Dedicatória e Prólogo

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 Dedicatória

Agradeço a Deus por colocar pessoas maravilhosas em meu caminho. Ao meu amado esposo (meu amigo, companheiro e grande amor), meu filho lindo (o presente mais lindo da minha vida) e minha mãe (pai, mãe e rainha nas horas vagas), por acreditarem que posso ir um pouco mais longe. Por toda ajuda e por todas as vezes em que disseram que eu poderia fazer isto. Eu os amo muito!

Agradeço a "Gekinha", que me ajudou com sua sinceridade, opinando e incentivando. Faz parte das pessoas queridas e que sou imensamente grata. Obrigada por ter me alertado sobre "votoCrepúsculo".

Aos meus leitores fiéis, que me acompanharam desde o começo e sempre comentaram de forma positiva, meu agradecimento. Deram-me forças para continuar. Obrigada, mil vezes!

PARA TODOS AQUELES QUE ASSIM COMO EU, EM ALGUM MOMENTO DE SUAS VIDAS, SENTIRAM-SE COMO UM INSIGNIFICANTE GRÃO DE POEIRA.

Prólogo

Ele sempre me culpou. Minha mãe dizia que ele me amava e mesmo assim, ele me culpava. Ele furou minha bola dizendo que eu estava fazendo muito barulho. Não foi ele que me deu e sim, o senhor Mitchell.

Meu pai não gostava dele.

Eu não tinha amigos na escola porque eu não gostava de falar muito. O que adiantava fazer amigos na escola? Ninguém podia vir em casa. Minha mãe dizia que era melhor assim, porque não tínhamos o que oferecer para as visitas. Eu não me importava.

Haviam dias em que a senhorita da escola me dava um saco de pães para levar para casa.

Ninguém da escola sabia o que acontecia por lá. Os vizinhos sabiam, mas, minha mãe dizia que era melhor que eles não soubessem por nós.

Eu ouvia minha mãe gritando à noite. Às vezes, ela chorava baixinho e outro dia, ela tinha manchas no rosto.

Em um desses dias, ela estava andando estranha e quando a abracei para ir à escola, ela gemeu e chorou. Eu comecei a fazer carinho nas suas costas e ela gemeu mais ainda. Eu me soltei do seu abraço e fui para trás dela. Quando coloquei a mão em sua blusa e me levantei, ela me parou e ficou me olhando com os olhos mais tristes que já vi.

— Eu sempre vejo, mamãe!

Eu continuei. Levantei um pouco sua blusa e vi manchas roxas e verdes. Eu abaixei rapidamente sua blusa e lhe dei um abraço, mas, dessa vez, sem machucá-la.

— Não foi nada, Davies.

— Eu o odeio, mamãe! Eu odeio esse homem! — eu limpei as lágrimas em sua blusa.

— Não o odeie. Ele é seu pai. Meninos bons não sentem ódio. Meninos bons, perdoam.

— Então eu não sou um menino bom, mamãe. Eu nunca serei, porque eu nunca vou perdoá-lo.

— Não diga isso, Davies. Você é bom sim e você é lindo, por fora e por dentro. Não seja como ele. Pare de falar como uma pessoa acima da sua idade. Você é uma criança apenas.

Eu vi de novo minha mãe chorando. Isso doeu tanto em mim. Eu a amava e ela era tão bonita, mesmo quando sua pele tinha manchas roxas.

Ela tinha longos cabelos da cor dos meus. Seus olhos eram verdes e tão transparentes, que eu via a alma dela. Ela me dizia que a gente vê a alma de alguém pelos olhos. Também dizia que eu iria ser alto como meu pai e que eu tinha a aparência dos dois. Eu queria me parecer apenas com ela e não com ele.

— Vá para a escola, Davies. Seu pai arrumou um emprego e agora as coisas vão melhorar. Você não dormirá mais de barriga vazia.

Um dia antes, eu havia dormido de barriga vazia. A dor não era tão assustadora como a que eu estava sentindo neste momento. E ela não estava na minha barriga. Estava bem aqui, no meu peito.

UM PONTO DE PARTIDAOnde histórias criam vida. Descubra agora