🏆 VENCEDOR "THE WATTYS AWARDS 2019" NA CATEGORIA FANTASIA 🏆
🏆 1º Lugar no Concurso Wattpad Brasil - Fantasia 🏆
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Sinopse: Há algo errado com o mundo de Haga, por todos os quatro Vales crianças estão desaparecendo sem deixar qualquer vestígio...
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“Do Pó vieste, e ao Pó retornará. E assim é feita a tua matéria, do Pó. Nada mais és, nem nunca serás”
— Mensagem recebida em um antigo sonho.
A caminhada parecia nunca ter fim e todos ali sentiam uma fadiga pesada sobre os ombros. Merro Sirva carregava uma grande mochila de couro grosso nas costas com facas e instrumentos de pesquisa e medição; alguns metros de corda estavam enrolados em um perfeito círculo e presos a uma fivela também em sua mochila e por um momento ele achou que estava sendo exagerado com tudo aquilo perguntando-se qual o verdadeiro motivo para levar a corda. Jaya e Mirla andavam ao lado e conversavam baixo sempre concentradas e vez ou outra uma das duas parava e se curvava para tocar o solo fazendo algumas constatações. Livi Varua andava mais a frente cortando todo tipo de vegetação pútrida que estava no caminho, não dizia nada, apenas sua respiração ofegante cortava o próprio silêncio; seus ombros largos e fortes estavam sempre em uma postura imponente e majestosa.
Atravessaram um pântano de lama negra e havia sons de grilos e gafanhotos que provavelmente estavam escondidos em torno. A certo ponto, Livi Varua parou e todos os outros fizeram a mesma coisa olhando em torno atentos e silenciosos. Começou a garoar e fazer frio de modo que a neblina estava cercando-os por todos os lados.
— Creio que falta muito pouco para chegarmos até lá — ele apontou com sua espada para a cortina de fumaça negra que subia acima das árvores mortas e distantes. Mirla o encarou com seriedade e parecia querer dizer algo somente para ele. — Vamos descansar poucos minutos e seguir sem pausas — ele ordenou e se aproximou da geóloga. — O que está havendo?
— Esse lugar está tão doente, Sr. Varua. Não era assim...
— Não? — ele indagou sabendo que ela explicaria mesmo sem sua interrupção.
— Não. Eu analisei o solo durante a nossa caminhada e percebi que, conforme nós aproximamos, mais doente ele fica. Olhe — ela enfiou a mão na lama e com um bocado em forma de bolota o mostrou para Livi Varua. — Há uma grande quantidade de algo tóxico, minério pesado demais. Nunca cataloguei algo como isso em Haga.
— Então a Ilha começou a adoecer?
— Sim, ela começou. Suponho que antes de tudo isso, esse lugar explodia de vida. Eu vi carcaças de animais naquele pântano e essas árvores — ela ergueu o olhar. — Se os mecanogos tem alguma coisa a ver com isso, pode ser que estejam aqui há muito tempo. Uma ilha como essa não adoece tão de repente.
— O que mais me intriga é que eles não são daqui... Nunca houve criaturas como eles. Como chegaram aqui e por quê?
— Precisamos descobrir isso o quanto antes — ela respondeu fria e com pesar na voz. — A contaminação já chegou aos lugares mais distantes de Haga.
Mirla queria que suas palavras não passassem de teorias, mas tudo já estava confirmado. Antes de partir para Ilha Tenebrosa, ela recebeu pedidos de ajuda de lugares distantes como: o País do Sono e Laguna onde os habitantes nem sempre procuravam se comunicar com os outros. Em uma mensagem do País do Sono dizia que a terra estava fétida e tóxica, nada crescia, nada se colhia e muitas pessoas já estavam passando por graves necessidades e além disso, havia a contaminação nas nascentes dos rios e lagos. E isso a deixava cada dia mais angustiada com o medo de tudo ser irreversível; de não haver solução, não haver uma maneira de reverter toda a desgraça.