🏆 VENCEDOR "THE WATTYS AWARDS 2019" NA CATEGORIA FANTASIA 🏆
🏆 1º Lugar no Concurso Wattpad Brasil - Fantasia 🏆
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Sinopse: Há algo errado com o mundo de Haga, por todos os quatro Vales crianças estão desaparecendo sem deixar qualquer vestígio...
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— Nós precisamos achar uma maneira de sair daqui! – dizia Halva enquanto andava de um lado para o outro. Ainda sentado na cama, recuperando-se mais e mais rápido, Corteo observava a inquietude da outra com certa admiração.
— Você precisa descansar também, não acha?
— E demorar mais tempo trancada aqui? Definitivamente, não. Você se sente melhor?
— Sim. Já não sinto tonturas.
— Vem, precisa me ajudar a tentar arrombar essa porta – ela disse enquanto forçava a maçaneta. Tentara tantas vezes só naquela manhã que suas mãos estavam começando a calejar, e, ela não estava aberta a desistências.
Corteo se pôs ao seu lado na porta e ambos pressionaram com força a grunhidos a maçaneta para um lado e depois para o outro, mas não obtiveram resultado algum. Exausta, Halva se encostou na parede e desceu deslizando até estar sentada e com os ombros totalmente curvados. O outro, ainda permanecia de pé, estava ouvindo alguma coisa.
— Você está ouvindo isso?
— Esse som está assim desde que chegamos, sempre constante – disse Halva referindo-se ao som dos mecanogos, que até então ela não sabia que era causado por aquelas criaturas.
— Halva, eu estou ouvindo alguém gritando – arfou Corteo novamente com as mãos na maçaneta. Sentia algo de familiar naquela voz, mas ainda não conseguia identificar o quê. Mais alguns segundos se passaram e veio também a certeza dos gritos e batidas. Halva já estava de pé novamente e escutava aquilo de olhos arregalados. Estremeceram os dois com a mesma certeza.
Tiveram ao mesmo tempo a certeza de que se tratava de Flora e ambos sentiram uma onda de tristeza e dor.
— Ela está aqui! – disse Corteo cambaleando para trás choroso. — Eles pegaram ela! Por que?
Halva não conseguia expressar sua angústia. Estava perplexa e a cada grito desesperado que ouvia de Flora fazia seu coração pulsar mais forte e dolorido. Algum tempo depois, não muito tarde, a porta do quanto onde estavam se abriu e a figura tão gélida da Vigilante surgiu como uma fera a apreciar suas presas enfraquecidas.
— Como estão? – ela cumprimentou com um sorriso forçado e estremecido. — Venho para dar uma notícia encantadora a vocês dois. Na verdade, a melhor coisa que irão ver hoje. Podem me acompanhar?
A mulher fez um gesto para que os dois levantassem de onde estavam e saíssem do quarto. Fora dele, Halva olhou para o vasto corredor com inúmeras portas todas iguais, e não ouvia mais os gritos de Flora, o que era uma preocupação ainda maior. Só era possível ouvir os sons dos passos no corredor e mesmo que se esforçasse para ouvir algo além daquilo, Halva sentia-se fracassada. Desceram um lance de escada e atravessaram salas vazias sempre vigiados por guardas. Corteo ia ao lado e analisava tudo o que podia a procura de uma saída, vez ou outra Halva lançava olhares para ele na esperança de que houvesse encontrado algum modo de saírem dali, mas em reposta o menino baixava o olhar em tristeza. A Vigilante caminhava atrás como uma águia feroz e observava cada gesto das duas crianças, sabia que estavam planejando fugir, mas mudariam de ideia muito em breve. Adentraram em uma sala maior e bem iluminada pela luz do dia. Havia o aroma de comida boa e saborosa pelo ar de modo que Corteo se embriagou ao perceber isso. Halva seguia desconfiada, olhava para as portas todas fechadas e os guardas ao pé de todas elas. A Vigilante os encaminhou para o lado mais farto da mesa e puxou cadeira para cada um. Halva não queria sentar, mas lembrou de seu plano, não poderia mostrar tanta resistência, talvez pudesse fingir estar mais flexível.