- Ei, onde você estava? - Kate arqueou as sobrancelhas enquanto fechava seu livro.
- Eu estava dando uma volta, não me sinto muito bem.
- Na neve? Você é estranha.
- É, eu gosto muito de neve - deitou-se na cama, suspirou.
- Isso foi um suspiro?
- Sim, Kate. O que há? - encarou ela perdendo a paciência.
- Você está diferente.
- Diferente como?
- Não sei - fez uma careta - seu rosto está corado, você parece nervosa. Seu cabelo está um pouco bagunçado, suas têmporas não querem colaborar com você.
- Eu transei com meu marido, feliz?
- EU SABIA! - gritou - eu sabia que você tinha feito algo de errado.
- Não foi tecnicamente errado.
- Onde conseguiram fazer isso? - estava boquiaberta.
- Na quadra, assim que saímos da reunião - sorriu satisfeita - Micael estava escondido atrás dos colchonetes.
- Eca! - Sophia riu.
- Ele consegue ser maravilhoso toda vez que me surpreende, não é o máximo?
- Se você acha assim.
- Por que esta estranha desse jeito?
- Estranha? Estou rindo de você, da sua transa casual.
- É um exercício muito bom.
- Ah claro, eu espero que você tenha anticoncepcionais.
- Vou pegar na pequena farmácia.
- Eles não tem estoque de anticoncepcionais. Nem sabem que transamos aqui.
Puta merda, fodeu!
- Como? - Sophia piscou rápido.
- Vai ter que caçar um.
- Mas como assim? Eles deveriam ter, é uma regra das mulheres. Nem todas tomam por conta de sexo, precisamos disso, nossos hormônios...
- Sophia, elas não ligam pro que a gente precisa. Você ainda não entendeu?
- Isso é uma tremenda palhaçada - se revoltou - o que eu vou fazer agora?
- Não sei, ninguém mandou transar com o seu marido dentro da quadra.
- Não culpe ele por isso.
- Seu marido não anda com camisinha não? Que coisa.
- Ele é meu marido, e seria estranho se ele andasse com camisinhas no bolso. Não seria?
- Ele não te trairia assim.
- Não duvide de homens - levantou rápido - eu preciso achar alguém que tenha algum anticoncepcional. Até ás onze da noite.
- Você tem até ás onze pra achar alguém - Kate queria ver essa, de camarote.
- Você não vai me ajudar? - perguntou incrédula.
- Ajudar com o que? Quer que eu faça você mijar até o esperma do seu marido sair? Ah, seria uma pela opção.
- Pelos Deuses, Kate. Eu preciso de ajuda, e não de sermão - bufou irritada, abriu o guarda roupa - que inferno! Eu preciso de um anticoncepcional.
- Surtar não vai adiantar em nada - foi a vez de Kate sair da cama - eu até posso te ajudar, mas vai demorar.
- Que se foda - saiu do quarto batendo à porta.