Capítulo 60 - A esperança

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Na sua grande sala de reuniões, Livi Varua debatia com dois filósofos durante as últimas horas e estava impaciente pois o que os homens faziam era pedir-lhe para que fosse paciente

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Na sua grande sala de reuniões, Livi Varua debatia com dois filósofos durante as últimas horas e estava impaciente pois o que os homens faziam era pedir-lhe para que fosse paciente.

— Minha filha e outras dezenas de crianças estão desaparecidas durante tanto tempo, fomos para uma ilha tão distante em uma missão de resgate e só trouxemos sete das que estavam lá – ele dizia e sua voz não oscilava desta vez. Os dois homens, vestidos elegantemente e com seus bigodes bem penteados encaravam-no com seriedade. — Me pedem para ter paciência?

— O exército de serviborns não está preparado para uma batalha, sr. Livi Varua – repetiu um deles, o que tinha uma voz mansa, porém anos e anos de sua vida dedicada a estudos sobre estrelas, batalhas e seres de Haga. — O que quero pedir, é apenas um pouco mais de tempo para que todos estejam preparados para uma batalha caso surja uma. E sabemos que surgirá.

— Entendo sua preocupação, sr. Frajor, mas não podemos esperar mais. Não adianta – Livi Varua andava de um lado para o outro agora, sabia que o que dizia o homem era uma verdade. Os serviborns não estavam totalmente aptos para uma batalha tão iminente. — Precisamos fazer o que estiver ao nosso alcance para salvar as crianças e Haga.

— Haga irá se recuperar de toda essa mazela, sr. Livi Varua – disse o outro. — É o nosso lar. Tem sofrido com inúmeras catástrofes, mas irá se recuperar em breve.

— Não irá. Os desastres que estão acontecendo, os animais que estão morrendo e todas as criaturas mágicas, não há remediação. Se algo não for feito imediatamente os danos serão ainda piores. É a minha decisão e sei que os serviborns estarão comigo.

— Aliados – falou o sr. Frajor antes de se levantar de sua cadeira reclamando das dores nas costas. — Se vamos enfrentar eles, o mínimo que precisamos é de aliados, mais pessoas ou seres que estejam dispostos a lutar. Só o nosso exército não será suficiente.

— Já falaram isso desde o começo desta reunião e já disse, iremos enfrentar o que for. Não é tempo para recuar.

— Não trata-se de recuar, sr. Livi Varua!

— Chega! Esta reunião está encerrada.

Antes mesmo que pudesse concluir sua frase de encerramento, a porta da sala foi aberta com um movimento violento e estrondoso. Os três homens, um tanto que assustados, olharam ao mesmo tempo para aquela bela mulher de respiração ofegante e aspecto mágico e cansado.

— Precisa vir – disse Jaya tão ofegante que sua voz mal podia ser ouvida com clareza.

Ela não esperou que a seguissem, partiu um pouco manca por conta do ferimento em sua perna que já havia cicatrizado por completo, mas sentia fisgadas sempre que se movia bruscamente. Livi Varua não hesitou em deixar os homens ali, partiu correndo pela imensa casa. Sem se conter derrubou um grande vaso de cerâmica de tão apressado. Esbarrou em alguns serviborns que estavam no caminho e finalmente chegou a porta principal. Jaya e Mirla estavam juntas agora; até Merro Sirva, aflito como sempre, encarava a face de Livi Varua com ansiedade e meio curvado apertava as mãos de tanto nervosismo.

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