- O que é esse baile de inverno? - Micael alisou as costas de Sophia enquanto estava aninhada nele.
- Um baile qualquer - fechou os olhos - por que?
- Eu escutei aquela mulher dizendo.
- Está com ciúmes? - se apoiou em seu peito.
- Não é ciúmes, eu só queria saber o que era. E também - pensou rápido - vai vir algum homem?
- Vários, todos pra enlouquecer a gente - Sophia riu.
- Eu não achei graça.
- Foi engraçado - beijou a pele de Micael.
- Adoro quando você fica assim.
- Assim como? - encarou o marido ainda em êxtase pelo sexo recente.
- Toda amorosa, confiante - sorriram.
- Confiante?
- Sim, confiante em transar comigo em colchonetes de atividades - Sophia riu.
- Isso seria estranho se alguém usasse depois.
- Muito estranho, espero que ninguém use pra fazer algo.
- Exercícios?
- Isso - respirou fundo - eu não quero sair daqui.
- Nem eu - teve manha ao abraçar mais o marido - fique comigo aqui, pra sempre.
- Bem que eu queria.
Ficaram em silêncio.
- Como está Analee? - Sophia teve receio de perguntar, Micael estava tão feliz. Nunca imaginaria que uma pergunta daquela sairia de sua boca.
- Ótima, é uma bebê linda e saudável - sorriu - ela se parece com você.
- Que ótimo, meu amor - selou seus lábios com o dele.
- Quando tiver o dia da visita, vou trazê-la.
- Traga sim, eu vou adorar.
Micael sorriu mais ainda.
- Sinto em dizer isso mas - se levantou fazendo com que Sophia saísse de seus braços - eu preciso ir.
- Fique mais um pouco, por favor - implorou.
- Amor, eu realmente não posso. Alguém vai te chamar daqui a pouco.
- Eu não estou com fome.
- Mas precisa comer - achou graça da esposa - eu volto no dia da visita, está chegando.
- Pra mim é uma eternidade - jogou a cabeça pra trás. Micael ajuntou suas roupas.
- Isso me lembra o ensino médio - riu consigo enquanto vestia sua boxer.
- Por que?
- Combinávamos, transávamos escondido em algum lugar vago e depois, nos vestíamos pra ir embora - arrumou sua calça pegando a camiseta.
- Então você transava no ensino médio?
- Transei bastante, você pensava que eu era nerd?
- Um pouco, Ethan sempre diz que você era parado na faculdade.
- Não sou muito de farra.
- Mas comeu a Gab em uma farra.
- Desenterrando passados, Sophia Borges?
- É um dom meu - foi sua vez de procurar suas roupas.
- Entendi - riu leve vendo a esposa colocar novamente o sutiã, logo após a calcinha. Por último seu conjunto de plush rosa.
- Estou com calor.
- É sério?
- Sim, e você nem deveria questionar isso.
- Pra mim é algo super normal - arrumaram os colchonetes.
Se beijaram quando acabou.
- Essa é a pior parte.
- Eu quem digo, fique mais um pouco. Por favor.
- Amor, eu não posso.
- Pode sim, se te deixaram entrar com certeza vão deixar você sair.
- Não é por isso, já faz quase duas horas que você está sumida.
- Não estou sumida, apenas tirei uma pausa pra transar com meu marido.
- Cômico - riram.
- E você bem que adorou.
- Deveríamos repetir mais vezes, me deu tesão te comer em algum colchonete de exercícios.
- Não é as melhores coisas mas da pra tapear.
- Claro que dá - riram entre os beijos.
- Vou conversar com minha colega de quarto, quem sabe da próxima vez podemos usar a cama.
- Próxima vez? Você quer mesmo que eu te engravide de novo?
Sophia sorriu.
- Não é bem assim.
- Vocês tem médicos aqui? - perguntou curioso.
- Como assim?
- Alguma farmácia, esse tipo de coisa.
- Acho que sim, não sei - deu de ombros - por que?
- Gozei em você, esqueceu?
- Pensei que tivesse usado camisinha.
- Eu não uso camisinha a séculos, Sophia.
- Tudo bem, tudo bem - se rendeu - eu passo na farmácia que tem e tomo algum anticoncepcional. Nada de filhos.
- Eu digo por você, por mim teríamos uns quatorze.
- Quatorze? Muita coisa.
- Verdade, que tal dezesseis?
- Micael!
- É o amor que eu sinto por você.
- Louco - voltou a beija-lo - por favor, não vá.
- É necessário - segurou seu rosto - eu volto pra te encher de carinho.
- Você jura?
- Juro - selaram seus lábios - eu te amo.
- Eu também te amo - deram por fim o último beijo antes de Micael ir.
A porta de saída que ficava na quadra foi aberta, o vento frio tinha entrado pela brecha mas Sophia nem estremeceu, estava quente dentro do seu conjunto.
Doeu ver Micael sair por aquela porta e lhe mandar beijos, sentiu uma dor no coração, ele era seu Porto Seguro, o que a amava, o que sempre estaria ali por ela, faria tudo que fosse preciso. Era apaixonada por ele e a única coisa que queria no momento era ele ali, e que nunca mais saísse de perto. Queria ele sempre.
Era o amor que sentia por Micael.
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