Capítulo 49 - Um mundo corrompido

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— Deixe ela dormir um pouco mais — sugeriu uma voz muito baixa e abafada por passos que queriam ser silenciosos, mas não conseguiam

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— Deixe ela dormir um pouco mais — sugeriu uma voz muito baixa e abafada por passos que queriam ser silenciosos, mas não conseguiam.

— Não dá para deixá-la dormir pra sempre – retrucou uma outra voz, mais próxima e suave.

— Quem manda bater na cabeça dos outros com um pedaço de ferro! – retaliou a primeira.

— Não dava para enxergar e se a gente fosse chamar por ela, iriam nos pegar ali mesmo.

— Que seja! Digo apenas que você exagerou um pouco.

O zumbido nos ouvidos eram atormentadores e Liriu Fon se sentia tão cansada e sonolenta que poderia aproveitar a dor aguda na cabeça para dormir mais e mais. Faria isso se não fosse pela voz chamando por ela insistente.

— Ande, abra os olhos! Faça um esforço.

Quando conseguiu aliviar a confusão de seus pensamentos, seus olhos fixaram em um rosto muito próximo ao seu. Os cabelos longos e finos da menina caíam em sua face, mas ela não se importou.

— Vem... — ela agarrou Liriu Fon ajudando a sentar e ficar parada. – Você sente muita dor?

— Só um pouco – foi o que ela conseguiu afirmar, a voz parecia um monte de pelos no meio de sua garganta. — Onde estou?

— Abrigo! – respondeu a menina se afastando para pegar algo em uma mesa. – tome, beba um pouco.

Era água. Liriu Fon nunca saberia descrever a sensação de beber água depois de tanto tempo com sede; mesmo que aquela água fosse um pouco salubre e tivesse um pouco de visgo, era fria e o suficiente. Devolveu o copo ou era uma espécie de concha? Não dava para discernir. O local onde estavam era escuro e havia apenas um lampião aceso ao lado do que parecia ser uma cama, mas na verdade era um amontoado de panos e madeira.

— Bom, fico aliviada em ver você acordada – disse a menina.

— Claro, você estava morrendo de medo que ela tivesse morrido – voltou a dizer aquela mesma voz e quando apareceu à luz âmbar do lampião revelou ser de um garoto alto e maltrapilho. Seu rosto estava marcado por cicatrizes e manchas de carvão que pareciam unir suas duas sobrancelhas em uma só. — Oi, meu nome é Hau. – ele estendeu a mão para ela com gentileza.

— Sou Liriu Fon...

— Ela se chama Alezia, a louca que bateu na sua cabeça com um pedaço de ferro...

— Me desculpe – disse a menina com um sorriso tímido. – Você está em segurança. Esse lugar é um abrigo para os raptados que conseguimos resgatar.

O Inventor de EstaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora