Capítulo 57 - De volta ao lar

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Tonto estava ainda com falta de ar, o coração acelerado demais e a travessia causara-lhe um desconforto nos ossos que o fez sentar no chão

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Tonto estava ainda com falta de ar, o coração acelerado demais e a travessia causara-lhe um desconforto nos ossos que o fez sentar no chão. O Inventor também reclamava de dores e gemia sem parar até que deu alguns passos para trás e ruidosamente caiu em um enorme buraco no chão onde alguns pombos apavorados alçaram voo. Os dois haviam atravessado o portal não para tão longe como pensaram, estavam na verdade muito perto da Oficina e aquilo era de fato uma péssima coisa a acontecer. Tonto foi até a beira do buraco e olhou para o Inventor ainda levantando e encolhido bem no canto, estava Nenonimio tão assustado que se pudesse cavaria ainda mais fundo o buraco para que pudesse se esconder.

Quando os dois se viram, trocaram um olhar inconfundível de amizade; já o Inventor, bom, ele estava bem. Talvez tenha machucado alguns ossos antiquíssimos, mas iria se recuperar. Nenonimio olhava para o ser pálido e envolto de magia boquiaberto e logo os pombos, – toda a sua família. – voltaram a se agrupar em volta do menino e perto do Inventor.

— Por que nos trouxe até aqui? Era para ter pensado em um lugar mais distante – esbravejou o Inventor voltando-se para Tonto lá no alto.

— Eu não consegui pensar em um lugar mais distante e você não me disse que deveria pensar em algo assim.

— Péssima coisa! Péssima coisa! Eles estão vindo! Você precisa me tirar daqui imediatamente.

— Não tem nada para puxar vocês daí!

— Péssima coisa! Péssima coisa! – resmungava o Inventor sem sequer olhar para o menino encolhido que ainda o encarava de olhos esbugalhados. — Agora vai ser o fim! O fim de tudo está se aproximando! Eu sabia que não deveríamos sair de lá. Ora... Péssima coisa.

— O senhor é o Inventor? – indagou Nenonimio admirado, os dentes tortos e grandes brilhando feito pedrinhas de leite.

— Acho que está um pouco óbvio demais, não está?

— Não fale assim com ele! – gritou Tonto lá de cima enquanto procurava algum jeito de escaparem dali.

— Sim, menino magricela. Sou eu. O próprio – vangloriou-se ele.

— O livro! Pegue o livro e abra mais uma saída!

— O livro não está comigo! Péssima coisa! Onde está?

— Aqui está – Tonto catou o pesado livro envolto de pó cósmico e lançou para as mãos trêmulas do Inventor que vacilou e o deixou cair no chão.

Antes que pudesse se abaixar vagarosamente por conta das dores nas costas, duas mãozinhas fracas porém ágeis envolveram o livro e o ergueram para o Inventor. Tonto estremeceu e fechou os olhos, pois sabia que bastava um toque para que o Inventor se convertesse em um pombo e talvez o mais chato de todos. Mas não houve nada disso, Neno tomou todo cuidado possível para que suas mãos não tocassem as do Inventor, mas ainda assim houve o toque.

O Inventor de EstaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora