Capítulo 11 - Carne Seca. Parte III

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O sol baixou deixando para trás mais um dia

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O sol baixou deixando para trás mais um dia.

As inúmeras constelações leitosas no céu, deixavam uma iluminação natural e melancólica pela floresta e olhando de longe, era possível imaginar aquelas cinco crianças como fantasmas tristonhos ao redor de uma pequena fogueira.

Foi graças às habilidades de Halva em acender fogueiras e lareiras, que conseguiram aquele feito. Ela ordenou que Tonto e Flora fossem procurar pequenos gravetos, enquanto ela mesma foi a procura de pedras secas e ásperas, também encontrou palhas e gravetos menores junto com Olati que não queria sair de perto dela. Corteo, que decidiu por conta própria caçar algo para comerem chegou pouco depois que a fogueira estava acesa com um grande e esquisito rato morto nas mãos.

Mas o que fariam com aquele rato esquisito de pelos esverdeados? Como iriam fazer limpeza?

Flora foi a primeira a pedir que não comessem da pobre criatura já morta e por mais que estivesse com fome, Halva concordou que não deveriam comer daquilo.

— Ótimo! Que maravilha — exclamou Corteo ainda com o estranho rato nas mãos. — O que vamos comer, então?

— Corteo, nem mesmo você teria coragem de comer isso. Está fedendo! — retrucou Halva.

— Ah... Isso é horrível — ele admitiu chateado e tratou de jogar o animal distante, no meio de um arbusto atrás das árvores que os cercavam.

— Estou sem me aguentar de fome! — bufou Flora.

— Ah! Como sou burro, eu esqueci completamente! — agitado, Tonto remexeu na bolsa e tirou dela alguns pedaços de carne seca. — Isso é carne! Vamos esquentar na fogueira, acho que a minha bolsa caiu na água do lago e tudo molhou, ficará bem melhor!

Ele enfiou um pedaço em um graveto e passou mais quatro pedaços em tamanhos iguais para os outros. Mas, Corteo se recusou a pegar o seu.

— Não acredito nisso. Pegue — falou Halva olhando-o com seriedade.

— Eu perdi a fome.

Todos voltaram a atenção para o menino, que diante da iluminação da fogueira, parecia ainda mais vermelho e irritado. Tonto pensou em dizer que já havia esquecido a briga, mesmo com certa antipatia por Corteo, não o conhecia bem, mas sabia que ele poderia ser uma boa pessoa. E não podia negar que ele era sagaz e valente.

— Dê-me aqui! — pediu Flora a Halva. Ela pegou o pedaço de carne já quente em um graveto e foi-se para o lado de Corteo, se afastando por um instante de Olati.

— Flora, eu não quero comer.

— Sim, você quer! Eu consigo ouvir seu estômago berrando daqui! Pegue, ande! Não seja orgulhoso.

Ombro com ombro, ela o cutucou até que ele sentisse dores nas costelas e já não conseguisse evitar um risinho quase invisível em seus lábios.

O Inventor de EstaçõesOnde histórias criam vida. Descubra agora