\ can you see me? /
/ pov. min yoongi \﹏﹏﹏
Jimin relutou quanto minha fala, permanecendo na mesma posição. Afastei minha mão de seu ombro, suspirando, e comecei:
— Por que anda tão afastado?
— Eu pedi um tempo, lembra? – Retrucou. — Achei que tivesse entendido isso.
— Eu entendi, Jimin. – Assegurei. — Mas, poxa, quanto tempo você precisa? Já faz uma semana desde que você não me deu uma resposta sequer. Como você quer que eu possa reagir?
Jimin fungou, ainda virado de costas para mim, abaixando a cabeça.
— É complicado, Suga. – Falou. — Você não entenderia...
— Alguém que entende o câncer é capaz de entender tudo. – O interrompi. — Então, eu sugiro você contar a verdade. Sabe... Eu não tenho muito tempo e...
— A verdade, é que eu também entendo tudo, Yoongi. – Jimin soltou, finalmente se virando.
O encarei confuso, e continuou:
— Isso mesmo. Eu entendo as coisas. E sabe por quê? – Neguei. Jimin respirou fundo. — Porque eu estou morrendo também.
Segurei-me forte para não cair de surpresa no chão, a cabeça girando sem sair do lugar, os pensamentos enchendo-a ligeiramente como um balão com gás hélio extremo. E a cada raciocínio de neurônio que acontecia, uma camada de hormônios preenchiam meu peito, e ameaçavam inundar meus olhos.
— Você o quê?
— Os médicos não sabem. Mas é uma probabilidade. – Juntou as mãos, olhando para baixo. — Por isso me mudei para Suwon. Aqui, graças ao hospital, as condições são melhores e mais acessíveis às de Busan. E também, porque metade de minha família está aqui. Eu queria viver o tempo que me restaria com meus parentes.
Esfreguei as mãos nos olhos, olhando para o garoto à minha frente. Aquilo estava acontecendo, e de verdade.
Jimin também estava vivendo no "agora".
Mas era tão impossível. Como que ele conseguiu conviver durante todo esse tempo com o peso de uma possível doença, e ainda sorrir todos os dias para as outras pessoas?
Park Jimin é um guerreiro, um verdadeiro guerreiro.
Após um momento de silêncio, Jimin continuou:
— Eu não queria te assustar, por favor, me perdoe. Eu achei que você...
— Que eu o quê, Jimin? Me diz. – Me aproximei do mesmo, segurando suas mãos junto as minhas.
Jimin engoliu a seco.
— Que fosse mais saudável para você, não querer ficar ao lado de uma pessoa que vai morrer...
— Você não vai morrer. É uma probabilidade. – Assegurei. — E eu também vou morrer, mais cedo ou mais tarde. A diferença entre nós, é que eu já tenho ponto final. – Pus uma de minhas mãos em seu rosto, massageando sua bochecha contra minha mão manchada. — Então, ainda estamos na mesma situação, meu caro Jimin.
O loiro sorriu de canto, seus olhos lacrimejando de leve, e lentamente, me aproximei dele. Acabando por sentir seus lábios junto aos meus novamente, assim como antes, e tudo parecia voltar ao passado, desde o dia em que o nosso beijo aconteceu pela primeira vez.
Estamos na mesma situação. Uma frase que expressava verdadeiramente o que passávamos. Nós podíamos nos separar, mudar, acabar ou recomeçar. Não importa, seremos sempre os mesmos. E isso valia para nosso sentimento.
Um sentimento novo, que falhava, mas por dentro, era eterno. Porque nada acaba. Apenas diminui de intensidade.
E a cada segundo, nosso beijo parecia ganhar mais intensidade. Minha mão passou para a nuca de Jimin, e a outra que segurava sua mão, foi para sua cintura. O mesmo agiu também, abraçando meu pescoço enquanto nossas línguas dançavam como nada igual, apenas do nosso jeitinho especial.
No momento, me separei dele, tocando nossos narizes, aproveitando que éramos praticamente da mesma altura. Os olhos de Jimin transcorrendo carinho e felicidade, me fazendo querer beijá-lo mais, mais e muito mais.
— Acho que descobri nosso jeito de fazer as pazes. – Sussurrei, e senti o braço de Jimin se arrepiar ao redor de meu pescoço.
Desta vez, enquanto voltava a beijar Jimin, acabei levantando-o em cima da pia da cozinha. Ali, tão concentrados no ato, nada parecia importar agora. Somente na forma como eu sentia a cintura do par em meus dedos, e como ele beijava bem pra caramba.
— Aham. – Imediatamente, paramos de nos beijar, virando o rosto para onde surgira a tossida.
E, como se não fosse surpresa, Kim Taehyung estava ali, nos observando.
Senti minhas bochechas corarem, e me separei de Jimin, ficando apenas na frente do garoto ainda sentado na pia da cozinha.
— Desculpe atrapalhar. – Falou. Havia um misto de culpa e animação na sua voz, em ver seu casal favorito se reconciliar com uma cena de beijo de novela. — Eu só pegar um copo de água e... Enfim.
Ajudei Jimin a descer da pia, dando espaço para Taehyung se aproximar. Jimin estava completamente vermelho, o que era adorável. E eu, já me recuperando do susto, me preparava para o batalhão de perguntas que receberia quando conseguisse um tempo à sós com Taehyung.
Depois que Taehyung voltou para sua poltrona, Jimin e eu rimos, e unimos nossas mãos até a sala. Nos enrolamos no cobertor estendido no chão, com o rosto frente à frente, e desta vez, Jimin fazia carinho em mim.
— Você é incrível, Jimin. – Soltei, e o mesmo sorriu, fechando os olhos e deixando-se levar pelo sono.
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can you see me? ☆ bts
Fiksi Penggemar❝onde park jimin é cego, e conhece min yoongi, um garoto que sofre de câncer de pele.❞ ⇢ min yoongi + park jimin. ⇢ concluída.