Capítulo 29 - Girassol adormecido

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Havia apenas escuridão e isso lhe causava frio e agonia aos olhos que nada podiam ver

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Havia apenas escuridão e isso lhe causava frio e agonia aos olhos que nada podiam ver.

O pequeno girassol cresceu...

Surgiu a voz quebrando o silêncio, reverberando pelo que parecia ser um infinito.

Ele gira, e ele gira sem parar...

Era suave e familiar, mas distante e carregada de melancolia. Olhou para todas as direções, embora tivesse quase certeza que nem mesmo estava de olhos abertos.

O frio era quase como um grande urso a abraçar seu corpo, sem que nunca lhe transmitisse calor ou qualquer sensação de aconchego.

— Mã-Mãe — balbuciou arriscando ouvir a própria voz, que naquele momento se apossou de uma agressividade que Tonto jamais havia sentido em seus ouvidos, mas ele não havia gritado.

Para onde o sol for, ele sempre será meu,
Pois no meu peito o girassol eu vou guardar!

Reconheceu aquele trecho, assim como os outros, e teve certeza também de quem estava cantando a cantiga de seu lar.

— Mãe! Onde você está? Olhe, estou aqui, mãe! Eu... — deveria mesmo afirmar que estava de volta? Onde estava? Seu lar? Um lugar tão frio e cheio de ecos sombrios não poderia ter como nome uma palavra que remetia a afago, carinho e amor. — eu voltei.

Como previsto, sua afirmação soou mais como uma dúvida cheia de medo e seus olhos se encheram de lágrimas, as quais ele não podia enxergar naquela penumbra.

O vale é dourado... Retornou a voz de Margarida entre estalidos e sons agudos que se assemelhavam a correntes sendo arrastadas.

— O nosso amor tão valioso — gritou Tonto, sem o ritmo e engolindo as lágrimas. — Mamãe! Onde você está?
Sua voz foi e voltou, e foi novamente até perder a intensidade.

Família girassol, lado a lado,
O nosso amor é valioso.

O nosso amor é...

Uma névoa se ergueu cobrindo por completo o corpo de Tonto, e ele não podia fugir, não estava enxergando nada e seus soluços eram altos. Sentiu seu corpo ficar leve e em seguida se sentou e aos poucos pareceu adormecer. Não ouvia nada, nem mesmo os ecos, nem a voz de sua querida mãe a cantar a canção do seu lar.

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