「 6.5 」

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\ can you see me? /
/ pov. min yoongi \

﹏﹏﹏

Após termos comemorado horrores minha vitória na competição, convidei Jimin para o lado de fora shopping, indo para um canto menos barulhento e movimentado do lugar.

Me sentia péssimo, em um estado de cansaço em que jamais estive. Era um pouco parecido quando eu ficava internado no hospital; a diferença, era que este cansaço foi causado pelo meu esforço. E não de um vírus maldito que se intalara dentro – e fora – de mim.

Taehyung me ensinou direitinho. Depois das comemorações, ele e Jungkook iriam se afastar um pouco, me dando espaço para chamar Jimin para fora do shopping e me declarar. Eu estava disposto à fazer isso, com toda certeza. Mas a cada segundo que se passava entre nós dois, eu segurando a mãozinha pequena de Jimin, me faziam ter uma sobrecarga com toda a situação.

"Essa é fácil, você consegue, Yoongi." Repetia mentalmente, enquanto parava próximo um banco da área mais arborizada do estacionamento. A noite já dava as caras, o céu extremamente limpo e repleto de estrelas. O tempo perfeito para se pedir alguém em namoro.

— Você está me assustando. – Confessou Jimin, parando e soltando da minha mão. — Aonde estamos indo, você pode me dizer?

Suspirei, puxando a mão de Jimin e levando-a a tocar as costas do banco, fazendo o mesmo sentir o material e tirar suas próprias conclusões. O guiei até poder se sentar no banco, pondo a vara ao seu lado, sem largá-la. Sentei ao seu lado, encarando-o, sem saber o que dizer.

"No treino, as coisas pareciam ser mais fáceis", pensei.

— Jimin, lembra quando a gente começou... A ficarmos mais próximos? – Iniciei, e o mesmo assentiu.

— Eu lembro. Foi o melhor dia da minha vida. – Corou, sorrindo tímido. — Quer dizer, te encontrar de novo, em segurança, foi maravilhoso.

Sorri, as palavras certas surgindo pouco a pouco.

— Então, eu sou especial para você?

— Assim como eu sou especial para você. – Respondeu, virando seu rosto para o meu lado. E apesar de Jimin não estar me vendo, acabei me arrepiando com seu olhar.

Um olhar que dizia tudo o que eu precisava sentir.

— Você reclamou porque eu não queria algo entre nós. – Assentiu. — E agora? Vai reclamar se eu te pedir em namoro?

Jimin arregalou os olhos, tossindo um pouco, como se estivesse se afogando.

— Pedir o quê?

— O que eu sinto por você não é simples, Jimin. – Comecei, pegando das suas duas mãos e unindo-as com as minhas. Fazendo o nosso toque. — Você é muito mais do que especial para mim. Você me inspira, me faz acreditar. Você me faz sorrir, me faz amar. Tudo isso está aí, contigo, e eu queria tanto poder retribuir tudo o que você faz por mim. Mesmo sem saber. Por favor. – Saí do banco, me ajoelhando. — Eu quero que isso seja mais do que uma ficada. Eu quero poder te apresentar aos outros como namorado. Eu quero que você seja meu namorado. Então, Jimin? Você aceita?

Jimin estava perplexo, completamente sem palavras. Seus olhos permaneciam arregalados, a boca levemente aberta em espanto e a respiração voltando ao normal. E enquanto ele se recuperava da surpresa, eu me preparava para a minha.

Só que era a surpresa que eu esperava era positiva. E não dura, feito a realidade.

— Podemos dar um tempo? – Questionou Jimin, e larguei de sua mão.

Me sentia como se um muro de tijolos tivesse caído em mim.

— É o quê?

— Um tempo, Yoongi. Por favor. – Respirou fundo, seus olhos lacrimejando levemente – diferente dos meus, que não sabiam para onde olhar, e com toda certeza, estavam prontos para chorar à qualquer hora.

"Ele é o que mais queria isso. O que pode ter acontecido?" Pensei desesperado.

— Mas por que...?

— Você pode ligar para a minha mãe? Acho que quero ir para casa. Por favor.

— Jimin...

— Obrigado. – Me cortou, ajeitando sua postura no banco e batendo os pés de ansiedade.

"O que aconteceu com o Jimin?"

No fim, liguei para a senhora Park, pedindo para a mesma vir buscar seu filho. E, sem nenhum outro lugar para me sentir mais confortável, optei pelo banco mesmo – desta vez, Jimin e eu estávamos separados um do outro, cada um em seu canto afastado.

Pensando sobre o pedido de tempo de Jimin, nunca imaginei sentir algo tão diferente e novo dentro de mim. Como um grito de desespero, sendo tudo fruto da saudades que me rondava – e a distância era somente alguns centímetros.

E os centímetros tornaram-se raiva; raiva de ver Jimin saindo de perto de mim, raiva de saber que ele nem me mandou um adeus, raiva de Park Jimin ser exatamente Park Jimin. Uma incógnita agradável entre nós todos, e na qual eu caira em um sentimento profundo sobre ela.

A mãe de Jimin acenou para mim, recebendo o filho de braços abertos. Me afastei do carro, indo para o interior do shopping encontrar com Taehyung e Jungkook. E, não sabia se era mesmo o mundo me pregando alguma peça e tal, mas eu juro que acabei ouvindo alguém chorando enquanto me afastava do carro dos Park.

Taehyung me recebeu de braços abertos, perguntando como fora com Jimin. E meu silêncio acabou sendo a resposta final.

Não foi diferente quando cheguei em casa. Nem me aproximei de ninguém depois daquilo, chegando no meu quarto e desejando morrer naquele momento. "Do que vale a pena me apaixonar se eu vou acabar morto amanhã?"

Funguei, as palavras me atingindo como cheio, e toda glória sumir rapidamente.

"Porque todo mundo tem seus momentos, Yoongi." Pensei. "E o seu momento ainda vai chegar, meu caro."

E eu tinha medo de que aquele acabasse não sendo o meu momento.

can you see me? ☆ btsOnde histórias criam vida. Descubra agora