「 6.7 」

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\ can you see me? /
/ pov. min yoongi \

﹏﹏﹏

Estava para se completar uma semana, e Jimin ainda permanecia absorto da minha existência e a questão sobre a nossa relação – que, agora, parecia sofrer uma das mas doentias passagens.

Isso, se ela não acabasse sobrevivendo, ao pondo de se entregar à uma completa morte.

Ninguém conseguia entender porquê Jimin havia me pedido tempo, e isso causou certas visitas especiais à Taehyung na sua nova casa. Basicamente, eram encontros em que um certo Min Yoongi acabava desabando sua lástima jogado de bruços no sofá da sala, enquanto Jungkook o consolava com suas receitas culinárias consideravelmente saudáveis para mim, e um Taehyung somente observava a cena.

No fim, o único que se saiu bem na minha última crise, foi Jungkook, que acabou comendo todo o bolo de frutas vermelhas que fizera para mim.

Taehyung, preocupado com o caminho que eu poderia tornar, resolveu tomar as coisas por conta própria. E foi diretamente na casa de Jimin, vendo se havia algum sinal aberto para que eu ficasse seguro. No fim, disse que não obtivera nenhuma resposta ao chegar na casa de Jimin – nem da família, quanto do garoto. A resposta me deixara ainda mais nervoso, e me encolhi no sofá, segurando fortemente a vontade de chorar.

Era sim, uma passagem difícil. E eu esperava poder passar por ela o mais rápido possível. Nem que o final acabasse se tornando algo "trágico" para ambos.

"Ficar sem respostas é horrível", pensei, logo antes de pegar no sono de tanto ouvir o álbum do Coldplay que Jungkook me recomendara.

No dia seguinte, enquanto penteava o cabelo, notei a mancha que aparecera na minha testa na última vez. Ela havia parado de crescer, e sua aparência não estava tão feia assim. Olhei para mim mesmo no espelho, tentando decifrar o que aqueles olhos escuros transmitiam para o mundo.

Insegurança.

Engoli a seco, me afastando e pegando minha mochila.

Ao chegar na escola, fui recebido com um abraço surpresa de Taehyung logo na entrada.

— Eu ainda continuo odiando abraços, Tae. – Falei, porém o mesmo não largou de mim. Jungkook nos observava, me olhando com certa pena.

E eu tinha tanto medo de que um dia ele me enxergasse dessa forma.

— Mesmo assim, você precisa. – Taehyung finalmente separou-se de mim, juntando seu braço com o de Jungkook. — Qualquer gesto de amor pode transformar um dia.

— Andou lendo livros motivacionais de novo? – Questionei, caminhando com ambos em direção ao pátio principal da escola.

— Não. Esse eu tirei de um que eu já li. – Respondeu.

— O que Taehyung está tentando dizer, Yoongi – interrompeu Jungkook, tomando posse da atenção – é que não é fácil superar uma decepção amorosa.

— Jimin não me decepcionou, Jungkook.

— Ah, conta outra, Yoongi. – Bufou, negando com a cabeça. — Faz quase uma semana que o cara não te dá notícias. Esse "tempinho" está demorando demais, você não acha? E outra, qual motivo fez Jimin pedir isso?  Vocês são tão... Tão.

— Um casal maravilhoso. – Completou Taehyung.

Jungkook estalou os dedos, beijando rapidamente a bochecha do namorado, e continuou:

— Isso mesmo, amor. – Taehyung corou com a forma que Jungkook o chamou, mas rapidamente ficou sério. — E de tão maravilhoso que vocês são, até fiquei sem palavras. – Fez um suspiro teatral.

Permaneci em silêncio. Sabia que contrariar não era uma boa ideia, ainda mais quando Jungkook entendia perfeitamente o que eu passava. Ele já sentira o sofrimento, então entendia como era "esse lado do muro". Mas, imaginar de onde havia vindo tanta raiva de Jimin, isso eu não conseguia fazer.

Balancei a cabeça, caminhando em direção ao laboratório de ciências junto de Taehyung, enquanto Jungkook seguia seu próprio caminho.

Fiquei com aquilo na cabeça, sobre estar passando por uma decepção amorosa ao invés de um "tempo" no relacionamento.

E comparando as dores, frustrações e fases, poderíamos sim incluir a possibilidade na lista.

Mas, como todo sofredor, havia ainda aquela mínima esperança.

Mas, se minha esperança for um pedido de desculpas de Jimin e um "está tudo acabado", então eu posso me considerar um caso perdido no quesito relacionamentos.

— Boa sorte.

Desperto dos pensamentos, indo para trás onde Taehyung estava.

— Boa sorte no quê? – Questionei, arqueando uma sombrancelha.

— Na prova. Esqueceu que temos uma hoje?

Rapidamente, olhei direto à mesa do professor, onde uma pilha de papéis repousava. Bati na testa, negando com a cabeça.

Isso que dá ficar ouvindo indie até à uma da manhã.

— Escuta. – Taehyung me chama, e presto atenção no mesmo. — Nesse fim de semana, o pai de Jungkook vai fazer uma viagem de negócios. Jungkook sugeriu uma festinha particular entre nós, para comemorar sua vitória e etc. E eu, com a mente mais brilhante do universo, pensei – engoli a seco, assentindo – "por que não convido o Jimin para a festa também?".

— QUÊ? – Grito, levando a mão à boca rapidamente para abafar.

— Não é demais?! – Taehyung bateu as palmas. — Ele tem direitos, estava lá quando você competiu.

— Mas... O Jungkook sabe disso?

— Vou falar com ele sobre. Tenho certeza que ele vai concordar.

Neguei, e Taehyung arqueou a sombrancelha.

— Ele não acredita mais, esqueceu?

— Acho que você está louco. Ele é o maior apoiador de vocês dois. Perdendo pra mim, claro. O que ele falou lá é só a provável realidade. Fique tranquilo.

Respirei fundo, torcendo o nariz.

— E o Jimin? – Questionei. — Ele... Pode ignorar.

— Aí, meu caro, considere o chute na bunda. Ninguém falta uma festa por causa de crush. O contrário, se vai na festa por causa de crush.

Sorri levemente.

— Vou ligar pra ele. Hoje, depois da aula.

— Isso mesmo, garoto! – Comemorou, sendo cortado pelo professor, que entregava as folhas da prova.

— Espero não estar atrapalhando. – Falou, entregando a minha folha, e continuando seu trabalho.

Virei para a posição correta na cadeira, suspirando. Um coração acelerado, é o último que para de bater.

can you see me? ☆ btsOnde histórias criam vida. Descubra agora