Quando chegaram ao local, não tiveram dúvidas sobre o quão difícil seria entrar ali. A fortaleza era uma grande construção de tijolos negros e torres altas. Havia um muro que a cercava é apenas um portão de ferro pesado permitia a entrada e saída. As torres eram três e tinham alturas diferentes sendo a do meio a mais alta e mais elaborada. Os sons que viam de lá eram ensurdecedores de longe e seriam piores quando se aproximassem. As crianças atrás do sr. Cracau encaravam amedrontadas aquela imagem cheia de tons cinza e odores desagradáveis. Fumaça e mais fumaça subia por toda parte e uma densa neblina se formava ao redor dos muros. Estavam ouvindo também murmúrios tristes trazidos pelo ar como andarilhos que carregam pesados fardos. Hau, Alezia e Liriu Fon estavam próximos e sentiam arrepios indescritíveis. A sra. Cracau confortava as outras crianças que estavam ali e dizia palavras boas para encorajar seus corações.
— Vocês sabem o que fazer – disse o sr. Cracau interrompendo o silêncio entre todos. — Não temos tanto tempo quanto precisaríamos. Vamos agir agora.
Então desceram rapidamente rumo a fortaleza Liriu Fon, Alezia e Hau. Os três corriam aos gritos e risadas se aproximando do grande portão quando na verdade seus corações gritavam de medo e horror. Não demorou muito para que chamassem a atenção das criaturas de ferro e sem nenhum coração e bondade. Ao se aproximarem do portão, ouviram pesados estalos e cerca de seis mecanogos surgiram das sombras esticando os braços grotescos para capturar as novas crianças. Liriu Fon não resistiu, assim como Hau. Alezia brincou um pouco, desviou e correu até fingir ser capturada pelo mecanogo que a agarrou pelo calcanhar. Entraram na fortaleza aos gritos desesperados e mais altos. Era o sinal para o sr. Cracau ficar em alerta, em pouco tempo precisaria agir.
Dentro da fortaleza tudo era ainda pior. A lama sob os pés era fétida e enegrecida. Se Liriu Fon estava surpresa com alguma coisa era com certeza com o grande número daquelas criaturas e a forma como eram horrendas. Os três eram levados aos empurrões a atravessar um pátio sujo a céu aberto e as nuvens lá no alto eram tristonhas e algumas pareciam monstros de fumaça e feições pavorosas.
— Acho que eles nos levarão para baixo – cochichou Alezia para Hau que cochichou o mesmo para Liriu Fon.
Sem entender muito o que dissera o menino, Liriu Fon franziu o cenho e petrificou o olhar nos outros dois em busca de mais explicação, mas não demorou muito para que as respostas viessem por conta própria. Quando saíram do pátio lamacento começaram logo a descer degraus de terra e quanto mais desciam mais degraus iam aparecendo. E havia ainda o calor que ia se intensificando cada vez mais. Enxergar estava ficando cada vez mais difícil e havia ainda um forte cheio lama que fazia as narinas arderem. Os mecanogos logo atrás os empurravam com violência para que descessem os degraus mais e mais rápido até que surgiu uma assustadora sequência de túneis gigantes que provavelmente levariam a direções das mais variadas. Ali embaixo era difícil respirar, logo os três começaram a tossir sem parar e ouviam de muito longe, murmúrios baixos e marteladas.
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O Inventor de Estações
Fantasy🏆 VENCEDOR "THE WATTYS AWARDS 2019" NA CATEGORIA FANTASIA 🏆 🏆 1º Lugar no Concurso Wattpad Brasil - Fantasia 🏆 ✨🌻 Sinopse: Há algo errado com o mundo de Haga, por todos os quatro Vales crianças estão desaparecendo sem deixar qualquer vestígio...