Capítulo 55 - A solução. Parte II

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Os dois caminharam entre estrelas trilhando um caminho invisível e que serpenteava

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Os dois caminharam entre estrelas trilhando um caminho invisível e que serpenteava. Chegaram perto do Inventor Do Começo e Tonto se arrepiou dos pés a cabeça quase desmaiando.

Aquela figura parecia tão viva, bela e agradável, seus tons eram tão ricos de cores. Um ser de pura luz e compaixão em cada detalhe. Comparando com aquele Inventor que estava ao seu lado, era quase duas versões totalmente diferentes do mesmo ser. Aparentemente o Inventor Do Começo não podia vê-los, ou estava com extremo empenho em uma criação, um globo de energia cintilante nas mãos. Com mais uma explosão, surgiu Haga e toda a escuridão que os envolvia foi dissolvida pela luz do sol, dos vales, dos mares e o ar era fresco, límpido e revigorante. Tonto não conseguia se conter e estava chorando com tanta magnitude. O Inventor Do Começo liberava pelas mãos todo tipo de energia que se transformava em átomos, corpos e substâncias. Montanhas surgiram com explosões na terra, fumaça e chuva e surgiram os seres de todos os tipos que foram espalhados para todos os cantos.

O Inventor ao lado de Tonto olhava para tudo aquilo com certo desdém e parecia ressentido. Então ele deu passos na direção do outro e Tonto acompanhou o que ele estava fazendo: uma pedra no chão agora estava em sua mão.

O Inventor do Começo estava de costas e falava coisas lindas para si, enquanto uma mistura de cores brilhava em suas mãos: dourado, róseo, vermelho e azul.

— Isso será o equilíbrio deste mundo — disse o Inventor do Começo e o Inventor do Agora falou junto quando o outro continuou: — Estou criando a Harmonia das estações, e assim será Haga!

Tonto arregalou os olhos com pavor quando viu o  Inventor do Agora levantar a pedra atrás do Inventor do Começo e quando estava prestes a atacá-lo, Tonto correu gritando chamando a atenção dos dois.

— Por que? O que está fazendo? — gritou o menino.

Apavorado, o Inventor do Começo deixou cair aquela estranha esfera onde brilhavam as quatro cores intensas. A esfera que parecia de vidro espatifou no chão e dela saíram quatro seres gigantes e Tonto reconheceu um deles: era o seu Sinibio. O verão. Ao lado surgiu a Primavera, o Inverno e o Outono. As quatro criaturas de luz e essência subiram flutuando para o céu de nuvens e desapareceram.

Atordoado demais para acreditar naquilo, Tonto tombou numa pedra muito enfraquecido e fechou os olhos por um segundo enquanto os dois Inventores, passado e presente discutiam.

— Ele estragou tudo! Estragou minha única chance de apagar todo erro! – berrou o Inventor do Agora que estava ainda mais enfurecido e suas vestes agora estavam cinza assim como seus cabelos. — Menino tonto! O que fez? O que você fez?

No momento seguinte, o Inventor do Começo foi envolvido por uma névoa escura e suas vestes assumiram as mesmas cores neutras do outro, seus cabelos ficaram brancos.

Uma porta se abriu novamente na frente de Tonto e o Inventor do Agora correu em sua direção. As nuvens ficaram pesadas demais, houve um estrondo fortíssimo na terra como se estivesse se partindo, e realmente estava. Tonto correu de onde estava pois o solo estava se abrindo em uma cratera gigantesca. O Inventor do Começo estava chorando enquanto se isolava na encosta para não cair no abismo. Ali acontecera a maior corrupção de todas: Presente e Passado nunca poderiam se encontrar. E a maior lei do universo fora violada. Tonto saltou para a porta aberta e viu quando naquela Haga do começo, surgiu os Espectros-do-Esquecimento que abraçaram aquele Inventor triste e confuso. A porta foi se fechando até que tudo ficou para trás.

O Inventor de EstaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora