\ can you see me? /
/ pov. min yoongi \﹏﹏﹏
— Eu sabia que aqueles caras eram gangue pesada, mas chegarem a fazerem isso com você... – Jungkook indicou o meu estado, balançando a cabeça.
— É, o mundo dá voltas, meu caro Jungkook. – Ajeitei-me melhor no sofá da sala, mas nada adiantou. Estar totalmente quebrado me fazia sentir nenhum prazer, parecia que qualquer posição acabaria quebrando minha coluna ou coisa parecida.
Jungkook balançou a cabeça, ainda me fitando.
— O que aconteceu com eles mesmo? Foram presos? – Assenti, e Jungkook sorriu. — Espero que apodreça na cadeia.
— Credo, Jungkook. – O olhei, os dentinhos de coelhinho à amostra em seu sorriso satisfeito. — Você não tem compaixão?
— Compaixão eu tenho por quem merece, Yoongi. – Respondeu. — E quem faz algo desse tipo, apenas por querer – apontou para meu braço quebrado, balançando a cabeça em negativa — não merece nem um por cento disso.
— Okay... A opinião é sua, né. – Comentei, olhando para a programação da televisão. — Só não reclame se acabar no inferno mais tarde.
— Ah, isso nunca. Eu sou um anjinho. – E fez uma expressão absurdamente fofa, me fazendo soltar um risinho pela sua atitude boba.
Achava que ao sair do hospital, não acabaria recebendo tantas visitas assim. Mas após a visita de Jimin, as coisas somente passaram de "uma expectativa calma" para uma agitada realidade. No dia seguinte, apareceu pela manhã um dos professores de minha escola, deixando o típico caderno com as anotações e o conteúdo que já haviam passado. E, como o excelente aluno que eu era, passei praticamente quase toda a manhã fazendo as atividades.
Felizmente, eram conteúdos fáceis de se captar, nada muito "importante". Mas era tanto dever de casa, que quase acabei ficando sem mais um braço.
E agora, algumas horas após o almoço, Jungkook aparece, perguntando como eu estava.
E foi tão bom reencontrá-lo, que eu nem imaginava o quanto a saudade era grande.
— E vai ficar assim por quanto tempo? – Perguntou, aproximando-se de mim no sofá.
— Provavelmente, alguns dias. Só o braço que vai ficar assim por mais tempo. O resto, se cura rapidamente. – Expliquei, olhando para o gesso irritante.
Aquilo incomodava pra cacete. Mas, como diria meu pai: O que podemos fazer?
— Que coisa. – Exclamou, bufando. — Já não adianta você desse jeito, agora está todo quebrado... – Soltou, e tapou a boca imediatamente.
Mal sabia Jungkook, que seu comentário pouco me afetou. Isso porque, eu estava acostumado em dizer isso para mim mesmo, então para que eu me afetaria se fosse com outra pessoa?
A dor vinda de si mesmo é muito mais dolorida. Acredite.
— Culpe o destino. – Sugeri, descontraindo o clima. — Ou, pode ser até aqueles caras da gangue, como você diz.
Jungkook corou levemente, tirando as mãos da boca, voltando à antiga posição.
Ver Jungkook controlado era mil vezes melhor.
— Com quem você estava naquela noite, mesmo? – Perguntou.
Suspirei. Tinha contado a história fazia tantas vezes, que isso estava se transformando em uma verdadeira chatisse. Até eu lembrar que nem todos são adivinhos, ou podem ver o passado. E a preocupação só aumentaria, também.
— Com um garoto. Satisfeito?
— Qual o nome dele? Como ele é? – Apresento para vocês: Jeon Jungkook, o rei das perguntas.
— Park Jimin. Se lembra daquele garoto de outra vez, que saiu da sala do diretor? – Jungkook assentiu, e começou a saltitar.
— O garoto que você gosta! Eu lembro! – Desta vez, ele gritou, e tive que levantar um pouco e puxá-lo para voltar a se sentar.
— Silêncio, poxa!
— Desculpe, desculpe. – Riu mínimo, pondo as mãos em meus ombros. — Quero os detalhes, agora.
— Nós só saímos, nada de mais. – Contei, afastando as mãos de Jungkook de meus ombros.
Jungkook fez uma expressão duvidosa, arqueando a sobrancelha em minha direção.
— E não aconteceu nada? Nem um beijinho?
Eu odeio Jeon Jungkook, definitivamente.
Permaneci em silêncio, os olhos presos em meus tênis cinza, e o gesso atrapalhando a minha postura. Foi o suficiente para Jungkook, que começou a apontar para mim e rir de alegria.
— Eu sabia! Ah... Mal conheço, mas já shippo. Melhor ainda, sabendo que é real. – Levou as mãos ao peito, suspirando apaixonado.
— Você é estranho. – Falei.
— Você também é. Por que acha que somos amigos?
Realmente, não esperava por uma resposta dessas.
— Vocês combinam, sabia? Me apresenta ele mais tarde. – Pediu, sorrindo ladino.
Tinha como resistir à Jungkook? Porque isso parecia estar na lista de "coisas impossíveis de se fazer".
— Jungkook. – Chamei, e o garoto prestou atenção. — Sobre aquela pessoa que você gostava... Ou ainda gosta... – A cara de Jungkook mudou de brincalhona para séria. — Você se resolveu com ela?
Ele parou para pensar, tossindo um pouco, até confessar:
— Sinceramente, até agora, as coisas pioraram. – Olhou para baixo, entrelaçando as mãos. — Não sei, de repente ela não fala mais comigo. Sumiu do mapa, não dá mais notícias. Estou ficando preocupado. – Respirou fundo, mordendo o lábio. — Queria poder confessar logo o que eu sinto por essa pessoa, mas primeiro, quero saber o porquê dela ser assim comigo, sabe?
Balancei a cabeça em concordância, mesmo não entendo muito desse ponto de vista amoroso. Até porque, eu recém havia entrado no mundo dos relacionamentos, e por isso, não saberia dizer qual o melhor a se fazer ou dizer.
E eu me sentia péssimo por isso.
Passamos boa parte da tarde conversando, até minha mãe alertar que eu precisava tomar meus remédios, e Jungkook resolveu que já era hora de ir embora.
À noite, fiquei terminando minha maratona de Friends e recebi, surpreendentemente, uma ligação dos pais de Jimin. Perguntando se eu estava bem, e pude ouvir Jimin gritar ao fundo para eu beber bastante água.
Isso me fez lembrar de Taehyung, e como ele não tinha me mandado nenhum sinal ou mensagem, desde aquele dia no hospital. Estranho.
Dei de ombros, tomando uma garrafinha de água que havia trazido comigo para o quarto, enquanto observava a bela vista da cidade na minha janela.
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can you see me? ☆ bts
Fanfic❝onde park jimin é cego, e conhece min yoongi, um garoto que sofre de câncer de pele.❞ ⇢ min yoongi + park jimin. ⇢ concluída.