Capítulo 63 - O despertar do último

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Finalmente podia respirar um pouco aliviada, embora todo seu corpo estivesse em alerta

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Finalmente podia respirar um pouco aliviada, embora todo seu corpo estivesse em alerta. Covárdia precisou se esconder entre suas colunas de pedra quando duas senhoras de roupas exageradamente floridas passaram trocando insultos uma com a outra. Pensou que seria capaz de calar as duas caso fosse necessário. Se contentou por não precisar usar a força logo ali. Quando as duas mulheres desapareceram de vista, ela saiu de onde estava cautelosamente. Andou perdida por muito tempo até encontrar o altar dos anciões e suas majestosas poltronas. Não havia ninguém ali.

Subiu o primeiro lance de escada que encontrou e agora estava no andar onde há haviam muitos quartos e todos com portas fechadas. Não ousou bater em nenhuma delas. Era uma invasora, não conhecia as pessoas com quem teria de lidar. Então atravessou aquele corredor e subiu mais um lance de escada chegando ao outro andar. Três homens conversavam diante da porta de um quarto. Covárdia se agachou e tentou ouvir o que diziam.

— Ela quase me matou – dizia o mais enfurecido e de voz mais esganiçada. – agarrou meu pescoço e eu senti tudo congelando!

— Agora como vamos comunicar isso aos outros? E a sra. Dondon? – respondeu o outro que estava andando de um lado para o outro. – A Vigilante Suprema vai nos matar, pode ter certeza!

— Se encontrarmos eles antes que notem o que aconteceu não corrermos esse risco – sugeriu o terceiro.

Os três homens começaram então a procurar pelos quartos mais próximos. Covárdia olhava para trás certificando-se de que ninguém se aproximava pela escada. Votou sua atenção para as investidas dos guardas. Eles iam abrindo as portas dos quartos uma a uma. Aos poucos foram acabando os quartos e ao restar apenas um, os homens pararam diante da porta. Fizeram silêncio. Covárdia observou aflita. O primeiro homem tocou na maçaneta e gritou sacudindo a mão ao alto.

— Estão aí dentro – berrou para os outros. – a maçaneta está congelada! Derrubem a porta!

Os outros dois se afastaram e investiram correndo contra a porta que não resistiu. Covárdia não controlou o grito quando viu ramos espinhosos e floridos erguerem o primeiro guarda no ar e puxá-lo para dentro do quarto. O outro tentou puxá-lo pelo calcanhar mas de nada adiantou. Outros e outros ramos e raízes atacaram os dois guardas que restavam puxando-os da mesma forma que o outro. Restou o silêncio. Segundos se passaram e Covárdia se viu obrigada a ir até lá para ver o que havia acontecido. Seus passos ecoavam pelo corredor. Parou diante da porta derrubada com o medo de também ser atacada. Mas quando uma raiz estava prestes a enroscar em seu calcanhar, alguém gritou:

— Covárdia!

— Flora! É você!

As duas se abraçaram ali mesmo. As raízes que estavam prestes a atacar a mulher recuaram e se enroscaram nos três guardas que estavam pendurados no teto de ponta cabeça. Não podiam gritar e também não se moviam pois um veneno não letal os causou sono profundo.

O Inventor de EstaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora