Capítulo 47 - Verdade nas mãos. Parte II

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Corteo já estava bem melhor quando foram levados ao dito quarto

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Corteo já estava bem melhor quando foram levados ao dito quarto. Os dois guardas e a estranha mulher nervosa que os guiaram abriram a pesada porta em um corredor amplo. Halva andava olhando para todas as direções possíveis para que pudesse guardar bem todas as esquinas e desvios, mas não via saída. A congregação era de fato uma construção grande e bem elaborada, tinha três andares e eles estavam no terceiro, onde aparentemente ficavam os quartos, salas de reunião e outros ambientes que eram protegidos por portas pesadíssimas.

Ao mesmo tempo que queria ser muito esperta, Halva precisava disfarçar o olhar curioso quando olhavam para ela, mudando as feições para voltar a ser uma menina frágil e que precisava muito de proteção. Os guardas não se importavam com sua atuação, mas a mulher logo à frente sempre girava a cabeça para inspecionar a menina, encará-la como um cão raivoso. Halva logo percebeu que deveria ter o máximo de cuidado com aquela mulher, mais que os guardas.

— Chegamos ao quarto onde vocês irão ficar – disse a mulher quando pararam de frente para uma porta pálida e comprida. – Antes de dormirem, será trazida a refeição, então esperem. As camas estão arrumadas, mas não façam bagunça e não tentem nenhum tipo de gracinha. Os guardas obviamente irão ficar ao pé da porta.

A mulher tinha um nome muito complicado de se pronunciar e por isso muitos ali a conheciam apenas como Vigilante Suprema. O aspecto rústico de suas roupas, seus ombros e a agressividade de seus olhos pareciam ser digníssimos de tal título.

Foram empurrados para dentro do quarto e a porta se fechou. Aquela história dita pela sra. Dondon de que não haveria mais algemas era verdade, mas ainda assim estavam aprisionados e vigiados. Ao menos, com as mãos livres, Halva poderia se mover, pensar melhor e executar o que fosse preciso. Mas dá atenção estava focada em Corteo, que estava todo curvado sentado na ponta de uma das camas.

Halva precisava romper o silêncio, vendo que ele estava aparentemente bem, precisava saber mais que isso.

— Foi tudo culpa minha – disse Corteo para a surpresa da menina que abrira a boca para ser a primeira a falar. – se eu não fosse tão estúpido, estaríamos em outra situação.

— Não foi culpa sua – retrucou Halva sentando na ponta da outra cama onde poderia encarar Corteo de perto.

— Claro que foi – ele disse ainda de cabeça baixa. Mesmo que estivesse se lamentando, Halva estava feliz em ouvir sua voz. – Você deveria ter fugido naquela floresta, devia ter me deixado sozinho.

— Cale a boca! Agora, mesmo – exigiu Halva encarando com ainda mais empenho. – Você acha mesmo que eu te deixaria ferido naquela situação para fugir? Se estamos aqui, agora, tem um propósito. E a culpa foi daquele velho imundo!

O Inventor de EstaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora