「 2.4 」

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\ can you see me? /
/ pov. min yoongi \

﹏﹏﹏

A casa de Jimin não era tão longe assim do shopping, o que não me deixou tão nervoso assim. Porque, depois da minha cena com o "quase-beijo", tudo o que eu mais queria era me manter afastado de Park Jimin.

As borboletas no estômago estavam violentas. Tinha certeza que, ao chegar em casa, iria parar direto no banheiro.

— Está entregue, senhor Park. – Brincou Taehyung, que agora guiava Jimin na frente de sua casa.

Era uma casa simples, que não chamava tanta atenção. Mas se você parasse para notá-la, perceberia sua beleza e o contraste das cores pastéis.

— Muito obrigado. Então... – Atravessou o portão, mas ainda o segurava fortemente. — A gente se encontra no grupo de apoio?

— Mas é claro. Quem sabe antes. – Respondeu Taehyung, super tranquilo. — Agora que sabemos onde você mora, ficará mais fácil. Não é mesmo, Suga? – E deu um leve empurrãozinho em mim, mas permaneci olhando para baixo.

Eu não tinha falado absolutamente nada desde a saída no cinema. E queria permanecer assim, até que a cena no cinema desaparecesse da minha cabeça, e as borboletas parassem de bater dentro de mim.

Resmunguei algo, para que não soasse mal-educado.

— Até mais, então. – Despediu-se Jimin, indo para dentro da casa. — Até, Suga... – Acenou, e entrou na casa.

Segundos depois, eu já estava bombardeado de perguntas. A maioria, focando na cena que Taehyung havia interrompido entre nós dois.

— Vocês se beijaram? – Perguntava, quase pulando de ansiedade.

— Calma, Taehyung! Parece até que aconteceu o maior evento do ano.

— Mas aconteceu! Ou quase. Não sei. – Olhou para nossa frente, e cruzou os braços. — Eu saberia se você me contasse. Mas você não conta e...

— Está bem! Vou contar. – Respirei fundo, escolhendo as palavras corretas. Comecei a contar. — ... Aí você apareceu, e não deixou que acontecesse. Na verdade, nem sei se iria mesmo acontecer...

— Eu não acredito! Eu, que sou o maior apoiador desse casal, acabei interrompendo o beijo do século! – Exclamou, irritado consigo. — Praticamente meu esforço não valeu nada!

— Esforço? Ahá! – Bati as mãos, concretizando minhas dúvidas. — Você nem queria ver o filme! E comprou os ingressos separados de propósito! Eu te conheço, Kim Taehyung...

Taehyung riu, assentindo e confirmando minha dúvida.

— Vocês estavam de muito cu doce. Nada que o escurinho do cinema não ajudasse, não é mesmo?

— Tae, você não presta. – E sorri.

Sentamos na parada de ônibus, e continuamos conversando enquanto esperávamos. Alguns minutos depois, a nossa carona chegou.

Já era de noite quando me separei de Taehyung para seguir o caminho de casa. Nunca tínhamos demorado tanto assim para chegar de um passeio.

Só imaginava o que meus pais pensariam sobre.

— Nos vemos mais tarde, Yoongi. – Se despediu Taehyung, caminhando pela rua de sua casa.

O segui. Precisava fazer algo antes.

— Tae... – Taehyung se virou, e prossegui. — Obrigado por... Tudo isso e tal. E por ter dito que eu sou Suga.

Taehyung sorriu ladino, dando de ombros.

— Eu posso não ser a favor desse codinome, mas o que eu não faço pela felicidade do meu melhor amigo?

Uma leve lágrima escorreu pelo meu rosto, e a limpei imediatamente. Eu estava emotivo demais naquele dia.

Taehyung me deu um leve abraço, e daquela vez eu não me incomodei com a aproximação. Seguiu seu caminho, me deixando só na rua.

Senti uma leve vibração em meu celular. Fui conferir. Era uma mensagem de Jungkook.

jungkook multifanboy:
quer fazer algo amanhã?
você está sumido, que tem aprontado durante essas 24 horas?
boas notícias: consegui passar em todas as fases de rise of the tumb rider
quero ver conseguir me vencer agora

Guardei o celular no bolso. Responderia ao chegar em casa.

Ao abrir a porta de casa, fui recebido com a visão de meus pais na sala de estar assistindo televisão juntos. Ao verem que era eu, mamãe correu imediatamente ao meu encontro, me abraçando preocupada.

— Suga! Aonde esteve durante todo este tempo? Ficamos preocupados.

Me separei dela educadamente, e sentei na poltrona disponível. Parei para respirar um pouco. O cansaço estava me consumindo muito.

— Primeiro: eu estava no shopping. Segundo: eu estava com Taehyung. E terceiro: ué, não era isso que vocês queriam, que eu saísse mais de casa?

Meus pais se entreolharam, e vi um brilho de divertimento e alegria em seus olhares. Meu coração se aqueceu. É isso que nós sentimos quando conseguimos orgulhar nossos pais?

— Posso ir para cima? – Perguntei, sentindo uma leve dor nas costas. Eu me sentia acabado.

— Pode sim, Suga. Tome banho. Ainda sobrou um pouco do jantar. – Avisou mamãe, voltando aos braços de papai. Mas eu já me encontrava muito longe deles para conseguir processar tudo.

Ao entrar no quarto, me atirei na cama, sentindo todo o peso do dia em cima de mim. Eram muitas coisas para processar. Coisas demais, para apenas um adolescente processar.

Da minha janela, a vista continuava perfeita. A meia-lua transmitindo seu brilho, as letras piscando levemente, a escuridão do céu e os sons da cidade tornando tudo maravilhoso.

Suspirei, deixando o sono se aproximar lentamente com o restar da noite em mim.

can you see me? ☆ btsOnde histórias criam vida. Descubra agora