Capítulo 65 - Feridas

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A notícia da morte do sr

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A notícia da morte do sr. Margor não a abalou tanto quanto os outros anciões esperavam. Estavam ali diante dela e aguardavam algum pronunciamento. No entanto, a mulher mantinha-se inexpressiva. Sentada em sua poltrona não olhava para ninguém.

— Agora sugiro que façamos uma pausa em tudo isso – disse o sr. Molarte, com sua voz rouca e palavras pausadas. Usava suas típicas roupas invernais e tinha o mesmo aspecto resfriado do sr. Soluá. – Precisamos dar uma cerimônia para a honra dele.

— É o melhor a se fazer – concordou o sr. Golosso. – E tem mais: esse clima vai nos atrapalhar. As crianças estão sobre nosso poder novamente. Podemos aprisioná-las e dar continuidade quando essa tempestade se for.

Houve um burburinho entre os anciões que estavam diante da sra. Dondon. Ela percebera o quão estavam abalados com a morte do outro. Também teve a traição do sr. Soluá que jamais seria perdoada. O medo estava entre eles.

— Não haverá adiamento algum – ela disse, rigorosa. Todos calaram-se. – Não há mais como voltar atrás.

— Minha querida, amiga – começou a sra. Catrim que desde que vira a tempestade se aproximar tremia aos cantos. – Não há porquê ter tanta pressa. Vamos fazer isso depois...

— Medrosos! – gritou a outra, cheia de irritação fazendo os cinco estremecer. – Estou cercada de medrosos! Não haverá volta! – gritou ainda mais alto, batendo as mãos sobre a mesa.

— Em memória do sr. Margor – disse a sra. Loreta, que até então mantivera-se calada e soluçante. – Partirei imediatamente para o nosso vale. Juntos representávamos o vale do Outono, mas se não há consideração para com a trágica morte dele, não haverá para a minha. Espero que alcance os seus objetivos obscuras, Mércila. É isso que a mantém viva, não é? Com licença.

Todos os outros observaram enquanto a sra. Loreta elegantemente retirava-se da sala de reuniões. Queriam fazer o mesmo, e não tardariam a fazer, pensou a sra. Dondon. Mas agora já não precisava deles. Conseguira chegar onde queria e nada a faria voltar atrás. Um a um eles saíram da sala em silêncio. Passou-se algum tempo até que alguém adentrou na sala com pressa.

— Sra. Dondon, está tudo pronto. As crianças já se encontram nas redomas e os filósofos experimentais estão dando início ao processo da incisão aura – disse a Vigilante Suprema. – E percebemos que há uma falha relacionada aos mecanogos.

— Que tipo de falha?

— Eles abriram uma passagem aqui – ela disse, estava trêmula. – A cratera está cada vez mais profunda e as criaturas estão atravessando uma espécie de portal para o nosso mundo. 

— Tente contê-los imediatamente. Nada pode dar errado durante a incisão, entendeu?

— Sim, minha senhora. A prisioneira que estava com as crianças – ousou falar de Covárdia. – Devo manter ela com os outros?

O Inventor de EstaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora