe! Já estou pronto!
Ele estava pronto para o que mesmo?
Oh, sim! Ele havia esquecido do compromisso que assumira na noite anterior! Havia combinado com sua mãe que iriam juntos ao poço para buscar água, antes que o tempo de uso fosse esgotado. Muitas famílias do Vale do Verão se apressavam em abastecer suas casas com água, pois exatamente ao meio-dia, quando o sol estava no seu ponto mais alto, toda a água do poço desaparecia e só voltaria novamente no dia seguinte.
Obrigando-se a ignorar aquela dorzinha ardente em seu peito, Tonto deslocou-se para fora da cama e mudou de roupa. Vestiu sua peça mais amarela, meias longas e listradas, pois ele gostava daquela combinação, e embora estivesse um dia quente, ele não se importava com o calor, pois até gostava dele.
Sua mãe já o esperava do lado de fora da casa com dois baldes, era cedo demais, porém, o sol era gracioso e aqueceu o rosto sardento do menino, iluminando seus olhos castanhos de mel, deixando seu cabelo dourado ainda mais brilhoso.
— Você não cansa dessas meias? — perguntou a Mãe fazendo com que ele olhasse para as meias com certo acanhamento.
— Eu gosto delas, fazem as minhas pernas parecerem engraçadas enquanto caminho.
Ele andou em círculos olhando com atenção para suas pernas finas e listradas até os joelhos. Sua mãe, por mais séria que fosse, não conseguia resistir àquela magnífica atuação do menino, que saltava e rodopiava. Mas não poderiam perder mais tempo. Ela estendeu o balde menor para ele, que não hesitou em se encaminhar na direção do poço.