「 3.4 」

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\ can you see me? /
/ pov. min yoongi \

﹏﹏﹏

Fazia alguns minutos que eu permanecia na frente da casa de Jimin, sentado em um banco de parada de ônibus. O perfeito esconderijo para alguém esperar a presença de alguém. Mas eu não estava porque o esperava, e sim por insegurança.

A maldita da insegurança.

Faltava alguns minutos para chegar o nosso horário combinado, então eu teria que encarar aquilo de qualquer jeito. Não importava o tamanho do meu medo de que algo ruim acontecesse, se nossa situação acabaria se tornando só de amigos, ou se Jimin me acharia tão irritante que começaria a se afastar de mim. Eram pensamentos negativos demais.

E contava também, que aquele seria o meu primeiro encontro. Dava para sentir a ansiedade invadir cada parte do meu corpo, de um jeito bom e ruim.

Absorto em ficar imaginando todas as possíveis cenas do encontro que aconteceriam, acabo me assustando ao sentir a vibração do celular no meu bolso. Dou um salto, até a ficha cair e eu pegar o aparelho.

— Alô?

— Só liguei para saber se Jimin estará em boas mãos perto de você.

Bufei, levando a mão no peito de alívio.

— Ah, é só você, Taehyung. – Dei mais uma olhada na entrada da casa. Nada. — Olha, eu só estou esperando ele sair de casa. Foi uma péssima decisão resolver chegar mais cedo.

— Você saiu cedo? Meu Deus. – Comentou surpreso. — Mas você está mesmo ansioso pra esse encontro, hein.

Concordei, e ouvi Taehyung gargalhar através da linha.

— Você está agindo como se ele fosse sua alma gêmea. – Comparou. — Ansioso demais para um primeiro encontro.

— Eu estou tão desesperado assim? – Questionei, irritado com sua crítica. Porém não poderia dizer nada, eu estava mesmo ansioso. — E eu não estou tratando Jimin como se fosse minha alma gêmea, Taehyung.

— Você diz isso agora. Daqui a pouco vai estar "Jimin isso, Jimin aquilo". Como se ele fosse sua alma gêmea mesmo. – Engoli a seco.

— Isso se esse "daqui a pouco" acontecer, primeiramente. – O lembrei.

— Claro, claro... – Taehyung concordou, sarcástico. — Vamos acreditar nisso. Pobre criança, tão cega de... Espera. Isso soou errado. Ai. – Taehyung se interrompe, e isso só não me faz rir, porque eu não quero parar no inferno quando morrer.

— Calma, Taehyung. – Tranquilizei, espiando novamente a casa do Park. Nenhum sinal de vida.

— Outra coisa que precisamos tratar sobre, meu caro Yoongi. – Deu uma pequena pausa, e prosseguiu: — Só poderemos saber se esse "algo" vai acontecer, se o moço souber o seu nome, correto?

Bati na minha testa, lembrando da situação. Estava tão acostumado com Jimin me chamando de Suga, que acabava esquecendo do maior detalhe.

— Você sabe que...

— Sim, eu sei. – Me interrompeu Taehyung. — A história do quarto e blá, blá, blá. Só que, caralho Yoongi, toma jeito nessa porra. – Aconselhou, e eu me encolhi com seu sermão.

— Eu sei, Taehyung.

— Acho bom. Porque, se você é capaz de chamar o Jimin pra sair, é capaz também de explicar pra ele que "Suga" é o apelido que a sua mãezinha usa para te chamar. – Completou.

Assenti, e bem na hora que me viro pela milésima vez para observar a entrada da casa, Jimin sai de dentro e começa a caminhar até o portão. E meu queixo fica completamente caído até o chão.

Jimin estava absurdamente bonito na roupa que usava. Eram trajes comuns, simples, mas que de alguma forma realçava ainda mais a beleza e traços do garoto. E quanto mais o olhava, mais questionava se merecia tal benção que era poder ficar ao lado de Park Jimin por quatro horas.

Quatro maravilhosas e longas horas.

— Yoongi? Você morreu? Em pleno primeiro encontro da sua vida? – Taehyung perguntava no telefone, me despertando para a realidade.

— Ah... Oi.

— Ufa, está vivo. Escute. – Foquei minha atenção na ligação, mesmo desejando já sair de meu esconderijo e correr em direção à Jimin. — Eu estou muito feliz que isso está acontecendo com você. Muito mesmo. Então, por favor, eu peço que você não se distraia tanto.

— Como assim, Taehyung? – Questionei, arqueando uma sobrancelha.

Taehyung suspirou através da linha. Com certeza, não era alguma coisa boa que estava para vir.

— Tome cuidado, Yoongi. Não fique tanto tempo na rua, cuide na hora de ficar passeando por aí... Enfim, tenha segurança. Entendeu?

Balancei a cabeça, compreendendo.

— Sim, Tae. Entendi.

— Muito bem. Não quero que você passe seu primeiro encontro mal, por isso essa preocupação toda. Já tomou os remédios, né?

Suspirei. Jimin já esperava fora do portão, aguardando eu aparecer ali para buscá-lo. Que grande ironia. Eu sou o primeiro a aparecer, mas serei o primeiro que se atrasa.

— Taehyung, tenho que desligar. – Alertei.

— Tá, tá. Boa sorte, Yoongi. – Antes que Taehyung dissesse mais alguma coisa, desligo na hora.

Respiro fundo, e saio do meu esconderijo nada secreto.

É hoje.

can you see me? ☆ btsOnde histórias criam vida. Descubra agora