Capítulo 52 - A Rosa da esperança

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Flora estava tão perplexa quanto Covárdia quando descobriram que o tempo todo havia um rastro de flores sendo deixado para trás

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Flora estava tão perplexa quanto Covárdia quando descobriram que o tempo todo havia um rastro de flores sendo deixado para trás. Aquilo não era nada bom. As duas conseguiram se esconder de um guarda durante a madrugada que encontrou o rastro e por muito pouco não as viu subindo a colina. Elas não sabiam porém, que uma mulher ainda mais perversa já estava muito perto de descobri-las. A manhã estava diferente do que fora o outro dia, não havia tantas nuvens pesadas, embora a construção gigantesca inspirasse por si só um ar amedrontador.

— Aqui está cheio de guardas, estão seguindo o rastro de flores – lamentou Flora.

— Por favor, tente controlar. Não tem como? – Covárdia estava ofegante pois tentava arrancar as flores que cresciam logo atrás percebendo que era uma tarefa inútil. — Acho que seu Sinibio está se manifestando de uma maneira mais forte.

— Quando eu fecho os olhos, eu consigo ver uma coisa – Flora via perfeitamente aquela coisa, que era um ser de luz rósea e primaveril, a essência penetrava em sua mente e ela reconhecia bem. — É como se fôssemos um só.

— Vocês são! – Covárdia a puxou para trás de um rochedo, e ali era o único esconderijo onde podiam ficar por muito tempo. As rochas ficavam atrás da congregação e por isso ainda era uma sorte não haver muitos guardas por ali. — Vocês são um só. Tente se conectar a isso e faça o controle. Você precisa, Flora.

A menina fechou os olhos, pôs instintivamente as duas mãos sobre seu Sinibio que brilhava e respirou fundo. Ao longe, dava para ouvir batidas pesadas e grunhidos horrendos de criaturas tenebrosas. Ela tentou não ouvir aqueles sons, no começou foi difícil manter concentração e ainda havia toda a expectativa de Covárdia sobre ela, mas aos poucos começou a relaxar o corpo, respirando de forma mais compassada e em segundos já podia visualizar a si mesma e toda aquela energia, ambas conectados por movimentos semelhantes e Flora interagiu com aquela criatura até que podiam entender o que o outro desejava. Ao abrir os olhos, viu a face preocupada de Covárdia, mesmo que ela tentasse esforçar um sorriso, ainda era carregado de medo e preocupação.

— Seu sinibio parou de brilhar – disse Covárdia. — Será que funcionou?

— Vamos ver quando não deixar mais um rastro de flores e ervas enquanto caminho. Covárdia, como vamos entrar lá?

Aquela era uma boa pergunta e talvez a mais temida por ambas. Enquanto olhavam para a imensidão da construção, só conseguiam imaginar todos os tipos de barreiras que teriam a enfrentar. Olhando para os corredores, viam guardas atentos e armados, pessoas que iam e vinham o tempo todo. Não parecia existir sequer uma brecha por onde alguém pudesse entrar sem ser visto. Abaixaram-se atrás do rochedo mais uma vez e viram quando um homem magro e de vestes azuladas saía da congregação para a luz da manhã. Parecia tão atordoado quanto encurralado. Covárdia sentiu-se curiosa e passou a acompanhar os movimentos do homem pelos fundos da congregação. Ele parecia querer se esconder e realizar algo que deveria ficar em segredo. Teve certeza disso quando o viu entregar um embrulho de veludo nas mãos de um guarda que começava a segui-lo apenas por seguir.

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