「 3.7 」

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\ can you see me? /
/ pov. min yoongi \

﹏﹏﹏

— A última vez que eu contei para alguém que eu gostava de uma pessoa, Taehyung gritou bem alto e justo no aniversário do garoto que eu estava a fim. – Jimin riu ao meu lado, levando a cabeça para trás de tão descontrolado que seu humor estava. — Resumindo: nunca mais fui em uma festa de aniversário.

— Isso soa um tanto dramático. – Comentou, secando as lágrimas ao redor dos olhos com certa dificuldade. — Tipo, só porque você tinha pagado mico no aniversário do garoto? Nunca mais quis ir em outra festa?

— Não quero arriscar estragar o momento de novo. – Falei, lembrando desse momento icônico na minha vida, e sorrindo por dentro.

Lembranças felizes me deixavam assim.

— Queria poder ter um amigo assim, como você tem o Taehyung. – Confessou Jimin, suspirando. — Em Busan, eu sempre fiquei muito isolado por conta da minha adaptação com a cegueira, e depois que me mudei para Suwon, as coisas só pioraram.

Senti que ele carregava certa mágoa ao me contar sua história, como se lembrar dos dias tristes e solitários o trazessem sensações desagradáveis. E eu sabia muito bem como ele se sentia.

Só era meio impossível imaginar que alguém tão iluminado como Jimin, pudesse passar por tantos momentos tristes na vida.

Jimin respirou fundo, seu olhar carregando a dor que só ele entendia como era.

— Nunca pude saber como é ter alguém, que não seja da sua família, te apoiando. – Declarou.

— Tem suas vantagens, mas na maior parte do tempo chega a irritar. – Procurei falar, aliviando o ar pesado que se espalhava. Jimin concordou, ainda meio pra baixo.

Continuamos caminhando tranquilamente pela calçada, já de noite, com o típico silêncio retornando ao redor.

Dessa vez, nosso silêncio já não era desconfortável. Ele era como uma pausa; aonde cada um processava o que acontecia ao redor, e acolhia carinhosamente dentro de si, sem esquecer o que o outro pensava sobre. Tínhamos combinado nisso sem ao menos combinar direito, havia surgido do nada – ou com a nossa timidez indo embora, percebemos que aquela era a melhor forma que tínhamos para interagir com facilidade.

— Jimin, – o Park continuou sua caminhada, prestando atenção em mim – por que você não ficou surpreso quando soube que meu nome não é Suga, e sim, Yoongi?

— Oras, essa é fácil. – Deu um sorrisinho de canto, a expressão de quem tinha a resposta na ponta da língua. — Afinal, você já ouviu alguém com o nome Suga?

Soltei uma risadinha, vendo o quão absurdo meu apelido era, mas sem pensar nele com vergonha dessa vez.

— Verdade. – Respondi, ainda rindo.

Eu não parava de rir. E isso me fazia me sentir tão bem.

— Então, eu só fiquei na expectativa de que você me contasse logo seu verdadeiro nome. – Contou, dando de ombros. — Mas confesso, eu gosto de Suga.

Encarei-o, incrédulo.

— Sério mesmo?

— É. – Mordeu os lábios de nervoso, segurando mais forte a vara. — De onde veio esse apelido, Yoongi?

— Da minha mãe. – Respirei fundo, andando um pouco mais devagar agora. — Ela disse que é porque eu sou pálido e tenho o sorriso mais doce do mundo.

Jimin sorriu abobado, e mesmo estando escuro, pude ver suas bochechas ganharem um tom avermelhado.

— Deve ser isso mesmo. – Virou o rosto para o meu lado, meio desajeitado, ainda sorrindo. — O dono do sorriso mais doce do mundo.

Do nada, acabamos parando nossa caminhada. Me separei do Park, encarando-o, meu coração batendo fortemente. Jimin engoliu a seco, parado, dependendo somente do momento.

Comecei a me aproximar dele, os batimentos e sensações novas me rondando, inundando minha cabeça e tomando conta do que poderia acontecer ali.

Lentamente, pus minha mão na nuca do Park, algo que surgiu no automático. Jimin, sem ter orientação nenhuma, se aproximou de mim, fechando os olhos quando consegui finalmente encostar nossas bocas.

E ali, naquele segundo, pudemos sentir o nosso tão misterioso primeiro beijo.

Apesar de nunca ter beijado antes, com Jimin, minha segurança aumentara dez vezes mais, e o sentimento por ele só ajudava tudo. A intensificar o momento, o beijo, nossas respirações sincronizadas, como se aquilo já estivesse escrito nas estrelas.

E era algo tão clichê. Tão absurdamente clichê, que eu poderia repetir milhares de vezes na minha vida, e nunca me cansaria.

Ao afastarmos nossas bocas, recuperando o ar que faltava, abrimos os olhos em sincronia.

— Isso foi... – comecei, sem saber o que dizer para terminar a frase.

Jimin respirou fundo, e senti sua mão segurar a minha fortemente, mesmo com a frieza e manchas ao seu redor.

— Foi bom. – Completou por mim.

Porém, não durou nem cinco segundos para nós, e os hormônios adolescentes se manifestaram. Nos beijamos novamente, dessa vez com mais ferocidade, me fazendo levar Jimin se encostar brutalmente na parede atrás dele.

Larguei de sua nuca, começando a segurar sua cintura, tomando fôlego, e dando mais um beijo.

Jimin enroscou seus braços em meu pescoço, retribuindo com gosto meus beijos, dando espaço para invadi-lo mais ainda.

Uma coisa era óbvia: Jimin estava adorando aquilo, e pedia por mais e mais a cada segundo. E cada toque entre nossas línguas era um arrepio e sensação diferente um do outro, me trazendo coisas que nunca imaginei serem possíveis.

Eu não aguentava. Aquilo estava tão bom, porra.

— Ora, ora. O que temos aqui.

Me afastei imediatamente do Park, olhando ao nosso redor.

"Podia ser tudo, menos isso", pensei, vendo o dia que conheci Jungkook voltar a tona.

Especificamente, o motivo daquele encontro ter acontecido.

can you see me? ☆ btsOnde histórias criam vida. Descubra agora