Capítulo 42 - A jornada da Menina Vermelha

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“Eu não posso me recordar muito,mas eu sei,Isso aconteceu silenciosamente, tão silenciosamente

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“Eu não posso me recordar muito,
mas eu sei,
Isso aconteceu silenciosamente, tão silenciosamente.”
— Aurora - It Happened Quiet

Os botes estavam sendo puxados para distante das ondas violentas pelos serviborns, em pouco tempo conseguiram realizar a tarefa. Havia uma tensão no ar e era quase palpável, na verdade, a atmosfera da ilha parecia densa assim como a neblina preguiçosa que lhe ocultava como um grande lençol. Merro Sirva trazia consigo todos os tipos de equipamentos que julgou serem imprescindíveis para a missão. Instruiu a todos os guerreiros como agir, embora muitos já possuíssem experiências de batalha.

Era difícil decifrar o que se passava na cabeça de Mirla, mas seu olhar estava inquieto, muito mais do que sua irmã. O arco estava em sua mão como se fizesse parte de seu corpo e vendo aquilo, todos acharam melhor empunhar suas armas e defesas. A Ilha Tenebrosa podia parecer um lugar de natureza hostil e malévola, mas era muito mais que isso. As nuvens negras no céu impediam que a luz do sol chegasse ali, raios rasgavam no alto causando clarão e estrondos monstruosos, além de toda a neblina, havia a floresta que cercava todo o centro da ilha, era densa e soturna. Dá margem da praia era possível ver os três picos das maiores montanhas mais distantes e a mais alta delas de fato de assemelhava a uma adaga afiada e ousada apontando para o céu.

— Todos conseguem me ouvir? — indagou Livi Varua em voz alta. Todos estavam olhando para ele a partir daquele momento. — Eu quero deixar algumas coisas claras, antes que entremos de vez nessa ilha. Não sabemos o que nos aguarda. Esse lugar possui armadilhas naturais, é hostil. Mas além disso, enfrentaremos criaturas desconhecidas para salvar as crianças que foram raptadas.

Os serviborns estavam atentos, admiravam Livi Varua por sua bravura, liderança e honestidade, além disso, ele era um homem que exalava confiança e segurança a todos os seus súditos. Nas inúmeras batalhas que enfrentaram para defender Terra Vermelha, foi graças àquele tipo de discurso que muitos serviborns conseguiram ir adiante. Um serviborn de barro era fiel a seu povo, assim como era fiel a sua terra, de onde nascera e para onde voltaria. Estar tão distante da energia que os mantinha vivos era como pisar em um solo onde fosse impossível se equilibrar. Atravessaram parte de um oceano, inimigo natural de seus corpos, caso um deles fosse ferido e entrasse em contato com água, se tornaria nada mais que lama, mas ainda assim estavam ali. E Livi Varua estava agradecido por cada um deles.

— Tenho mais algumas coisas a dizer — ele falou rompendo o som bruto das ondas e da ventania. Prosseguiu: — Não podemos nos demorar neste lugar. Hoje, ainda dia, entraremos nessa floresta em busca do local onde as crianças estão sendo mantidas e atacamos de imediato. Para o caso de imprevistos, estaremos de volta a este mesmo lugar no terceiro dia contando com hoje. Vocês entenderam?

Todos assentiram.

— Não quero perder nenhum de vocês, por isso, peço para que não se desviem do nosso alvo. Quando resgatarmos as crianças, partiremos imediatamente, sem poder esperar.

O Inventor de EstaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora