「 6.3 」

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\ can you see me? /
/ pov. min yoongi \

﹏﹏﹏

— E como foi a festa? – Perguntou Taehyung, enquanto eu calçava os patins tranquilamente.

Era dia de treino, e como se tornou costume, Taehyung fora me ver treinar junto com Jungkook – que estava atrasado, aliás. E tirando os seus surtos de fanboy toda vez que eu pisava na pista, ele dizia que eu já estava igual aos patinadores que víamos na televisão.

Faltava muito ainda, eu sabia. Mas devia confessar que meu progresso na patinação chegava a impressionar. Como se eu tivesse nascido mesmo para isso, e finalmente aprender, se tornou o empurrão necessário para um caminho inteiro de possibilidades aparecer diante de mim.

Enquanto Jungkook não chegava, Taehyung e eu jogávamos conversa fora – desde sexta-feira não nos víamos, por conta da festa de Hoseok e uma consulta minha marcada no sábado. Praticamente o tempo estava à nosso favor; alguns minutos desperdiçados na conversa, e um pouco para eu praticar antes da chegada do professor.

— Foi legal, no fim das contas. – Dei de ombros, terminando de finalizar o laço fortemente. — Meio perturbada no início, mas conseguimos nos divertir um pouco.

— Ainda bem que as coisas se ajeitaram com o Hoseok. – Taehyung comentou, desviando o olhar de mim e fitando a pista. Em seu rosto, podia-se ver um sorrisinho bobo surgir. — Eu realmente fico preocupado quando vejo ele triste.

Balancei a cabeça. Se não fosse a certeza de Taehyung sobre seus sentimentos em relação à Jungkook, eu poderia jurar que ele estava caidinho por Hoseok – isso, se ele não nutria verdadeiramente um sentimento escondido, e estivesse querendo transformar seu relacionamento a dois em um threesome.

— Pena que ele seja hétero, não é, Taehyung? – Falei, e Taehyung imediatamente me encarou, as bochechas levemente avermelhadas.

— É tão na cara assim?

— Por favor, Tae. Para de ser tão gay, cara.

Rimos, Taehyung rindo mais ainda por conta da situação constrangedora consigo, seus olhos acabando por virar dois risquinhos – coisa que acontecia raramente, mas não era impossível.

— Olha quem fala. Por falar em gayzisses... – Pôs o braço por cima de meu pescoço, quase se deitando em mim, uma mania adquirida recentemente. — Como estão as coisas com o menino Jimin?

— Estão... Boas. – Minha expressão era de indiferença. Tinha visto Jimin na sexta, e no sábado havia dado uma ligação para o mesmo, alegando que ele não tinha culpa de nada no caso de Hoseok, falando que agora tudo tinha se resolvido. O mesmo tinha ficado contente, mas eu sentia ainda uma pontada de culpa em sua voz.

Jimin era do tipo que não conseguia esconder os sentimentos; se ele está desconfortável, ele acaba ficando sério e se encolhe. E foi exatamente o que imaginei que tivesse feito enquanto falava comigo através do telefone de casa.

Ou seja, eu não tinha ideia se as coisas entre nós eram boas ou ruins. E como reatá-las para as mil maravilhas de novo, era um desafio para mim.

Taehyung notou a incerteza na minha voz, e me olhou desconfiado, arqueando uma sobrancelha.

— Tem certeza?

— Não sei. – Confesso. — Queria poder fazer alguma coisa. Ele parece ainda tão afetado pelo o que aconteceu no aniversário do Hoseok...

Taehyung levou a mão livre ao queixo, pensativo, e estalou os dedos após uns segundos assim.

— Já sei! Que tal o chamar para um novo encontro? Vocês já tiveram um antes...

can you see me? ☆ btsOnde histórias criam vida. Descubra agora