One Shots - Barbixas

Será que sempre foi amor?

Pov Elídio

 Mais um dia de Tuca. Como eu amo esse trabalho, a Cia é tudo pra mim; Além de meu emprego, minha renda, faço o que amo e trabalho com meus melhores amigos. Porém, algo me incomoda: Daniel. Ele parecia tão distante ultimamente. Bom, na verdade ele sempre foi distante, sempre foi de "ficar na dele", mas nessas últimas semanas, ele aparentava um semblante triste, preocupado, angustiado. Acho impossível que só eu tenha notado isso, então como estávamos todos no camarim ( eu, Andy, Tauszig, Edu e Marcão ) menos o Dani, que havia ido ao banheiro se trocar para a sessão de fotos, resolvi perguntar para todos que ali estavam sobre o Dani. Eu estava preocupado com ele. Eu me importo com ele.

— Ei, povo! — exclamei e todos olharam pra mim — Vocês não acham que o Dani está mais distante já faz um tempo? — perguntei.

— Ah cara, eu notei isso também, mas você sabe como ele é, não gosta de dividir as coisas conosco, mesmo nós sermos os melhores amigos dele — disse Andy, num tom de lamento.

— Sim, notamos isso — Tau, Edu e Marco disseram, quase que em coro, num tom preocupado. Vamos esperar ele voltar do banheiro e perguntar o que está acontecendo. — sugeriu Marcão e todos nós estranhamos, pois digamos, Marcão nunca gostou muito do Dani.

— Coé, gente! — gritou Marcão — posso não ser próximo dele, mas ele está mal, quero ajudar — ele disse, com um olhar sincero. Nos olhamos e acreditamos nele.

— Ok. Quando ele voltar, eu falo — disse e todos concordaram.

 Ficamos sentados esperando. Não deu muito tempo, ele apareceu. Seus cabelos bagunçados, olhos distantes, vermelhos, rosto inchado. Claramente ele havia chorado. Assim que entrou e viu todos nós, pareceu ter ficado nervoso, como se escondesse algo.

— Ei, galera! — exclamou, quebrando o gelo — Vamos tirar as fotos? — ele disse, forçando um sorriso. Ele era péssimo em disfarçar.

 — Dani, vem cá — eu disse me levantando e o puxando até a cadeira onde eu estava — O que está acontecendo? — perguntei com o tom de voz mais doce que eu conseguia falar. Todos o olhavam, esperando uma resposta.

— Na-na-nada, Elídio — Dani disse nervoso, olhando fundo em meus olhos. Aqueles olhos castanhos me traziam paz e por um momento eu queria beijá-lo. Sim, eu sempre gostei do Dani,  mas nunca tive coragem de dizer. E se ele não sentisse o mesmo? O que eu faria? Estava pensando tudo isso, enquanto olho em seus lindos olhos, quando Andy quebra o silêncio:

— Cara, não. Não está tudo bem. Conversa com a gente, MEU DEUS. SOMOS SEUS AMIGOS, MELHORES AMIGOS, E PARECE QUE VOCÊ NÃO CONFIA EM NÓS! — ele disse gritando, muito, fazendo com que o Dani segurasse suas lágrimas e fosse embora dali. "Dani, não! Espera!" — Andy gritou, numa voz agora calma.

— Boaaaaaa, idiota! — Edu disse e deu um tapa na cabeça de Anderson — Palmas pra ele, gente.

— Me desculpa, gente. Não consegui me controlar. Eu me importo com ele, e só queria que ele falasse. — Andy disse, com tristeza em sua voz.

— ÔHHH GALERA! — Gritei e todos me olharam — Pra onde o Dani foi? — perguntei aflito. —E a sessão de fotos? — disse Marco. Nos olhamos rápido e decidimos que ainda teria a sessão, porém obviamente com a ausência do Dani e a minha também. — Vou atrás dele. Sei onde ele deve estar. — falei esperançoso. Todos me olharam com um olhar de confusão, mas me desejaram sorte.

Fui até sua casa. Não era longe dali e tinha certeza que ele estaria lá. Como o porteiro já me conhecia, deixou que eu subisse, ele havia me dito que o Dani chegou correndo, e chorando muito, perguntou pra mim o que havia acontecido e eu somente respondi: Vou resolver isso. E subi. Estava nervoso, pensando em porque ele estava assim. O elevador finalmente abriu, procurei por sua porta e bati. Foi em vão. Bati um pouco mais forte e toquei a campainha, nada. Eu não me importava que já se passavam das 23 horas, tornei a bater mais forte e meti meu dedo na campainha, ele teria que abri-lá. Passaram-se alguns minutos, ele finalmente abriu e disse: