Capítulo 237

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- Sophia? Quero falar com você - a mulher com roupas brancas e sapato de couro entrou no quarto, sentou-se na ponta da cama.

- Algum problema? - respirou fundo.

- Vamos ter uma reunião agora de tarde, acho melhor você ir.

- Reunião sobre o que? - franziu o cenho.

- Sobre a maternidade - se ajeitou - as meninas me disseram o que você contou lá na quadra.

- Tudo bem, eu vou - piscou rápido - quando são as visitas aqui?

- Duas vezes por mês, na próxima semana acredito que alguém já venha te visitar.

- Obrigada - deu meio sorriso.

A mulher saiu do quarto onde Sophia estava, Kate saiu do banheiro com algum creme no rosto, a pele estava roxa.

- O que estava fazendo escondida aí?

- Tratamento pra pele - pegou uma revista - não liga pra ela, todas aqui enchem seu saco.

- Eu falei com meu marido.

- Aconteceu alguma coisa?

- A gente chorou bastante, quero que venha me visitar logo.

- Ele vai sim - folheou atenta - já escolheu sua roupa?

- Que roupa?

- Para o baile de inverno, todo ano nós temos um baile aqui na clínica, acredite mas sim - ela assentiu varias vezes deixando Sophia confusa.

- É aberto a todos?

- Não, só as meninas participam, a gente mesmo - tocou o rosto vendo se o creme  estava totalmente seco.

- Qual a finalidade desse baile?

- Se divertir, oras - riu consigo - você vai, não vai?

- Acho que sim - teve um pouco de medo de falar.

- Você vai sim, nem que esteja amarrada.

- Estranho ter um baile na clínica, somos tecnicamente doentes.

- Só se você for doente - riu de Sophia voltando ao banheiro novamente.

Só conseguia pensar em como seria esse baile.

Já no hospital Micael recolhia suas coisas, a neve tinha cessado um pouco mas mesmo assim não daria para atravessar a cidade com seu carro, ele ficaria preso em qualquer esquina com neve nos pneus.

Ele arrumou a pequena no bebê conforto que chupava sua chupeta quietinha em meio as cobertas, pegou o elevador e desceu indo até a recepção.

- Já vai, doutor Borges?

- Vou sim, hoje todos tiraram o dia pra ficar em casa - explicou - sabe se o metrô está funcionando?

- Acredito que sim - uma delas respondeu - não vai de carro?

- Nevou demais, meu carro pode ficar atolado a qualquer momento.

- Tem razão.

- Até mais - deu tchau as meninas saindo em direção à porta.

Estava muito frio e ele se arrependeria mentalmente por Analee estar ali com ele, mas a pequena estava segura, toda presa e quente no bebê conforto. Micael andou pela neve, seus sapatos se afogavam no branco do gelo, ele só queria chegar na estação e comprar seu bilhete indo pra casa. Apenas isso.

Andou cinco quarteirões entrando na estação, varias pessoas esperavam seus trens querendo a mesma coisa que Micael. Ele comprou e esperou pelo seu, não demorou muito pra que estivesse dentro do metrô.

- Sua filha? - a moça morena com luzes sorriu a Micael, estava ao seu lado.

- Sim, minha filha.

- Deve ser linda - não conseguiu ver Analee por conta da proteção.

- Uma princesa.

- Você só tem ela? - pareceu querer ser simpática.

- Só - pausou - você tem filhos?

- Tenho quatro meninos - sorriu - são todos grandes já.

- Nossa, não aparenta.

- Obrigada por me chamar de nova - riu consigo - pra onde está indo?

- Pra minha casa - olhou ela cansado.

- Ah sim, nevou bastante em Denver - arrumou seu cachecol.

- Eu ia vir de carro mas a neve está bem alta, a cidade está toda parada.

- Está mesmo - por minutos os dois ficaram em silêncio.

O trem parou na estação abrindo as portas, Micael saiu vendo que a mulher também tinha saído.

Achou estranho.

- Você está perdida? - perguntou a ela.

- Não muito - sorriu.

- Se quiser alguma coisa...

- Não precisa, eu vou caminhar até a casa de uma amiga minha.

- Tudo bem, até mais - se despediu saindo da estação.

Ainda não estava nevando mas o tempo era feio, caminhou duas quadras até seu condomínio, conversou algumas palavras com o porteiro antes de entrar.

- Ei, ei - escutou alguém - você é o Borges?

- Sou sim - encarou a menina com cabelo no corte muito curto, tinha piercing e algumas tatuagens nas mãos - aconteceu algo?

- Eu trouxe uma encomenda pra você mas não tinha ninguém - ele achou estranho, super estranho.

- Encomenda? - deixou Analee com o porteiro indo até a menina, ela estava fora do condomínio.

- Alguém pediu pra você semana passada mas parece que estava ocupado - andou com ele até o carro. Ela abriu o porta malas.

- Que tipo de coi...

- Idiota! - não deu tempo quando Micael sentiu algo pesado batendo em sua cabeça.

Nocaute.

The Sessions - A Sessão FinalOnde histórias criam vida. Descubra agora