Capítulo 232

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- INTERNADA? - Karen berrou andando de um lado para o outro - COMO ASSIM, INTERNADA?

- Internada, Karen - Micael segurou a mamadeira enquanto alimentava Analee.

- Que porra você fez?

- Sophia está doente, está louca, ela não poderia mais ficar com a gente. Eu achei a melhor opção, é pro bem dela.

- Você é o doente, internou ela e vai deixa-la assim? Naquele inferno?

- Ela está em boas mãos, aquela clínica é o paraíso. As mais caras de Denver.

- Por que internou ela? ME DIGA, POR QUE?

- Sophia passou pelo psicólogo, teve uma consulta e a doutora disse que ela estava fora da casinha, você queria mais alguma coisa? - colocou Analee pra arrotar.

- Fora da casinha como?

- Louca, uma pessoa que quer fazer sexo com outros homens e não gosta da própria filha é considerada normal? - encarou Karen que sentou no sofá.

- Que fase, Micael. E agora? Como vai fazer?

- Eu vou viver com Analee até que ela melhore - balançou a filha nos braços, estava quase pegando no sono.

- E o seu trabalho? Eu posso ficar com ela se você quiser.

- Não quero te dar trabalho, Karen - respirou fundo - mas qualquer coisa ligo pra você, quem sabe não me ajuda.

- Toda a ajuda é bem vinda, você sabe disso - cruzou os braços - estou preocupada com Sophia.

- Ela vai ficar bem, tenho certeza que sim.

- Posso te pedir uma coisa? Não quero que soe estranho - encolheu os ombros.

- Claro que pode.

- Posso segura-la? - teve medo de pedir ao moreno que sorriu, levantou-se do sofá com Analee entregando a pequena para Karen, ela teve medo de segurar mais firmou quando teve a pequena nos braços, estava tão feliz.

Micael tinha receio por tudo que aconteceu mas viu que Karen já tinha se recuperado disso.

- Eu tive leite nos meus primeiros meses - balançou a menina que dormia tranquilamente - perguntei a Ethan uma vez se eu poderia deixar guardado pra quando o meu bebê nascesse - riu leve - mas agora eu sei que está em boas mãos, não nas minhas mas em uma boa mão, uma ótima mão - sorriu a Analee que estava em um sono gostoso, era tão pequena, tão linda.

- Eu nem sei o que dizer, Karen - o moreno engoliu seco - eu sinto muito mesmo.

- Não precisa se incomodar - andou com ela até o quarto da pequena, Micael decidiu esperar na sala.

Foi até a cozinha preparando um café rápido. Ligou a cafeteira deixando que ela fizesse o resto.

- Bom, eu já vou indo.

- Fique mais, eu estou fazendo café. Quer dizer, a cafeteira - riu leve arrastando a cadeira pra que Karen sentasse.

- Tudo bem - ela sentou-se esperando o café, estava um pouco triste - quanto tempo acha que Sophia pode ficar internada?

- Alguns anos, o estado dela não é bom.

- Anos?

- Sim, anos - encarou o chão.

- E se a sua vida mudar?

- Como assim, mudar?

- Sei lá, são dois anos Micael, você é bonito, jovem. E se você apaixonar por outra pessoa?

- Que isso, Karen? Eu sou casado, nunca trairia Sophia.

- As coisas acontecem, você sabe que sim.

- Mas não ao ponto de trair a Sophia, eu amo ela e se for preciso vou esperar.

- Acho que você não tem a mesma mentalidade que Ethan.

- Você conseguiu me ofender agora, literalmente - Karen riu.

- Eu sempre penso isso quando alguém fica longe.

- Você anda vendo filmes demais.

- E Gab? Se ela se aproximar de você eu quebro a cara dela por isso - o moreno riu.

- Gab se estabilizou bem depois que tivemos o nosso conturbado caso de quase namoro.

- Quase namoro?

- É, ninguém nunca entendeu o que tivemos na realidade.

- Você nunca entendeu? Fala outra, Borges.

- Nunca, a gente transou diversas vezes mas nunca conseguimos decifrar. Ela me ajudou muito quando quis reconquistar Sophia.

- Não é atoa que Sophia odeia ela - riram.

- Droga, o café - Micael saiu desesperado vendo a cafeteira que já indicava a bebida pronta. Tirou a jarra de vidro colocando o líquido em uma caneca, deu a Karen e colocou um pouco a ele.

Beberam em silêncio.

- Como Sophia era na faculdade? - ele teve curiosidade em saber, Sophia nunca dizia tudo.

- Terrível - esquentou as mãos na caneca - ela vivia dormindo com os outros, bebia demais, usava algumas drogas em festas da universidade. Não foi atoa que não se formou.

- Ela não tinha medo de transar com os outros?

- Não tinha, Sophia sempre foi assim. Até você deve ter transado com ela em outras vidas - riu consigo antes de beber o café.

- Ela ficou meia solitária quando os pais morreram, acho que por isso ela tentava ser rebelde na faculdade.

- Exatamente, tudo que ela queria era atenção, até demais.

- Você não achava ruim esse comportamento dela?

- Achava, eu tinha medo de Sophia se enrascar em uma roubada. Uma roubada daquelas.

- É difícil tentar entender ela - silabou baixo, escutaram a campainha tocando - deixa que eu atendo.

Saiu da mesa e foi em direção a porta, viu Ethan entrar.

- Eu sinto muito, cara - abraçou o amigo.

- Foi pro bem dela.

- Eu sei - deu um beijo em Karen - vim buscar você.

- Não preciso de babá.

- Falando em babá, eu posso ver a pequena? - perguntou a Micael que assentiu, nem sabia porque perguntavam.

Ethan foi até o quarto de Analee ficando alguns minutos lá dentro, queria conhecer sem o batalhão de médicos em volta.

- Por que não tentam outro? - Micael teve receio de perguntar novamente, parecia Karen alguns minutos atrás.

- Decidimos esperar, o lance da adoção está quase dando certo - sorriu amigável, não gostava de entrar nesse assunto.

- É o melhor a fazer então - cruzou os braços, viu Ethan sair do quarto da filha todo encantado.

- Micael, e gente precisa ter um filho - ele riu - você tem pau de ouro, cara.

O moreno riu.

- Eu já vou indo, vamos Karen?

- Vamos - a loira se levantou - caso precisar de algo é só ligar, tudo bem? E me mande notícias dela.

- Pode deixar, eu dou sim - o moreno sorriu amigável levando os dois até a porta - obrigado pela força.

- Amigos são pra isso, até mais - se despediram, agora ele estava só novamente.

Sozinho em seus pensamentos.

The Sessions - A Sessão FinalOnde histórias criam vida. Descubra agora