Sophia acordou assustada sentindo a cama um pouco vazia, sentou-se com o lençol entre os seios e encarou o quarto, Micael não estava lá, a varanda estava fechada dando o melhor conforto a ela. A loira saiu da cama em passos largos, vestiu o roupão e procurou seu celular, onde o marido tinha ido?
- Micael?
- Oi amor.
- Onde você está?
- Estou na farmácia, por que? - farmácia?
- Farmácia?
- Sim, farmácia - riu leve - já estou indo pro hotel, amo você.
- Micael, esper... - tarde demais, já tinha desligado.
Farmácia? Essa era a questão na cabeça de Sophia, ela nem quis raciocinar mais, estava tão cansada. Foi até a suíte se livrando do roupão, tomou um banho de banheira e deixou-se relaxar na água quente, brincou com o sabão como se fosse uma criança. Quando saiu secou os cabelos com o secador que o hotel fornecia, passou seu creme corporal conversando com seu bebê, voltou a vestir o roupão novamente, foi até sua mala colocando em cima da cama e abrindo, não sabia o que usar naquela hora da tarde, era muita coisa.
Viu Micael passar pela porta com uma sacolinha na mão.
- Onde estava? - cruzou os braços.
- Estava com dor de cabeça - largou a sacola na mesinha.
- E por que não me avisou?
- Por que eu avisaria que estava com dor de cabeça? - riu consigo - isso não faz sentido, meu amor.
- Faz sim - tirou da mala outro vestido, queria algo leve - sua dor melhorou?
- Eu vou tomar um remédio agora - foi até o frigobar.
- Micael, você está muito estranho.
- Por que acha isso? - pegou uma garrafinha d'água tomando seu remédio em seguida.
- Você me deixou sozinha, foi na farmácia sem ao menos conhecer aqui, voltou e tomou remédio.
- Qual o problema nisso?
- Micael, você é médico. Cadê sua bolsinha salvadora de remédios?
- Sophia, eu sou fisioterapeuta. E não trouxe minha bolsinha salvadora de remédios, eu nem tenho isso.
- Micael, fala a verdade.
- Que verdade? - abriu as mãos confuso - a única verdade é isso aqui, estava com dor de cabeça e fui a farmácia.
- Quem te levou até lá?
- O motorista, eu conversei com ele por mensagem. Estava disposto aos meus comandos.
- Não.
- Não o que, Sophia? - Micael estava ficando bravo, perdendo a paciência pra ser mais exato.
- Você... - fechou os olhos respirando fundo.
- Sophia - andou até a esposa que segurou em seu ombro.
- Eu tô zonza, tá tudo...
- Senta aqui, isso - levou a esposa até a cama que sentou-se, tinha os olhos fechados e respirava fundo.
- Nossa, que horrível - sua respiração estava falhada, era preocupante a Micael.
O moreno foi até sua mala abrindo ela em cima da escrivaninha, caçou no meio das roupas sua bolsa preciosa.