- Você quer comer alguma coisa? - Micael tinha terminado seu banho, estava na cozinha. Sophia sentou-se na cadeira.
- Panquecas - colocou as mãos no rosto.
- Certo - buscou a panela e os ingredientes certos - vai ter que me ajudar.
- Você que ofereceu - levantou-se indo até o balcão, ajudando o marido.
- Como foi seu dia com Analee?
- Foi bem, o único ruim é que ela chora demais - apertou os olhos se lembrando.
- Ela é um bebê, óbvio que choraria.
- Mas não tanto - colocou a farinha em um copo de medida.
- Você está preparada pra amanhã?
- Com a psicóloga? Nem um pouco - entregou o copo a Micael - ela vai ser chata como todas as vezes.
- Como assim, todas as vezes? - o moreno franziu o cenho cortando a embalagem do molho de tomate.
- Eu já passei pela psicóloga, quando tinha uns quinze anos - se inclinou pegando uma colher.
- Qual o motivo? - ficou interessado.
- Tinha perdido minha virgindade - abriu uma lata de carne moída pronta - foi uma época bem triste, eu sofri.
- Não tinha me contado essa ainda - Micael ficou surpreso, acendeu o fogão clicando nos botões touch.
- Tem muitas coisas que você não sabe sobre mim, eu acho.
- Bem difícil, seu histórico é podre perto do que é agora - andou até a geladeira.
- O que quer dizer com isso?
- Quero dizer que - pegou a garrafa de vinho - você transou com mais pessoas do que eu.
- Na faculdade e no ensino médio? Qual é, Micael? - ela riu - eu era jovem, e não me diga que não comeu bocetas, você comeu sim. Várias.
- Não comi, acredite - bebeu o vinho que já estava em sua taça.
- Posso? - Sophia cruzou os braços olhando a bebida na mão do marido.
- Você sabe que não - bebeu mais um pouco.
- Por que faz isso comigo? Eu quero beber.
- Enquanto você estiver amamentando, não - disse simples voltando ao balcão.
- Está vendo porque é tão ruim ser mãe?
- Eu não acho, gostei dessa vida paterna.
- É claro, você nem fica com ela - Micael respirou fundo, aquilo lhe dava raiva.
Era apenas sua doença falando.
- Você vai querer bacon em cima? - mudou de assunto quando pegou a melhor faca de seu faqueiro, a mais afiada de todas.
- Pode ser - Sophia foi até a geladeira pegando sua cerveja preta - isso é irônico, não?
- O que?
- Você pode beber vinho e eu não, sendo que estou bebendo cerveja preta.
- Se você não prestou atenção, ela é sem álcool - sorriu falso guardando algumas coisas na geladeira.
Sophia o prensou.
- Por que está fugindo de mim?
- Vejamos - o moreno teve uma paciência imensa encarando a esposa - eu e você, uma junção - gesticulou com as mãos - pênis e vagina, orgasmo e ápice. Entendeu agora?
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