Capítulo 28 - Terra Vermelha. Parte II

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— Eles estão trazendo uma mensagem! — ele disse estendendo uma mão e logo um taraxacum pousou suavemente

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— Eles estão trazendo uma mensagem! — ele disse estendendo uma mão e logo um taraxacum pousou suavemente. — O que querem me dizer?

Liriu Fon não se perdoaria se por um acaso perdesse aquele momento, de tão mágico que era, tornava-se ainda mais mágico e instigante e viu que um por um, os Taraxacuns mensageiros entregavam em palavras miúdas, a mensagem ao destinatário.

— Os Anciões estão avançando — disse um taraxacum que estava na mão de Livi Varua e alçou voo.

— Eles estão na cidade dos inquebráveis e... — também subiu alcançando o primeiro.

— Os Sinibios! Eles estão atrás dos Sinibios e acham que são crianças — disse mais um taraxacum que sorria, embora a mensagem fosse seria.

Outro pousou no ombro de Livi Varua dizendo-lhe:

— Precisamos agir, Livi Varua! Precisamos agir! Haga está adoecendo e crianças desaparecendo, isso é horrendo!

O governador de Terra Vermelha se arrepiou por completo, seu corpo se enrijeceu e sua voz ficou presa na garganta. E enquanto os outros Taraxacuns Mensageiros bailavam no ar acima de sua cabeça, um último pousou delicadamente em sua orelha direita e sussurrou.

— Livi Varua! Oh, Livi Varua! Precisamos agir para impedir que Haga seja destruída. O Inventor não suportaria. Aguardo a sua ajuda, farei o possível. Seu guerreiro, Bonvair.

Em seguida, todos os pequenos seres se juntaram e com risos em uníssono desapareceram no ar, pois já haviam cumprido sua missão. Apenas um havia se perdido e este foi logo atraído por Liriu Fon que assistia a tudo de olhos esbugalhados. O taraxacum bailou a sua volta, hipnotizando seus olhos e disse baixinho:

— Além da janela uma jornada você encontrará, onde a terra não é vermelha, veja o véu se rasgar e atravesse. Atravesse, menina! Atravesse!

E sumiu.

Entorpecida pelo que acabara de ouvir, a menina se assustou de modo que um grito escapou de sua garganta quando um raio caiu a pouca distância da casa. Sentado e pensativo, de mãos unidas, Livi Varua parecia uma estátua pois nem sequer um músculo de sua face se movia. Ouviu-se uma sequência de batidas na porta principal da casa e era o sinal de que os visitantes haviam chegado. Só então, Livi Varua se levantou da cadeira e foi ele mesmo abrir a porta cheio de cortesia.

Liriu Fon tinha apenas uma decisão a tomar. Correu para a sala de reuniões onde obviamente eles iriam sentar e conversar sobre assuntos que não deveriam ser ouvidos por outras pessoas durante horas. Na sala havia uma grande mesa oval feita de mogno avermelhado e cadeiras confortáveis bem acolchoadas. Uma lareira acesa, pois naquela noite a chuva trazia também o frio. Vozes foram exaltadas ainda longe da sala de reuniões e estavam se aproximando. Rapidamente, a menina se esquivou entre uma estante de livros e uma parede, usou uma cortina para esconder a face e seus pés. Estaria bem escondida?

O Inventor de EstaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora